Depois de uma ótima primeira temporada que introduziu novos heróis e vilões, Castlevania: Noturno leva o confronto contra a “messias vampira” Erszebet ao seu clímax. Ainda que não seja tão boa quanto a temporada anterior, a série continua a empolgar com sua mistura das histórias de Castlevania Rondo of Blood e Castlevania Symphony of the Night.
Revolução vampírica
A trama continua no ponto em que a temporada anterior terminou, com a vilã ampliando seus poderes e ficando mais perto de conseguir evocar uma noite eterna para que as criaturas da noite dominem o mundo. Richter e os demais heróis mal conseguem escapar, mas encontram um novo aliado em Alucard. Agora eles precisam se reorganizar e encontrar um meio de lidar com os poderes quase que divinos de Erszebet.
Se antes a ambientação da Revolução Francesa era usada para fazer um paralelo entre o parasitismo das elites com o dos vampiros, aqui o momento histórico já não é tão bem integrado à trama. Há uma tentativa de comentar sobre o período do “terror” com múltiplas execuções e constantes paranoias entre os líderes do movimento como parte das facetas mais sombrias da humanidade, usando isso como um paralelo para a jornada de vingança de Maria contra o pai, na qual ela se entrega à dor e ao seu impulso por vingança ao ponto de quase ser corrompida pelos seus poderes. O problema é que Maria rapidamente se recupera e volta a si, não explorando esse paralelo histórico.
De maneira semelhante, os comentários de Alucard sobre como revoluções que começam bem intencionadas e perdem o rumo, se tornando um banho de sangue, acabam não levando a lugar algum, com o vampiro facilmente se colocando ao lado dos revolucionários e deixando suas críticas de lado para ajudá-los da investida final contra Erszebet. Por outro lado, ver Alucard e Robespierre enfrentando demônios juntos é o misto de história e fantasia que eu não sabia que precisava.
Deuses e monstros
A relação entre Richter e Annette, por sua vez, é melhor desenvolvida conforme a dupla se une a Alucard para encontrar o resto da alma da deusa egípcia Sekhmet para impedir que Erszebet se torne ainda mais poderosa. A jornada aproxima Richter e Annette, com a cumplicidade dos dois aos poucos se tornando um romance. O arco dos dois também permite explorar a conexão de Annette com os orixás e como o poder que ela recebe de Ogum pode ser a chave para que ela encontre Sekhmet.
Por mais que a temporada não tenha o consistente desenvolvimento de personagem do primeiro ano, ao menos essa nova aventura entrega cenas de ação ainda mais grandiloquentes. A série continua a explorar de maneira criativa o modo como Richter mistura suas habilidades com chicote e poderes mágicos e o mesmo pode ser dito para as habilidades de invocação de Maria. A luta final contra Erszebet impressiona pelo senso de escala conforme Richter, Maria, Juste, Alucard e os demais levam suas habilidades ao limite para enfrentar as criaturas da noite que tomam Paris e para deterem a deusa vampírica. O design das criaturas é outro elemento digno de nota, tanto pelo modo como a série remete a monstros conhecidos dos jogos como pelo horror corporal das transformações de Erszebet e outras criaturas perto do final.
Assim, mesmo não sendo tão boa
quanto seu primeiro ano, a segunda temporada de Castlevania: Noturno ao menos acerta nas explosivas cenas de ação
que transformam a batalha contra as divindades vampíricas em um empolgante
conflito.
Nota: 7/10
Trailer
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