Instinto de sobrevivência
Toda feita no software de código aberto Blender, a animação mostra como é possível fazer algo visualmente marcante com poucas ferramentas. Os animais se movem de maneira bastante coerente com o modo que imaginamos que gatos, cães ou lêmures reagiriam uns aos outros e diante das situações que a narrativa os coloca. A direção de arte remete a pinturas feitas em aquarela por conta do esquema de cores e o modo como a luz e os movimentos se comportam e fazem os modelos 3D dos animais parecerem desenhos feitos à mão.
A jornada dos animais reforça a ideia de que através da cooperação é possível superar qualquer obstáculo e que as diferenças podem ser postas de lado em nome de um bem maior ou benefício coletivo. Ainda assim, o filme não esquece que seus personagens são animais e os faz agir como tal, incluindo momentos de rusgas entre eles que são típicos de criaturas diferentes sendo forçadas a dividir um espaço diminuto.
Com enxutos oitenta e cinco minutos, a trama é eficiente em construir situações de perigo para seu protagonista felino capazes de nos deixar apreensivos quanto ao destino do personagem, já que elas imprimem um senso real de risco, ilustrando com habilidade o senso de escala desses perigos conforme a câmera passeia ao redor de seus personagens. O filme, no entanto, não é apenas tensão, oferecendo também momentos de encantamento conforme testemunhamos o modo como as criaturas se ajudam ou a inventividade visual de certos segmentos, como na cena em que o gato mergulha na água para capturar peixes.
Apesar de relativamente simples
em sua narrativa, Flow conquista pelo
senso de naturalismo de sua animação e pelo modo como cria tensão em relação
aos obstáculos que se impõem aos seus personagens.
Nota: 8/10
Trailer
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