Hoje na coluna Drops, dedicada a
textos mais curtos, vou falar sobre dois filmes que acabei deixando passar
quando foram exibidos nos cinemas, Transformers:
O Início e Hellboy e o Homem Torto,
dois filmes que funcionam como recomeços para seus respectivos personagens.
Aventura “padrão Marvel”
Transformers: O Início acompanha a história de dois mineradores,
Orion Pax (Chris Hemsworth) e D-16 (Bryan Tyree Henry, de
Atlanta) antes que eles se tornem os lendários Optimus Prime e
Megatron respectivamente. A trama mostra uma Cybertron arruinada, que depende
da constante mineração de energon para sobreviver enquanto o líder, Sentinel
Prime busca a mítica matriz da liderança para resolver o problema de energia do
planeta.
Desde o início incomoda como o
filme se apoia no expediente de ter seus personagens trocando piadinhas ou
diálogos engraçadinhos o tempo todo, muitas vezes comentando a própria trama,
como se esse tipo de humor “padrão Marvel” fosse um substituto para personagens
sem personalidade ou para uma trama mal escrita (tentar rir de um roteiro ruim
não é por si só engraçado). Isso é principalmente evidente em B-127 (que virará
o Bumblebee), cujo falatório constante é mais constrangedor e irritante do que
engraçado, e em Elita-1 (Scarlett Johansson), que é reduzida à “a garota”, se
limitando a reagir exasperada às ações dos demais personagens de maneira tão
clichê que imaginei que em algum momento ela fosse jogar os braços para cima e
dizer “ah, homens” aborrecida.