Em 2024 eu me preservei mais, evitei muitos filmes ruins. Talvez por ter sido um ano difícil no plano pessoal e não estava com cabeça para ver certas coisas com cara de bomba. Ainda assim, é inevitável o contato com produções ruins e experiências negativas no cinema, inclusive porque penso que filmes ruins também tem um valor pedagógico, servindo como ótimos exemplos do que não fazer ou do que acontece quando se ignora certos procedimentos ou técnicas de realização audiovisual. Como aconteceu com minha lista de melhores filmes de 2024, levei em consideração as produções que foram lançadas comercialmente no Brasil ao longo do ano de 2024.
10) Madame Teia
Um dos filmes mais vilipendiados do ano Madame Teia é uma produção tão equivocada, tão problemática em todos os níveis, tão distante de qualquer convenção de qualidade dramatúrgica ou conduta humana que se torna acidentalmente hilário. É como assistir um filme de super-herói escrito e dirigido pelo Tommy Wiseau (de The Room), sendo divertido pelas razões erradas. Justamente por ter me feito rir que está na última posição da lista.
Cópia ruim de True Lies (1994),
o filme sofre com uma trama de espionagem sem urgência, personagens vazios e
uma Kaley Cuoco que nunca convence como espiã letal.
Mais um filme do malfadado universo de vilões do Homem-Aranha que a
Sony tentou forçar goela abaixo do público. Ao contrário dos demais filmes
neste universo o Venom de Tom Hardy chegou aos tropeços em uma trilogia. Este
terceiro filme é de longe o pior, com uma narrativa que vai do nada ao lugar
nenhum, colando cenas de maneira aleatória, sem nada a dizer sobre seu
protagonista e desperdiçando um vilão que tinha potencial para ser uma grande
ameaça ao anti-herói simbionte.
Produzido pela Netflix, Lift é
um filme de roubo que parece ter sido escrito por uma I.A, reproduzindo todos
os clichês desse tipo de produção sem entender o que os torna interessantes.
Somada a trama entediante com um Kevin Hart equivocadamente escalado (assim
como em Borderlands), o resultado é
um filme cujo único bem roubado é o tempo do espectador.
6) Alice: Subservience (Submissão)
É tipo uma versão erótica de Megan
(2023), que tenta discutir a ética de I.A e os impactos disso na sociedade,
mas descamba para um slasher pouco
imaginativo e mal atuado que sequer consegue entregar boas cenas de gore.
5) Rebel Moon Parte 2: A Marcadora de Cicatrizes
Era de se imaginar que essa segunda parte da aventura espacial cometida
por Zack Snyder conseguiria ser melhor que a anterior por ser o clímax da
história e ser focado na ação, coisa que o cineasta sabe fazer bem. O
resultado, porém, é pior do que o anterior ao apresentar todos os cacoetes do
diretor de maneira cansativa, previsível e sem qualquer habilidade de nos fazer
dar a mínima para qualquer coisa que acontece em cena.
Escrita e dirigida por Matthew Vaughn (de Kingsman) essa comédia de espionagem desmorona sob o peso das próprias pretensões de satirizar o gênero enquanto entrega ação hiperbólica e uma subtrama romântica. No fim nenhum de seus elementos funciona, já que a narrativa não consegue sustentar o ritmo de ter que entregar uma grande reviravolta depois da outra ao ponto em que nada faz mais sentido e tudo vira uma bagunça entediante.
Cinebiografias de músicos são sempre um filão rentável, mas esta biografia sobre a cantora Amy Winehouse é um desserviço ao seu legado artístico, falhando em nos fazer o que tinha de tão marcante em suas composições e voz, reduzindo a cantora a uma viciada descontrolada com um olhar excessivamente moralista ao mesmo tempo em que pinta como santos os homens tóxicos em seu entorno.
2) Feios
Chegando com anos de atraso para a festa das adaptações
cinematográficas de distopias adolescentes, Feios
apresenta um universo pouco convincente, personagens unidimensionais e uma
discussão paupérrima sobre padrões de beleza como forma de controle social.
Estreia do ator Chris Pine como diretor, o filme se pretende a ser um noir pós moderno nos moldes de algo como
Vício Inerente (2014). O resultado,
no entanto, é um filme bem menos esperto e contundente do que ele pensa ser,
entregando algo que se pensa genial, mas não passa de uma regurgitação rasa de
ideias que vários outros filmes executaram melhor.
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