Golpe à brasileira
O assalto é pensado como um grande ardil, contratando atores para se passarem por clientes e assaltantes, todos acreditando que estão gravando uma cena para um filme, enquanto o quarteto faz o roubo propriamente dito. É o tipo de esquema exagerado e absurdo que filmes de roubo hollywoodianos constantemente usam e que a trama tenta remeter. É muito visível que o texto não busca realismo ou ser plenamente plausível e, nesse sentido, o esquema diverte pelo exagero. O terço final ainda insere algumas reviravoltas desenvolvidas com habilidade conforme os protagonistas viram a mesa sobre o corrupto Britto.
Embora o quarteto principal seja carismático e tenha uma boa química entre si, seus personagens não tem personalidades muito marcantes e apenas Zóinhu tem um arco próprio, envolvendo sua paixão pela atriz Joana (Giovanna Grigio). Além de Grigio, o núcleo dos atores engambelados a participar do esquema tem várias participações divertidas, como Irene Ravache ou Carol Castro interpretando a si mesma.
Caco Ciocler traz a gravidade necessária para fazer Britto soar ameaçador, fazendo dele um sujeito tão no controle da situação que mesmo com raiva ele raramente levanta voz e mantem um tom calmo conforme comanda seus capangas a mutilarem seus adversários. Confesso que fiquei surpreso com o trabalho de Marco Luque como policial durão, se afastando do tipo de personagem mais cômico e histriônico que ele costuma fazer.
Assim, mesmo que o golpe por
vezes soe fantasioso demais, Passagrana é
carismático e bem humorado o suficiente para divertir.
Nota: 6/10
Trailer
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