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segunda-feira, 19 de agosto de 2024

Lixo Extraordinário – Cinderela Baiana

 

Crítica – Cinderela Baiana

Review - Cinderela Baiana
Desde que comecei a Lixo Extraordinário, essa coluna dedicada a filmes lendários por sua ruindade, nos idos de 2017 sempre ouço a mesma pergunta: “e quando você vai falar sobre Cinderela Baiana?”. Talvez o mais lendário filme ruim do cinema brasileiro Cinderela Baiana foi lançado em 1998 e trazia Carla Perez interpretando uma versão ficcionalizada de si mesma e de sua trajetória de garota pobre de Salvador a estrela da dança. O filme foi um imenso fracasso no lançamento e só começou a ser visto pelas pessoas quando caiu na internet nos primeiros anos do Youtube (reza a lenda que Carla Perez teria adquirido e destruído boa parte dos VHS do filme) se tornando uma espécie de clássico cult da ruindade.

Ele foi, provavelmente, o filme que iniciou o meu masoquismo audiovisual e sem ele provavelmente nunca teria pensado em criar essa coluna. Talvez por conta disso eu tenha esperado para falar sobre ele em uma ocasião especial. Essa ocasião acabou sendo minha participação no Festival Cinderela Baiana de Cinema que ocorreu de 16 a 18 de agosto aqui em Salvador. Fui convidado pela organização do festival a falar sobre o filme, então tive que revê-lo e aproveitei para fazer por escrito minhas considerações. O que vem a seguir é menos uma análise pormenorizada do filme e mais uma tentativa de explicar como ele ganhou seu status lendário de ruindade e porque ele continua sendo discutido mesmo sendo tão ruim.

quinta-feira, 13 de junho de 2024

Lixo Extraordinário – Estrada da Morte

 

Crítica - Estrada da Morte

Review - Zyzzyx Rd
Lançado em 2006, o suspense Estrada da Morte entrou para a história do cinema hollywoodiano como a bilheteria mais baixa da indústria, tendo arrecadado apenas trinta dólares na única semana em que ficou em cartaz. Essa manchete atraiu atenção para o filme, despertando a curiosidade de muitos em saber como isso aconteceu e se a produção era realmente tão ruim.

O fracasso

Considerando o preço do ingresso na época, o que foi arrecadado na bilheteria corresponde a seis pessoas indo assistir ao filme, sendo que duas delas, segundo uma reportagem da Entertainment Weekly, foram de pessoas que trabalharam na produção, especificamente uma maquiadora que foi assistir com um amigo. Estrada da Morte ficou em cartaz apenas uma semana em um único cinema de Dallas, no Texas, com uma sessão por dia. A exibição restrita foi proposital para cumprir uma resolução do SAG (o sindicato dos atores), que permite filmes de baixíssimo orçamento, como foi o caso de Estrada da Morte, de pagarem cachês aos atores abaixo de determinados pisos estipulados pela entidade, em contrapartida o sindicato obriga que o filme seja exibido nos cinemas dos EUA.

quinta-feira, 24 de agosto de 2023

Lixo Extraordinário – Rollerball

 

Análise Crítica – Rollerball

Review – Rollerball
Já falei de muitos filmes ruins nessa coluna, já me alonguei contando histórias de produções problemáticas e malucas (como o caso de The Room), mas nenhum dos filmes abordados até aqui foi tão ruim ao ponto de levar à prisão do diretor como aconteceu em Rollerball. Lançado em 2002, o filme era um remake de Rollerball: Gladiadores do Futuro (1975), estrelado por James Caan. A produção de 1975 adaptava um conto de William Harrison e era uma ficção científica distópica na qual em 2018 corporações controlavam o mundo, detinham todo o conhecimento, livros não mais existiam e a televisão era usada para alienar a população através do espetáculo violento do esporte conhecido como Rolleball, uma mistura de hockey e roller derby. O remake de 2002, por sua vez, teve uma produção extremamente conturbada e disputas entre o diretor John McTiernan e os produtores acabaram levando à prisão de McTiernan. Antes de analisar o que faz o filme ser tão ruim, é inevitável falar sobre os bastidores e tudo que deu errado.

 

quarta-feira, 31 de maio de 2023

Lixo Extraordinário – Super Mario Bros (1993)

 

Crítica – Super Mario Bros

Resenha Crítica – Super Mario Bros
A Nintendo conseguiu fazer uma boa adaptação de seus games com a animação Super Mario Bros: O Filme, mas essa não foi a primeira tentativa de levar as aventuras do encanador bigodudo para as telonas. A honra pertence a Super Mario Bros, lançado em 1993 e que ao invés de animação era feito com atores. O resultado foi tão atroz que a Nintendo levou décadas sem querer levar suas propriedades ao cinema até que a recente animação finalmente quebrou a resistência da empresa e fez um grande sucesso.

O filme teve uma produção conturbada, sendo dirigido por um casal (Annabel Jenkel e Rocky Morton) em seu primeiro longa-metragem e que não tinham muita noção do material ou controle da situação. O fracasso retumbante do filme, por sinal, fez que os dois não voltassem a dirigir outro filme em Hollywood. Ao longo dos anos os atores Bob Hoskins e John Leguizamo falaram inúmeras vezes da relação ruim que tinham com os diretores e que para suportar o péssimo ambiente de trabalho bebiam bastante e estavam constantemente bêbados no set. Isso inclusive levou Hoskins a se machucar durante a gravação de uma das cenas de ação.

quinta-feira, 30 de março de 2023

Lixo Extraordinário – Assalto Aéreo

 

Crítica – Assalto Aéreo

Review - Money Plane
Lançado em plataformas digitais durante o auge da pandemia, Assalto Aéreo rapidamente se espalhou em comentários pela internet sobre o quanto ele era ruim. Parecia o tipo de podreira tosca que todos precisavam naquele momento em que não sabíamos como seriam nossas vidas nos meses subsequentes, com o filme se transformando em piada nos meios de cinefilia. Tendo finalmente assistido, consigo atestar que de fato é muito ruim, mas lamentavelmente não é aquele tipo de produção que se torna divertida por ser ruim.

A narrativa é protagonizada por Jack (Adam “Edge” Copeland), um ladrão que está em dívida com o poderoso Darius “The Rumble” Emanuel Grouch III (Kelsey Grammer) que propõe a Jack uma perigosa missão para compensar a dívida. Jack deve se infiltrar no “avião da fortuna”, uma aeronave que funciona como um cassino aéreo fornecendo todo tipo de jogos ou apostas ilegais para os mais ricos do submundo do crime, e roubar bilhões em criptomoedas armazenadas nos servidores do avião.

domingo, 15 de janeiro de 2023

Lixo Extraordinário – Zardoz

 

Crítica – Zardoz

Review – Zardoz
Na década de 70 o diretor John Boorman vinha de seguidos sucessos. Depois de À Queima Roupa (1967) e Amargo Pesadelo (1972) Boorman gozava de prestígio e liberdade criativa em Hollywood o suficiente para conseguir fazer o que quisesse. Seu primeiro instinto foi tentar adaptar a trilogia O Senhor dos Anéis, que seria produzida pela United Artists, mas o estúdio desistiu durante a pré-produção ao perceber o alto valor. Tendo perdido a possibilidade de levar Tolkien para as telas, Boorman resolveu criar do zero um projeto de fantasia e ficção científica em Zardoz.

Lançado em 1974, o filme originalmente seria protagonizado por Burt Reynolds, que trabalhou com Boorman em Amargo Pesadelo. Por conta de alguns problemas de saúde, Reynolds saiu do filme e foi substituído por Sean Connery, que buscava algo diferente para mostrar à indústria que era mais do que James Bond. O (merecido) retumbante fracasso de Zardoz quase enterrou a carreira de Connery.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

Lixo Extraordinário – Labirinto de Emoções

 

Análise Crítica – Labirinto de Emoções

Review - Mazes and Monsters
Na década de 80 houve todo um discurso midiático focado em construir pânico moral ao redor de RPGs de mesa como Dungeons & Dragons. Pessoas que não entendiam esses jogos achavam se tratar de coisas satânicas e qualquer morte ou desaparecimento de jovens na época era creditado aos RPGs. Era algo tão preponderante que a quarta temporada de Stranger Things chegou a explorar esse pânico moral e esse discurso era tão presente e pervasivo que não se limitava ao jornalismo até mesmo a ficção da época se dedicada a demonizar os jogos de RPG. Um exemplo é este Labirinto de Emoções, lançado em 1982 e adaptando um romance escrito por Rona Jaffe, o filme mostrava como jogar RPG destruía a vida dos jovens, recorrendo a caracterizações extremamente caricatas sobre o jogo e seus jogadores. A produção também tem a distinção de ser o primeiro longa metragem estrelado pelo ator Tom Hanks, mas, bem, todo mundo precisa começar por algum lugar.

quinta-feira, 24 de novembro de 2022

Lixo Extraordinário – Fuga Para a Vitória

 

Análise Crítica – Fuga Para a Vitória

Review Crítica – Fuga Para a Vitória
Pelé é o maior jogador de futebol de todos os tempos. Na década de oitenta Sylvester Stallone era um dos astros de Hollywood em maior ascensão depois do sucesso do primeiro Rocky. Logo, juntar os dois em um filme como este Fuga Para a Vitória, lançado em 1981, não tinha como ser ruim, certo? Errado. O resultado, embora longe do nível de incompetência de muitos filmes abordados nesta coluna (afinal trata-se de uma produção dirigida por John Houston), é extremamente entediante e falha em capturar a empolgação de uma partida decisiva de futebol.

A trama se passa durante a Segunda Guerra Mundial, focada em um campo de prisioneiros de guerra composto por soldados de diferentes países capturados pelos nazistas. Lá, Colby (Michael Caine) treina um time de futebol para passar o tempo e o estadunidense Hatch (Sylvester Stallone) tenta aprender a jogar apesar de não entender porque não se pode usar as mãos como no futebol americano. Ao ver o time de Colby o oficial nazista Steiner (Max Von Sydow) propõe um jogo amistoso entre prisioneiros e nazistas. Colby se nega inicialmente, mas aceita ao ver a possibilidade de melhorar as condições dos prisioneiros, enquanto que Hatch vê no jogo uma oportunidade de fugir.

quarta-feira, 18 de maio de 2022

Lixo Extraordinário – Meia-Noite no Switchgrass

 

Crítica – Meia-Noite no Switchgrass

Review – Meia-Noite no Switchgrass
Primeiro longa-metragem do diretor Randall Emmett, Meia-Noite no Switchgrass é provavelmente o pior cartão de apresentação possível para um realizador estreante. Dividido entre ser uma trama investigativa sombria e um drama sobre a condição da mulher em nossa sociedade, o filme não desenvolve nenhum desses elementos direito, exibe vários problemas técnicos e um elenco que parece completamente desinteressado.

A trama se passa no município de Pensacola no estado da Flórida e acompanha uma investigação que tenta encontrar um serial killer de mulheres. O policial Byron (Emile Hirsch) desconfia que os casos recentes de desaparecimentos e mortes de mulheres estão conectados em um único assassino, apesar de seus superiores não acreditarem. Ele acaba se articulando com o FBI, trabalhando com os agentes Karl (Bruce Willis) e Rebecca (Megan Fox).

Em tese a trama investigativa deveria ser para falar do modo como nossa sociedade trata as mulheres, subestimando-as e colocando-as como objetos descartáveis. O problema é que o filme é todo contado pela perspectiva dos homens, com as personagens femininas reduzidas a serem personagens submissas, como a esposa de Byron interpretada por Jackie Cruz (a Flaca de Orange is the New Black), ou como vítima. Mesmo a agente interpretada por Megan Fox é inevitavelmente presa pelo assassino Peter (Lukas Haas), sendo torturada por ele antes de se libertar.

sexta-feira, 1 de abril de 2022

Lixo Extraordinário – O Bingo Macabro

 

Análise – O Bingo Macabro

Review Lixo Extraordinário – O Bingo Macabro
Este O Bingo Macabro é um daqueles filmes que te dá a impressão de que vai ser um trash divertido por conta de sua premissa aloprada. A verdade é que a produção não faz nada de interessante com suas ideias, nem mesmo em termos de gore ou maluquice, então apesar das imagens de divulgação darem a impressão de que veremos uma idosa armada explodindo demônios no seu salão de bingo, a verdade é que muito pouco acontece.

A trama é protagonizada por Lupita (Adriana Barraza), uma senhora que vê seus amigos se mudarem conforme empresas imobiliárias compram as propriedades do bairro para produzir imóveis caros, atraindo hipsters e gentrificando o local. A gota d’água para Lupita ocorre quando seu salão de bingo é vendido, com o misterioso Sr. Dinheiro (Richard Brake) assumindo o negócio e prometendo prêmios altíssimos. Quando as pessoas que vencem no bingo começam a morrer sob circunstâncias misteriosas, Lupita começa a perceber que forças macabras estão em ação.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

Lixo Extraordinário – Para Maiores

 


De todos as produções pavorosas que abordei nesta coluna, Para Maiores (2013) talvez seja uma das que menos se qualifique como filme propriamente dito (ao lado de Salvando o Natal, um misto de escola dominical e Telecurso 2000). É uma série esquetes cômicos encadeados por um fiapo de trama. Trama esta, por sinal, que varia em versões diferentes. Em uma das versões a trama se ancora ao redor de um executivo de estúdio tentando passar ideias para novos filmes (daí os esquetes). Em outra versão a trama se estrutura ao redor de dois adolescentes tentando baixar um filme na internet, mas sempre encontrando a produção errada (daí os esquetes).

Em ambos os casos mal dá para considerar como trama e mesmo internamente nenhum esquete tem qualquer propósito além de gerar risos. O problema é que é quase impossível rir de um material tão sem graça, que se apoia meramente em palavrões e escatologia rasa sem muita criatividade. O que surpreende, no entanto, é o elenco, composto por grandes nomes como Hugh Jackman, Kate Winslet, Halle Berry, Chris Pratt, Chloe Moretz, Emma Stone, Liev Schrieber e tantos outros.

sexta-feira, 10 de setembro de 2021

Lixo Extraordinário – Capcom Fighting Evolution


Análise Crítica – Capcom Fighting Evolution

Review – Capcom Fighting Evolution
Eu costumo falar sobre filmes lendários por sua ruindade nesta coluna, mas hoje decidi ampliar um pouco do escopo e falar também sobre games marcados pela sua ruindade e pelas consequências causadas em suas desenvolvedoras. O escolhido foi Capcom Fighting Evolution, lançado em 2004 para Xbox e Playstation 2, sendo considerado o pior jogo de luta da Capcom. Tão ruim, na verdade, que provocou um hiato de alguns anos na produção de jogos de luta da desenvolvedora que só reergueu o gênero entre suas produções ao lançar Street Fighter IV em 2008.

Em 2004 as coisas não estavam boas para games de luta. O gênero estava em um período de transição por conta do fim da maioria dos fliperamas e as possibilidades de jogar online ainda não tinham a velocidade e precisão que o gênero requisitava. Street Fighter III: 3rd Strike, de 1999, tinha sido o último game da franquia principal da Capcom. A SNK, responsável por The King of Fighters, estava em processo de falência. Mortal Kombat não estava se saindo muito bem em sua transição para o 3D. Apenas algumas séries (a maioria de combates tridimensionais) como Tekken ou Soul Calibur ainda seguiam, embora não estivessem exatamente vendendo em quantidades impressionanentes.

terça-feira, 13 de julho de 2021

Lixo Extraordinário – Street Fighter: A Última Batalha

 Crítica – Street Fighter: A Última Batalha


Review – Street Fighter: A Última Batalha
Filmes baseados em games raramente rendem algo que preste, inclusive já falei sobre alguns desses nesta coluna a exemplo da pavorosa adaptação de The King of Fighters, e este Street Fighter: A Última Batalha é mais um exemplo disso. Logicamente meu eu infantil em 1994 não tinha essa noção e eu quis assistir o filme assim que saiu em VHS, afinal tinha passado incontáveis horas em fliperamas jogando as múltiplas iterações de Street Fighter II. Ainda por cima era estrelado por Jean-Claude Van Damme, que estava no auge da carreira como astro de ação. Na minha infante mente não havia como dar errado. Só que eu estava enganado, eu estava horrível e rudemente enganado.

Na trama, o coronel Guile (Jean-Claude Van Damme) lidera as Nações Aliadas (provavelmente as Nações Unidas não liberaram usar a marca deles nesse fiasco) em uma investida conjunta contra o ditador M.Bison (Raul Julia) e seus planos de dominação mundial. É um fiapo de trama e não haveria qualquer problema nisso já que o jogo não é exatamente um primor narrativo, mas se espera que ao menos isso resulte em algo divertido, mas não é o caso.

quinta-feira, 1 de julho de 2021

Lixo Extraordinário – Meninas Malvadas 2

 

Análise Crítica – Meninas Malvadas 2

Review – Meninas Malvadas 2
Lançado em 2004, Meninas Malvadas foi praticamente um clássico instantâneo subvertendo os clichês de comédias adolescentes ao criticar as divisões em panelinhas e o modo como essas tramas só servem para alimentar a noção problemática de rivalidade feminina e que mulheres não conseguem ser amigas. Sete anos depois foi feita uma continuação sem ninguém da equipe criativa do original ou do elenco (apenas Tim Meadows retornou como o diretor da escola) e o resultado é algo digno desta coluna sobre o que há de pior no cinema.

A narrativa é protagonizada por Jo (Meaghan Martin), uma garota que constantemente muda de escola por conta do pai ser um mecânico da NASCAR. Chegando em sua nova escola, na qual terminará o ensino médio, ela pretende não chamar atenção para si enquanto espera para entrar na faculdade. O problema é que Jo acaba se aproximando Abby (Jennifer Stone), uma garota que é alvo constante do grupo de garotas populares da escola lideradas por Mandi (Maiara Walsh). Assim, Jo acaba se unindo a Abby para derrubar as meninas malvadas da escola.

terça-feira, 20 de abril de 2021

Lixo Extraordinário – A Porta da Loucura (Reefer Madness)

 

Crítica – A Porta da Loucura (Reefer Madness)

Review - Reefer Madness
Hoje a nossa coluna é dotada de algum valor de pesquisa histórica sobre cinema. O filme que falaremos hoje, A Porta da Loucura (Reefer Madness), lançado em 1938, é considerado uma das primeiras produções de Hollywood a falar dos "perigos" da maconha. Observar a “denúncia” feita por esse filme com o olhar de hoje rende boas risadas, já que boa parte do discurso contrário à maconha, feito para assustar as pessoas a se manterem distantes dela, se baseia em ideias já refutadas sobre a substância e em um sensacionalismo tão exagerado que torna tudo hilário. É importante destacar que existem duas versões deste filme, a versão original em preto-e-branco lançada em 1936 e uma versão colorizada (o mesmo filme, só que com cor) dele que foi lançada décadas depois.

A abordagem sensacionalista já se faz presente no letreiro inicial, que avisa que apesar de ser uma obra de ficção, o filme visa educar pais e jovens para o perigo real da droga que está destruindo comunidades, a maconha, que faz as pessoas ficarem em um estado de completa insanidade que conduz a atos de violência. A primeira cena mostra uma reunião da associação de pais no qual um palestrante alerta sobre os perigos das drogas sendo traficadas para os Estados Unidos, com a montagem cortando para imagens que deveriam ilustrar como essas drogas são escondidas em livros, broches ou solas de sapato, mas a maioria dessas drogas nem parecem drogas, apenas grandes retângulos brancos que mais lembram barras de sabão. Claro, alguém poderia dizer que essas não são as drogas em si, mas os pacotes em que são transportadas, no entanto, quando vimos drogas transportadas em retângulos brancos perfeitos?

sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

Lixo Extraordinário – Killer Workout

 Resenha Crítica - Killer Workout


Review - Killer Workout
Lançado em 1987, Killer Workout é um filme de terror sobre um serial killer que mata pessoas dentro de uma academia. É o tipo de premissa que já informa ao espectador que se trata de um filme B bem tosco que provavelmente não tem qualquer preocupação em fazer sentido e é exatamente isso que você vai encontrar aqui.

A trama começa com uma mulher entrando em uma câmera de bronzeamento artificial até que algo dá errado e ela é queimada viva. Imaginamos que essa é a primeira vítima do assassino, mas a cena será importante para uma reviravolta futura. Corta para a academia pertencente a Rhonda (Marcia Karr), um negócio em crescimento graças às aulas de aeróbica, cujos membros começam a ser mortos por um assassino misterioso.

Considerando a curta duração da fita, com cerca de oitenta minutos, chama a atenção da quantidade de imagens de mulheres praticando aeróbica e poses sugestivas, com pernas abertas ou bunda para cima, ou closes de traseiros e seios balançando que o filme insere e que provavelmente compõem um pouco mais de dez por cento de sua minutagem. São imagens que não tem qualquer propósito além de expor os corpos das figurantes ou apenas encher a duração do filme para que ele conseguisse chegar ao tamanho de um longa metragem. Na verdade, fica a impressão de que esse deveria ser um pornô, mas tiraram toda nudez explícita e deixaram só as cenas da “história”.

quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Lixo Extraordinário – King of Fighters: A Batalha Final

 

Análise Crítica – King of Fighters: A Batalha Final

Review – King of Fighters: A Batalha Final
Não é novidade que filmes baseados em games sejam péssimos. Temos inúmeros exemplos da tentativa de levar games para o cinema rendendo alguns longas extremamente ruins. Este King of Fighters: A Batalha Final é só mais um exemplo de como uma adaptação de games pode ser pavorosa. É tão ruim que perto dele Street Fighter: A Última Batalha (1994) parece até assistível em comparação.

Na trama, a energia emanada por três tesouros místicos é usada para acessar uma realidade (ou dimensão) virtual na qual acontece um torneio para decidir quem será o rei dos lutadores. Essa dimensão alternativa não traz consequência para o mundo real, ou seja, não é possível ser ferir ou morrer de verdade nela. Isso muda quando o criminoso Rugal (Ray Park) rouba os três tesouros e toma a dimensão para si, tornando o jogo em um torneio mortal para poder absorver o poder dessa dimensão e da criatura sobrenatural conhecida como Orochi. Para detê-lo, a agente da CIA Mai Shiranui (Maggie Q) precisa reunir os representantes dos três clãs: Kyo Kusanagi (Sean Faris), Iori Yagami (Will Yun Lee) e Chizuru Kagura (Françoise Yip).

segunda-feira, 20 de julho de 2020

Lixo Extraordinário – Os Tubarões de Copacabana

Análise Crítica – Os Tubarões de Copacabana

Review – Os Tubarões de CopacabanaPelo trailer Os Tubarões de Copacabana parece ser um daqueles filmes sobre amigos que se reencontram depois de um tempo afastados e passam a refletir sobre a vida, sobre o passado e pensar nos rumos que tomaram. De certa forma ele é sobre isso, mas, ao mesmo tempo, trata de tantas outras coisas que mal consegue construir uma mensagem coesa.

Na trama, Nando (Raul Gazolla) recebe a notícia que Neto, um amigo de sua antiga turma de surfe, morreu em um acidente. Apesar de estarem afastados desde que Neto casou com uma ex-namorada de Nando, Zulma (Alcione Mazzeo), ele resolve ir ao velório acompanhado dos outros membros da turma. O evento serve de catalisador para o reencontro de Nando com Tiago (Ricardo Macchi), Ezequiel (Ricardo Herriot), Bruno (Alex Teix) e Marcelo (Andre Luiz Pereira). Ao mesmo tempo, Nando precisa lidar com o fato de seu pai estar com câncer terminal e com os avanços de Nicole (Rayane Morais), a filha de Zulma com Neto.

quinta-feira, 9 de julho de 2020

Lixo Extraordinário – Reféns



Análise Crítica – Reféns

Review – Reféns
Lançado em 2011, este Reféns é mais um filme de suspense sobre invasão domiciliar na qual uma família de classe alta tem sua residência invadida por bandidos cruéis atrás de seus bens, sendo agredida e torturada pelos criminosos. Parecia ser um filme bem clichê e, na verdade, é bem clichê, mas o problema é que sequer consegue fazer isso direito.

A narrativa é centrada na família de Kyle (Nicolas Cage). Um dia a casa dele é invadida por um quarteto de ladrões que querem o dinheiro vivo e as joias que ele e a esposa, Sarah (Nicole Kidman), guardam na casa. Com medo que os ladrões os matem quando conseguirem o que querem, Kyle se recusa a abrir o cofre, ao mesmo tempo que teme que a filha, Avery (Liana Liberato), chegue em casa e seja também feita de refém.

A primeira coisa que salta aos olhos é como todos os personagens do filme, sem qualquer exceção, são incrivelmente burros. Os ladrões usam os nomes reais, mostram o rosto para as vítimas e só lembram de amarrar os reféns depois do filme já ter passado da metade. Já os reféns também são idiotas ao extremo. Quando Avery volta para casa e percebe os ladrões, ao invés de tentar sair pela janela do quarto por onde entrou ela desce e tenta sair pela frente, o que obviamente a faz ser pega.

sexta-feira, 8 de maio de 2020

Lixo Extraordinário – Gymkata: O Jogo da Morte



Análise – Gymkata: O Jogo da Morte

Review – Gymkata: O Jogo da Morte
Lançado em 1985, Gymkata: O Jogo da Morte parte da ideia de criar um novo estilo de luta a partir da combinação de artes marciais orientais e ginástica olímpica. Pode até parecer uma premissa curiosa e promissora, mas o resultado final causa risos pelo péssimo roteiro, atuações e cenas de luta.

Na trama, Jonathan (Kurt Thomas) é um ginasta de sucesso  que é recrutado pelo governo para participar de um mortal jogo de sobrevivência promovido pela fictícia nação do Parmistão. Como o governante do país concede um desejo a quem vencer, o governo americano quer colocar alguém na competição para ter seu desejo atendido, de colocar no Parmistão uma base militar de seu projeto antimísseis, o projeto Star Wars (como ninguém foi processado por usar esse nome no filme?). A partir daí acompanhamos o treinamento de Jonathan e depois sua participação nos jogos.

O filme é permeado por decisões sem sentido, sejam de roteiro ou de direção. Os primeiros minutos, que mostram Jonathan ganhando uma competição mais parecem o final de um filme da época, com uma única luz no protagonista, música tensa e a imagem sendo congelada (também conhecido como freeze frame) no momento em que ele desmonta do aparelho com um acompanhamento musical triunfante dá uma ideia de clímax, de fim. No entanto assistimos apenas uns quatro minutos do filme.