Depois que
Cavaleiro da Lua prometeu algo mais ao estilo de um estudo de
personagem e acabou entregando um clímax que se entregava a todos os
lugares-comuns de histórias de super-heróis,
Ms. Marvel chega para entregar uma trama focada em sua protagonista
de maneira mais coesa. Apesar de ter seus momentos de ação, o interesse
principal é o amadurecimento de sua protagonista e como ela lida com questões
de identidade e pertencimento. Aviso que o texto contem SPOILERS da série.
Na trama, Kamala (Iman Vellani) é
uma adolescente de origem paquistanesa que é fã de super-heróis, principalmente
da Capitã Marvel (Brie Larson). A vida de Kamala muda quando ela usa um antigo
bracelete que pertenceu a sua bisavó e ganha estranhos poderes de manipular
energia. Essas habilidades colocam ela na mira do Controle de Danos, agência
governamental que monitora indivíduos com potencial destrutivo, e também de um
grupo de seres poderosos interessados no bracelete.
A trama é menos sobre combater
uma ameaça específica e mais sobre Kamala compreender seu lugar no mundo como
uma filha de imigrantes que vive em um constante entrelugar entre o país no
qual nasceu, com tudo que ela se identifica nele, e a cultura de sua família
cuja comunidade é parte integral da vida dela. É uma questão que impacta boa
parte das segundas gerações de imigrantes, principalmente dos imigrantes que
são tratados como cidadãos de segunda classe ou como ameaça pelos EUA, a
exemplo dos muçulmanos.