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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025

Crítica – Um Completo Desconhecido

 

Análise Crítica – Um Completo Desconhecido

Review – Um Completo Desconhecido
Um dos melhores filmes biográficos que já assisti é Não Estou Lá (2007), de Todd Haynes. É uma biografia do cantor Bob Dylan que não o cita nominalmente e não usa sua música, mas trás vários segmentos em que atores e atrizes diferentes interpretam personagens que representam as diferentes fases da carreira e da vida de Dylan. É uma obra abrangente, que nos faz entender as multidões que Dylan continha em si e tudo o que o movia. Por isso não fiquei interessando quando soube desde Um Completo Desconhecido, já que dificilmente ele estaria no mesmo patamar que o filme de Haynes.

Registro mimético

A trama segue Bob Dylan (Timothee Chalamet) desde sua chegada a Nova Iorque em 1961 até o lançamento de Like a Rolling Stone no qual ele se distancia de boa parte de seus padrinhos artísticos da música folk. É uma biografia que mais está interessada em narrar os eventos da trajetória do cantor do que realizar qualquer tipo de estudo de personagem ou chegar a um entendimento maior de quem é Dylan e o que movia a construção de sua arte, se limitando a dizer que Dylan não gostava de ficar estagnado.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

Crítica – Better Man: A História de Robbie Williams

 

Análise Crítica – Better Man: A História de Robbie Williams

Review – Better Man: A História de Robbie Williams
Conheço muito pouco da trajetória do cantor Robbie Williams, então não estava particularmente curioso para este Better Man: A História de Robbie Williams. Como foi feito com a participação direta do cantor, que inclusive interpreta a si mesmo, temi que fosse aquele tipo de biografia chapa branca que existe só para divulgar as músicas do artista e foge de polêmicas como I Wanna Dance With Somebody: A História de Whitney Houston (2022). Felizmente não é esse o caso e o filme abraça as contradições e problemas de seu protagonista com uma autoanálise bem consciente que me remeteu a Rocketman (2019).

Trajetória selvagem

A trama segue a trajetória de Robbie desde sua infância, passando pelo início da fama com a boy band Take That, sua carreira solo e seus problemas pessoais com drogas, além da relação complicada que tem com o pai. Robbie interpreta a si mesmo, mas não está exatamente em cena, já que ao invés do corpo do cantor temos um macaco antropomórfico. A ideia de colocar Williams como macaco é uma tentativa de ilustrar a insegurança e senso de deslocamento do artista, que sempre se viu como um pária, alguém que não pertencia ao lugar onde estava, inseguro do próprio valor e se vendo como uma criatura mais primitiva.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

Crítica – Vinagre de Maçã

 

Análise Crítica – Vinagre de Maçã

Review – Vinagre de Maçã
Depois de Inventando Anna (2022) a Netflix traz outra minissérie baseada em uma influencer trambiqueira neste Vinagre de Maçã. A essa altura é bem possível que isso vire um subgênero em si considerando que histórias de influencers que ganharam notoriedade mentindo existem a rodo e que essas histórias são sintomas do nosso zeitgeist no qual aparentar ser ou fazer algo é mais importante do efetivamente ser ou fazer aquilo que se clama.

Charlatanismo tóxico

A narrativa conta a história real de Belle Gibson (Kaitlyn Dever), uma influencer que se tornou famosa ao criar uma marca de produtos naturais dizendo que essa mudança de alimentação a fez se curar de um câncer no cérebro. Só tem um problema nessa história, Belle não tem nem nunca teve câncer. Em paralelo acompanhamos a história da também influencer Milla Blake (Alycia Debnam-Carey, de Identidades em Jogo), que tinha um tumor no braço, mas diz ter se curado com base em uma dieta de sucos e enemas de café. Diferente de Belle, Milla (que provavelmente foi baseada na figura real de Jessica Ainscough) tem realmente câncer e é a história dela e de como ela se tornou famosa na internet na qual Belle se baseia para criar toda a sua ficção.

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

Drops – Batalhão 6888

 

Crítica – Batalhão 6888

Review Crítica – Batalhão 6888
Boas intenções nem sempre são suficientes para sustentar um filme. Batalhão 6888 é mais um exemplo disso, com uma trama que faz um importante resgate historiográfico não alcançando o impacto que deveria por conta de uma série de problemas.

Correspondência história

A produção conta a história real do Batalhão 6888, único batalhão composto por mulheres negras a servir na Europa durante a Segunda Guerra Mundial. A missão do batalhão era dar apoio logístico às tropas, garantindo que as correspondências entre soldados e seus familiares chegassem onde deveriam. A trama é centrada em Lena (Ebony Obsidian), que se alista no exército depois que o amado morre na guerra, e na Major Adams (Kerry Washington) que tenta liderar seu batalhão a despeito de ser constantemente subestimada pelos superiores.

terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

Crítica – Setembro 5

 

Análise Crítica – Setembro 5

Review – Setembro 5
O sequestro de atletas da delegação israelense por um grupo de terroristas durante as Olimpíadas de 1972 em Munique, na Alemanha, não é um tema novo no cinema. Steven Spielberg já tinha explorado esse evento no competente e pouco visto Munique (2005) e agora ele é revisitado sob a ótima dos responsáveis pela transmissão do evento neste Setembro 5.

Jornalismo analógico

A trama acompanha a história real um grupo de jornalistas dos Estados Unidos em Munique fazendo a cobertura esportiva das Olimpíadas. Quando o sequestro dos atletas israelenses, os responsáveis pela transmissão, Roone (Peter Sarsgaard) e Geoffrey (John Magaro), precisam se adaptar às nuances de transmitir ao vivo um atentado terrorista.

terça-feira, 14 de janeiro de 2025

Crítica – Maria Callas

 

Análise Crítica – Maria Callas

Review – Maria Callas
Terceira biografia dirigida pelo chileno Pablo Larraín depois de Jackie (2016) e Spencer (2021), Maria Callas conta a história da famosa cantora de ópera de origem grega. Como as outras biografias de figuras históricas femininas dirigidas por Larraín, é um filme que acerta ao tentar entender a subjetividade de sua biografada, embora este seja o mais fraco da trilogia do diretor.

Vida em revisão

A narrativa acompanha os últimos dias de Maria Callas (Angelina Jolie) vivendo uma existência solitária em seu apartamento em Paris. Ela passa os dias isolada, se enchendo de medicamentos que mexem com sua cognição e a fazem imaginar que está sendo entrevistada para um documentário. Esses delírios são uma maneira do filme nos deixar imersos no ponto de vista da protagonista, alguém que há muito já passou do seu ápice e agora se encontra em uma profunda depressão por conta de problemas de saúde que a impedem de cantar. Ao mesmo tempo, essa escolha também tenta servir como uma metalinguagem para as estruturas típicas de cinebiografias.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

Crítica – Ainda Estou Aqui

 

Análise Crítica – Ainda Estou Aqui

Review – Ainda Estou Aqui
O cinema brasileiro já produziu vários filmes sobre o período da ditadura militar, um período que nunca passamos realmente a limpo e cujas consequências da impunidade em relação aos envolvidos continua a impactar o presente do país. Ainda assim não esperava me impactar tanto por Ainda Estou Aqui do jeito que me impactei, principalmente pelo modo como o filme constrói a jornada de sua protagonista sem didatismos, sem discursos fáceis. A dureza dos seus dias e seus esforços para seguir adiante são o suficiente para comunicar a brutalidade daqueles tempos.

Luzes e sombras

A trama acompanha Eunice Paiva (Fernanda Torres), esposa do ex-deputado Rubens Paiva (Selton Mello). Quando Rubens é levado por homens do governo, Eunice busca descobrir o que aconteceu com o marido enquanto tenta manter sua casa funcionando e os cinco filhos em segurança.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

Crítica – Back to Black

 

Análise Crítica – Back to Black

Review – Back to Black
Nos últimos anos tivemos várias cinematografias de músicos bastante protocolares que pareciam versões ilustradas de verbetes de Wikipedia, narrando fatos notórios da vida dessas pessoas, sem oferecer qualquer insight a respeito do que as move. Produções como Bohemian Rhapsody (2018), I Wanna Dance With Somedoby: A História de Whitney Houston (2023) ou Bob Marley: One Love. Este Back to Black, cinebiografia de Amy Winehouse, está em outro patamar, sendo uma produção que não é apenas rasa, ela parece ativamente detestar a pessoa que está biografando.

Reescrevendo a história

A narrativa acompanha a trajetória da cantora Amy Winehouse (Marisa Abela), focando no lançamento do álbum Back to Black e na relação entre ela e seu pai, Mitch (Eddie Masran), e o marido, Blake (Jack O’Connell), bem como os problemas da cantora com drogas. Como as produções que citei no primeiro parágrafo, o filme se limita a reconstruir momentos notórios da vida da cantora, mas não ajuda a compreender quem ela era para além desse retrato midiático.

terça-feira, 10 de dezembro de 2024

Crítica – Senna

 

Análise Crítica – Senna

Review – Senna
Considerando o quanto Ayrton Senna é importante para o esporte brasileiro e os vários documentários feitos sobre ele é até estranho que tenham demorado tanto para fazer uma ficção. A minissérie Senna é exatamente isso, tentando condensar toda a trajetória do piloto em seis episódios, acompanhando desde seu início na Formula Ford, até seu dia derradeiro na Formula 1, quando faleceu em um acidente.

Vida veloz

A série sofre por tentar compreender um período de tempo muito longo em uma quantidade pequena de episódios e com isso passa muito rápido pelos eventos marcantes da vida de Senna sem dar o devido tempo para analisar como essas experiências impactaram sua trajetória. Talvez tivesse sido melhor se a produção fosse pensada como uma série de duas ou três temporadas. Do jeito que está fica a impressão de uma história compostos por verbetes soltos de Wikipedia que se limitam apenas a narrar os feitos mais notáveis do personagem sem buscar alguma compreensão deles.

terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Crítica – O Jogo da Rainha

 

Análise Crítica – O Jogo da Rainha

Review – O Jogo da Rainha
O cinema de Karim Ainouz constantemente dialoga com noções de masculinidade, analisando os problemas e tensões de certas convenções a respeito do que é “ser homem”. Fez isso em filmes como Motel Destino (2024), Praia do Futuro (2014) ou Madame Satã (2002). Neste O Jogo da Rainha ele deixa o contexto brasileiro para ir à Europa do século XVI para construir uma história sobre patriarcado, masculinidade e a resiliência feminina diante de um mundo dominado por homens, algo que ele já fez em A Vida Invisível (2019).

Mundo masculino

A trama se baseia na história real de Catarina Parr (Alicia Vikander), sexta esposa do rei Henrique VIII (Jude Law). Enquanto o marido está fora em guerra, Catarina é nomeada regente e conforme adquire poder vai se tornando uma liderança em uma revolução protestante que via colocar a igreja acima do rei. Quando o monarca retorna da guerra, marcado por ferimentos e infecções, além de problemas com gota, ele não apenas remove o poder de Catarina, reduzindo sua regência a tarefas mínimas. Henrique também se torna mais agressivo e paranoico conforme seu estado de saúde piora e Catarina passa a temer por seu destino.

terça-feira, 15 de outubro de 2024

Crítica – O Aprendiz

 

Análise Crítica – O Aprendiz

Review – O Aprendiz
Donald Trump já ocupava os holofotes décadas antes de sua entrada na política. O Aprendiz, ao contrário do que o título sugere, não foca no reality show que ele apresentou no início dos anos 2000, mas na relação entre Trump e Roy Cohn, advogado constantemente associado a figuras da máfia e que foi parte fundamental do sucesso inicial de Trump.

Advogado do diabo

A narrativa começa no final dos anos 70 quando um jovem Donald Trump (Sebastian Stan) está assumindo o negócio imobiliário do pai, Fred (Martin Donovan), e enfrenta um processo na justiça federal que o acusa de discriminar inquilinos negros. O processo põe em pausa os planos de Trump de sair do ramo de habitações populares e começar a investir em hotéis de luxo, então ele procura a ajuda do advogado Roy Cohn (Jeremy Strong, de Succession), para ajudá-lo. A trama então segue o desenvolvimento da relação entre Trump e Cohn, mostrando a influência do advogado no empresário.

quarta-feira, 2 de outubro de 2024

Crítica – Monstros: Irmãos Menendez Assassinos dos Pais

 

Análise Crítica – Monstros: Irmãos Menendez Assassinos dos Pais

Review – Monstros: Irmãos Menendez Assassinos dos Pais
Quando estreou a primeira temporada de Monstros, nova série de antologia sobre crimes reais produzidas por Ryan Murphy, acabei deixando de conferir a história do assassino Jeffrey Dahmer por já estar saturado na época de séries “true crime”. A série chega a sua segunda temporada com este Monstros: Irmãos Menendez Assassinos dos Pais contando o caso de dois irmãos que mataram os pais no final da década de 80. Eu tinha ouvido falar do caso algumas vezes, mas nunca soube muito à respeito, então resolvi conferir a série.

A narrativa acompanha os irmãos Lyle (Nicholas Alexander Chavez) e Erik Menedez (Cooper Koch) que em 1989 assassinam o pai, José (Javier Bardem), e a mãe, Kitty (Chloe Sevigny), com múltiplos tiros de espingarda. O crime chamou atenção pela crueldade e pelo fato de que os irmãos inicialmente tentaram culpar a máfia pela execução dos pais, tentando sugerir que o pai, um rico empresário da indústria fonográfica, estava envolvido com o crime organizado. O caminho até a eventual condenação dos irmãos levou quase uma década e foi marcado por denúncias de abusos físicos e sexuais que José Menendez teria cometido contra eles.

quarta-feira, 25 de setembro de 2024

Rapsódias Revisitadas – A Paixão de Joana d’Arc

 

Crítica – A Paixão de Joana d’Arc

Review – A Paixão de Joana d’Arc
Lançado em 1928, A Paixão de Joana d’Arc é um marco na história do cinema por múltiplos motivos. Foi o primeiro longa-metragem a narrar a história da heroína francesa Joana d’Arc, que liderou o país contra os ingleses. É também um marco pela maneira de filmar do diretor Carl T. Dreyer que desafiou várias convenções da linguagem audiovisual da época e que mesmo em relação ao cinema de hoje traz uma construção pouco usual.

segunda-feira, 9 de setembro de 2024

Crítica – O Bastardo

 

Análise Crítica – O Bastardo

Review – O Bastardo
Histórias sobre a colonização de algum espaço costumam ser narradas como feitos heroicos de pessoas enfrentando ermos cheios de intempéries ou subjugando populações nativas, sem, no entanto, ponderar sobre as consequências ou a inerente violência desse processo colonial. A produção dinamarquesa O Bastardo, uma das escolhas do país para o Oscar, traz um pouco de ponderação sobre o egoísmo humano que está no cerne desse impulso desbravador.

A narrativa é baseada na história real de Ludvig Kahlen (Mads Mikkelsen) militar dinamarquês responsável por colonizar a península da Jutlândia no século XVIII, que hoje compreende a maior parte do território dinamarquês. Estabelecer o primeiro assentamento da região, no entanto, não era uma tarefa fácil e o reinado dinamarquês já tinha perdido o interesse no espaço. É apenas quando Kahlen propõe custear a empreitada do próprio bolso que a Coroa lhe dá permissão para construir seu assentamento. Lá, Kahlen enfrenta as intempéries do ermo, a dificuldade de cultivar um solo tomado por urzes, os saqueadores e principalmente as sabotagens perpetradas pelo magistrado local Frederik De Schinkel (Simon Bennebjerg) que quer as terras para si.

sexta-feira, 26 de julho de 2024

Crítica – Pequenas Cartas Obscenas

 

Análise Crítica – Pequenas Cartas Obscenas

Review – Pequenas Cartas Obscenas
Estrelado por Olivia Colman e Jessie Buckley Pequenas Cartas Obscenas é uma daquelas produções que nos lembra como a realidade pode ser mais maluca que a ficção. A trama é baseada na história real de um pequeno vilarejo no interior da Inglaterra pós Segunda Guerra que ficou em polvorosa quando cartas cheias de ofensas e palavrões começaram a ser recebidas por diferentes habitantes da cidade.

A narrativa é focada em Edith Swan (Olivia Colman), uma carola solteirona que mora com os pais e é um dos primeiros alvos das cartas obscenas. Depois de receber algumas correspondências os pais de Edith, Edward (Timothy Spall) e Victoria (Gemma Jones), chamam a polícia. Edith acha que a responsável é sua vizinha, a irlandesa Rose (Jessie Buckley), uma viúva de vida livre e boca suja que chegou na cidade pouco tempo depois da guerra com a filha Nancy (Alisha Weir, de Abigail). Como Rose é a única mulher “sem decoro” da cidade ela é automaticamente tratada como culpada pela polícia local, sendo presa enquanto aguarda julgamento pelo crime. Enquanto isso, Gladys (Anjana Vassan), a única policial mulher da cidade, crê na inocência de Rose e tenta encontrar o real culpado.

segunda-feira, 3 de junho de 2024

Crítica – A Musa de Bonnard

 

Análise Crítica – A Musa de Bonnard

Review – A Musa de Bonnard
Biografia do pintor pós-expressionista Pierre Bonnard, A Musa de Bonnard foca na relação dele com a esposa Marthe e como os vários quadros que fez dela impulsionaram a sua carreira. A produção tinha o potencial de nos fazer entender as transformações que um relacionamento causaram na arte de Bonnard e como isso mexeu com seu processo criativo, mas o filme parece mais interessado em meramente narrar os fatos do que entender o que está por trás deles.

A narrativa começa com Pierre (Vincent Macaigne) conhecendo Marthe (Cécile de France) durante uma sessão de pintura. A partir daí o casal desenvolve uma paixão arrebatadora e não consegue mais ficar separado. Acompanhamos então a trajetória dos dois até o fim de suas vidas e as eventuais turbulências no relacionamento.

quinta-feira, 23 de maio de 2024

Crítica – Feud: Capote vs the Swans

 

Análise Crítica – Feud: Capote vs the Swans

Review – Feud: Capote vs the Swans
Se em sua primeira temporada Feud contou a história dos anos de divergência entre Bette Davis e Joan Crawford, esse segundo ano resgata uma briga que mexeu com a alta sociedade nova-iorquina da década de 70 por conta da briga pública entre o escritor Truman Capote e um grupo de mulheres da alta sociedade da qual ele era amigo e denominava como suas “cisnes”.

A trama começa quando Capote (Tom Hollander) publica o conto La Côte Basque 1965 na revista Esquire. O conto seria parte de Súplicas Atendidas, um romance que o escritor estaria produzindo baseado em histórias que ouvia nas altas rodas da sociedade. O conto expunha várias indiscrições e boatos de membros da elite que, embora tivessem seus nomes modificados por Truman Capote, ainda eram facilmente identificáveis. A exposição de casos extraconjugais e outros escândalos levaram as “cisnes” a romperem relações com Capote e o excluírem de eventos da alta sociedade, levando o escritor ao ostracismo e paralisando sua carreira.

sexta-feira, 17 de maio de 2024

Crítica – A Batalha do Biscoito Pop-Tart

 

Análise Crítica – A Batalha do Biscoito Pop-Tart

Review - Unfrosted
Filmes sobre produtos viraram uma tendência recente em Hollywood, com histórias sobre Tetris (2023), sobre o tênis Air Jordans em Air (2023), o Cheetos picante em Flamin Hot (2023) ou sobre o Blackberry (2023). Escrito, dirigido e estrelado por Jerry Seinfeld, A Batalha do Biscoito Pop-Tart parecia ser mais um desses filmes feitos para exaltar histórias de sucesso e confirmar mitos sobre o capitalismo corporativo. A narrativa, no entanto, vai na contramão disso, preferindo tratar toda a história como uma farsa absurda, construindo os trâmites corporativos para a criação de produtos como um circo ridículo.

A trama se passa na década de 60 e é protagonizada por Bob Cabana (Jerry Seinfeld), executivo da Kellogg que descobre que a empresa rival, Post, está desenvolvendo um novo produto de café da manhã que mistura biscoito e geleia, dispensando leite e cozimento, podendo ser esquentado em uma torradeira. Para superar a concorrência Cabana chama a genial, mas geniosa, Stan (Melissa McCarthy), que tenta criar a própria versão desse biscoito antes que a Post o faça.

sexta-feira, 10 de maio de 2024

Drops – Quem Fizer Ganha

 

Análise Crítica – Quem Fizer Ganha

Review – Quem Fizer Ganha
Filme mais recente de Taika Waititi, Quem Fizer Ganha é uma comédia esportiva povoada por personagens interessantes, mas nunca consegue fazer nada de memorável com eles. A trama se baseia na história real da seleção da Samoa Americana que tenta reconstruir o time depois de sofrer uma goleada histórica de 31 a 0 da seleção da Austrália nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2002. O escolhido para ajudar o time é o técnico Thomas Rongen (Michael Fassbender), um sujeito problemático que aceita o cargo porque não consegue trabalho em nenhum outro lugar no mundo do futebol.

De início pensei que fosse mais uma daquelas histórias de “salvador branco” em que o técnico branco estrangeiro chegaria nesse país pequeno e ensinaria os locais a jogarem futebol e a serem melhores com seus valores ocidentais. Felizmente a trama meio que faz o inverso disso ao fazer de Rongen o sujeito a ser salvo, já que são seus demônios internos e senso de isolamento que o fazem ter dificuldade de treinar o time. Claro, ainda é aquela típica narrativa de superação através do esporte, mas ao menos tenta evitar certos clichês colonialistas.

sexta-feira, 26 de abril de 2024

Crítica – Último Ato

 

Análise Crítica – Último Ato

Review – Último Ato
O que fazer para unificar uma nação profundamente polarizada depois que uma parcela do país tentou violentamente abolir o Estado? É uma pergunta que se aplica aos Estados Unidos de hoje (e também ao Brasil, infelizmente), mas no caso da minissérie Último Ato se refere ao fim da Guerra de Secessão dos EUA e como o assassinato do presidente Abraham Lincoln representou um freio nas tentativas de unificar o país, trazendo justiça social e punindo os golpistas.

A trama começa no dia do assassinato de Lincoln (Hamish Linklater) e segue os doze dias da caçada empreendida contra o assassino John Wilkes Booth (Anthony Boyle) pelo ministro da guerra de Lincoln, Edwin Stanton (Tobias Menzies, de Outlander), e pelo detetive Lafayette Baker (Patton Oswalt). Ao mesmo tempo, Stanton luta para que o governo não recue nas reformas pretendidas por Lincoln, principalmente quando o presidente Andrew Jackson (Glenn Morshower), ele próprio um ex-escravagista, parece disposto a capitular às demandas dos ricos do derrotado sul.