Terminal em risco
A trama é protagonizada por Ethan (Taron Egerton), um funcionário da segurança do aeroporto de Los Angeles. É véspera de Natal e o terminal está cheio de gente tentando viajar. Em meio ao caos ele recebe a ligação de um estranho (Jason Bateman) avisando que ele precisa deixar passar um passageiro com uma bagagem com fita vermelha independente do resultado do raio-x, caso contrário o estranho irá matar a namorada de Ethan, Nora (Sofia Carson).
A primeira metade do filme é um tenso jogo de gato e rato entre Ethan e o estranho, com o fiscal de segurança tentando encontrar qualquer brecha no cotidiano caótico do aeroporto lotado para avisar algum colega enquanto o estranho antecipa seus movimentos e frustra seus ardis. Jason Bateman, mais acostumado a fazer papéis cômicos e caras legais (embora em Ozark ele mostrou como pode ser mais sombrio) surpreende como um mercenário astuto e pragmático que traz uma constante aura de gravidade ou ameaça sempre que se faz presente, mesmo através da voz.
Voo mortal
O problema é que uma vez que a mala passa pela segurança e o estranho tenta fazer o objeto embarcar o filme entra em um foco mais de ação e começa a encadear reviravoltas que soam cada vez mais implausíveis (principalmente em um contexto de aviação pós 11 de setembro) e fazem o vilão agir como idiota por pura conveniência de roteiro ao ponto em que fica difícil embarcar (trocadilho não intencional) na aventura.
Não ajuda que Ethan seja um mero arquétipo do herói de ação com um passado traumático e o filme nunca consegue elevá-lo a mais que isso. A ação é conduzida com competência, mas não tem nada que chame muita atenção ou marque a memória. Talvez o momento mais interessante em termos de ação seja a luta entre a policial Elena (Danielle Deadwyler) e o agente Alcott (Logan Marshall Green) dentro de um carro, que se passa toda em um único take. Sim, tudo que acontece fora do carro é claramente computação gráfica, ainda assim o plano sequência com um vertiginoso trabalho de câmera se movimentando pelo interior do carro e intensa coreografia de combate consegue dar credibilidade e urgência à perigosa luta em alta velocidade.
É uma tentativa de mesclar filme
de ação com produção natalina que parece inspirada por Duro de Matar (1988), especificamente pelo segundo filme que também
se passa em um aeroporto, que começa interessante, mas vai perdendo força
conforme a trama progride e termina relativamente esquecível.
Nota: 5/10
Trailer
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