Futuro sombrio
A narrativa se passa no futuro, em uma Osaka que foi tomada por demônios depois que um patógeno se espalhou. A cidade agora é controlada por um grupo religioso chamado Holy Union, devotado a livrar a cidade dos demônios. O jogador é Shin, um caçador de demônios da Holy Union que durante uma missão encontra Lux, uma espada demoníaca que se alia a Shin para descobrir a verdade sobre a infestação sobrenatural que toma a cidade. Logicamente no percurso da história descobriremos que a situação não é o que imaginávamos e a Holy Union não é a entidade benevolente que se apresenta.
Como em outros games da Ladybug, o jogo apresenta uma bela pixel art com animações detalhadas para os personagens e uma direção de arte que produz uma mescla interessante de estética cyberpunk com elementos sobrenaturais. Ao longo da aventura Shin visita laboratórios abandonados, estações de tratamento de água, shoppings, parques de diversão e outras estruturas que foram tomadas por demônios.
O protagonista luta tanto com armas de fogo como armas de combate corpo a corpo como espadas, lanças ou chicotes. Armas de fogo causam menos dano, mas são rápidas e tem longo alcance, enquanto armas tradicionais necessitam de proximidade, mas costumam causar mais dano. Shin também por usar Lux para atacar, arremessando a espada espectral a uma média distância ou fincando-a no chão ou nas paredes para que ela gere pulsos de energia. Causar dano aos inimigos com Lux recupera um pouco da vida de Shin, mas gasta sua barra de magia, enquanto que causar dano com armas comuns regenera a barra de magia. Assim, o jogador precisa constantemente alternar entre ataques com Lux e suas armas comuns em uma dinâmica similar à dos espíritos mágicos de Deedlit in Wonder Labyrinth.
Explorando o apocalipse
As habilidades de Lux também são usadas na exploração, já que o artefato por reconstruir objetos destruídos ou manter pressionados interruptores Shin sozinho não conseguiria manter funcionando. Com isso, Lux é essencial para criar plataformas nas quais escalar certas áreas ou reerguer paredes que servem para se proteger de ataques inimigos. Essa capacidade de alterar o cenário é usada também nas batalhas contra chefes, que normalmente são grandes criaturas com múltiplas formas e ataques que se espalham por toda a tela. Essas batalhas são bem desafiadoras e confesso que morri mais de uma vez em alguns chefes.
Como é típico de metroidvanias Shin ganha habilidades que facilitam a exploração conforme ele progride. A diferença é que aqui essas habilidades não são obtidas de itens obtidos ao longo da aventura e se aprendidas com pontos de habilidade ganhos conforme o protagonista sobe de nível. Isso dá mais liberdade ao jogador para explorar mais livremente, embora seja necessário progredir na história principal para acessar certas áreas. Dominar essas habilidades também é necessário para encontrar áreas ocultas ou difíceis de alcançar que guardam equipamentos poderosos ou upgrades para a vida e a magia de Shin, já que assim como em Deedlit in Wonder Labyrinth subir de nível não aumenta a vida do protagonista, apenas seu ataque e defesa.
Ao longo da aventura Shin também encontra várias missões secundárias que oferecem recursos extras. A maioria delas são objetivos banais tipo matar x de determinado inimigo ou y inimigos em determinada área, entretanto algumas tem narrativas que ajudam a ilustrar mais como esse cenário de infestação demoníaca afeta as pessoas comuns na cidade. Durante meu tempo com o jogo tive dois momentos em que ele deu crash, mas tirando isso não tive muitos problemas relativos a performance, com tudo se mantendo estável mesmo com a tela cheia inimigos e projéteis, ao menos na versão de Nintendo Switch que joguei.
Com uma envolvente ambientação cyberpunk e versátil sistema de combate Blade Chimera é mais um ótimo metroidvania da desenvolvedora Ladybug.
Nota: 8/10
Trailer
Nenhum comentário:
Postar um comentário