segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

Rapsódias Revisitadas – Rudolph: A Rena do Nariz Vermelho

 

Resenha – Rudolph: A Rena do Nariz Vermelho

Review – Rudolph: A Rena do Nariz Vermelho
Lançado em 1964 como um especial televisivo, a animação Rudolph: A Rena do Nariz Vermelho faz parte de um ciclo de produções natalinas em stop-motion produzidas pela Videocraft como Frosty: O Boneco de Neve (1969) ou Verdadeira História de Papai Noel (1970). Todas elas são produções infantis que recorrem a números musicais para contar suas histórias.

Aceitando as diferenças

A narrativa é baseada em uma canção natalina lançada em 1949, que, por sua vez, se baseava em um poema escrito dez anos antes. Ela é protagonizada por Rudolph, uma rena que nasce com um nariz vermelho brilhante e é alvo de zombaria de todos, incluindo seu pai, por conta de sua aparência diferente. Isolado, Rudolph conhece um elfo que deixou a oficina de Papai Noel para buscar o sonho de ser dentista e ambos vão parar na ilha dos brinquedos rejeitados, um lugar onde vivem os brinquedos que ninguém quer. Lá, Rudolph se compromete a voltar à oficina do Papai Noel e convencê-lo a encontrar um lar para esses brinquedos.

É uma trama bem simples sobre preconceito e respeito às diferenças, que mostra como todos tem seu valor, mesmo aqueles que não parecem se adequar aos padrões. O nariz diferente de Rudolph acaba sendo algo que o torna indispensável ao Papai Noel, já que seu brilho ajuda o bom velhinho a guiar seu trenó em meio a uma densa tempestade de neve. Os números musicais servem para apresentar os personagens ou falar sobre a magia do natal, embora alguns desses números não estejam diretamente conectadas com a progressão da narrativa.

A trama, por sinal, tem vários elementos que soam aleatórios, como o explorador canadense que Rudolph encontra durante parte da narrativa ou o confronto com o Abominável Homem das Neves que termina com a criatura tendo os dentes removidos pelo elfo aspirante a dentista que acompanha o protagonista. São elementos não parecem ter qualquer relação com o resto do filme. É como se os produtores percebessem que não tinham material o suficiente para preencher a minutagem e tivessem jogado qualquer ideia que surgiu em suas mentes para chegar no tempo pedido pela emissora.

Legado natalino

No ano seguinte ao seu lançamento a animação recebeu uma nova versão para sua reprise televisiva. Esse novo corte trazia uma nova cena na qual Papai Noel cumpria sua promessa para os brinquedos rejeitados e os levava para serem entregues no Natal. A adição foi feita por conta de reclamações dos espectadores que na versão original não víamos Papai Noel cumprir a promessa, passando-o por um mentiroso. Até os anos 90 foram feitos alguns cortes, diminuindo o tempo de algumas canções para dar mais espaço para intervalos comerciais, mas esses cortes foram desfeitos em uma versão lançada em 1998. Em 2005 foi lançada uma versão remasterizada em alta definição.

Como ninguém esperava que o filme se tornasse um sucesso tão grande e continuasse a ser exibido várias décadas depois de seu lançamento não houve uma grande preocupação por parte da Videocraft com o armazenamento e preservação das marionetes, com muitas se perdendo ao longo tempo e aparentemente só os bonecos de Rudolph e do Papai Noel ainda estão conservados hoje, estando expostos em um museu de marionetes. Mesmo mais de sessenta anos depois de seu lançamento, o filme chama atenção pelo seu trabalho artesanal com stop motion, cujo esmero nos visuais de cenários e marionetes garantem que o filme tenha visuais marcantes que continuam a evocar a magia do natal até hoje.

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