Ludicidade aloprada
Em essência é uma narrativa sobre os perigos de confiar demais em automação e inteligência artificial, lembrando como nada substitui o componente humano, como o ato de você mesmo fazer carinho em seu cachorro ao invés de recorrer a alguma traquitana maluca como faz Wallace. Que essa crítica a uma dependência de inteligência artificial seja feita por uma animação em stop motion feita à mão só torna essa crítica mais apropriada.
Mais do que seus temas, o que nos envolve na aventura é o senso de encantamento e birutice com o qual o filme constrói seu universo, seja nas invenções malucas de Wallace, que muitas vezes remetem a máquinas de Rube Goldberg, ou em outros elementos visuais. É o tipo de filme que a cada cena nos surpreende com as invencionices dos realizadores e como tudo é dotado de uma personalidade tão singular. É difícil não rir com os múltiplos disfarces do vilão, que se passa por galinha, freira ou abajur e tapeia seus perseguidores mesmo sendo óbvio que é ele. Em outro momento um submarino está prestes a subir para a superfície e solta uma bigorna na água para ser capaz de emergir.
Os diálogos são cheios de trocadilhos, alguns até difíceis de traduzir, como a cena em que Wallace diz que irá dar um reboot nos robôs do vilão e cria uma engenhoca que arremessa botas neles para desligá-los. Chama atenção também o detalhamento expressivo de cada personagem, em especial de Gromit que não fala, mas cujo rosto tem tanta nuance nos movimentos que sempre conseguimos entender o que se passa em sua cabeça pelas mais sutis indicações.
Wallace & Gromit: Avengança é uma aventura encantadora por
conta de seu universo excêntrico e excelente stop motion.
Nota: 7/10
Trailer
Nenhum comentário:
Postar um comentário