quinta-feira, 21 de novembro de 2024
Crítica – Detetive Alex Cross
terça-feira, 12 de novembro de 2024
Crítica – Pinguim
segunda-feira, 11 de novembro de 2024
Crítica – Herege
quarta-feira, 6 de novembro de 2024
Drops – Transformers: O Início e Hellboy e o Homem Torto
Hoje na coluna Drops, dedicada a textos mais curtos, vou falar sobre dois filmes que acabei deixando passar quando foram exibidos nos cinemas, Transformers: O Início e Hellboy e o Homem Torto, dois filmes que funcionam como recomeços para seus respectivos personagens.
Aventura “padrão Marvel”
Desde o início incomoda como o filme se apoia no expediente de ter seus personagens trocando piadinhas ou diálogos engraçadinhos o tempo todo, muitas vezes comentando a própria trama, como se esse tipo de humor “padrão Marvel” fosse um substituto para personagens sem personalidade ou para uma trama mal escrita (tentar rir de um roteiro ruim não é por si só engraçado). Isso é principalmente evidente em B-127 (que virará o Bumblebee), cujo falatório constante é mais constrangedor e irritante do que engraçado, e em Elita-1 (Scarlett Johansson), que é reduzida à “a garota”, se limitando a reagir exasperada às ações dos demais personagens de maneira tão clichê que imaginei que em algum momento ela fosse jogar os braços para cima e dizer “ah, homens” aborrecida.
quarta-feira, 30 de outubro de 2024
Drops – Lobos
Operativos discretos
Na trama, Clooney é um mercenário especialista em fazer desaparecer as indiscrições dos poderosos. Ele é contratado pela promotora Margaret (Amy Ryan) depois que um jovem com quem ela está tendo um caso aparentemente morre em seu quarto de hotel. O problema é que os donos do hotel também contrataram seu próprio mercenário no operativo vivido por Brad Pitt. Como os dois clientes têm seus próprios interesses a proteger, os mercenários são obrigados a trabalharem juntos. As coisas se complicam quando os dois encontram uma quantidade enorme de drogas na mochila do garoto morto e precisam descobrir a quem as drogas pertencem para que os donos não mirem em seus clientes.
terça-feira, 29 de outubro de 2024
Crítica – O Poder e a Lei: Terceira Temporada
Lei para quem precisa
A trama segue onde o segundo ano parou, com Mickey (Manuel Garcia-Rulfo) tentando descobrir quem matou sua antiga cliente, Gloria (Fiona Rene), ao mesmo tempo em que defende o homem acusado de matá-la, Julian (Devon Graye), a quem Mickey considera inocente. Para o advogado inocentar Julian o levará diretamente ao culpado pela morte de Gloria, mas isso o coloca em meio a uma perigosa teia de crimes.
segunda-feira, 28 de outubro de 2024
Crítica – Não Se Mexa
quarta-feira, 23 de outubro de 2024
Crítica – A Garota da Vez
Mulheres objeto
Já na primeira cena com Sheryl em um teste de elenco o filme ilustra como Hollywood é um espaço que objetifica mulheres ao mostrar os dois produtores de elenco cochichando sobre a aparência da personagem enquanto a câmera abre o plano para mostrar que Sheryl está em pé bem diante deles. O final da cena, em que eles mudam de atitude no instante em que ela diz não se interessar por fazer cenas com nudez reforça a ideia de que ela está ali para servir ao olhar masculino.
Ao longo de todo o arco de Sheryl isso é constantemente reforçado pelas interações entre ela e outros homens e pelo modo como Kendrick filma essas situações. Seja em closes ou em planos mais abertos, os homens estão sempre entrando em quadro para encostar na personagem ou tocar seu rosto, como se invadissem seu espaço pessoal. Essas interações são sempre marcadas com um senso de desconforto, como na conversa que ela tem em um bar com o vizinho Terry (Pete Holmes), na qual ela acaba cedendo aos seus avanços apesar de inicialmente rejeitá-lo. Como na cena com os produtores de elenco, é visível como Terry muda de atitude no momento em que percebe que não irá conseguir o que quer dela e Sheryl decide ceder talvez por medo de sua reação ou por receio de alienar o único amigo que tem na cidade.
O senso de objetificação se reforça quando ela chega no set do programa no qual o apresentador vivido por Tony Hale constantemente comenta sobre a aparência de Sheryl, toca em seu corpo e diz que ela está ali apenas para ser bonita. Não à toa que o pequeno gesto de resistência da atriz de sair do roteiro e fazer perguntas jocosas aos candidatos que expõem o seu machismo é recebida com fúria pelo apresentador. Nesse sentido, o fato de Rodney dar todas as “respostas certas” soando como um cara legal mostra que não há padrão para homens abusivos e mesmo alguém que soa bacana ou inofensivo pode ser um potencial agressor, criando um senso de tensão crescente conforme Sheryl se aproxima de Rodney e demora a perceber sua real natureza.
Muitas vítimas, pouco tempo
A questão é a despeito de ideias interessantes e composições de planos cuidadosas, o filme derrapa em um material que tenta abrir várias frentes narrativas simultâneas, mas não desenvolve quase nenhuma a contento. A espectadora do programa que reconhece Rodney como o estuprador de sua amiga está ali só para mostrar como mulheres são ignoradas ou silenciadas em suas denúncias, seja por quem detêm poder, como os funcionários do estúdio que a ignoram, ou de quem está próxima dela, como o namorado, que a trata como doida ao invés de acreditar no que ela diz. A personagem existe mais como uma engrenagem em um mecanismo e menos como uma pessoa autônoma dotada de suas próprias motivações.
Os segmentos que mostram o passado de Rodney e como ele constantemente matava com impunidade ou evadia autoridades enquanto mantinha emprego em grandes jornais e instituições similares tenta reforçar a existência de estruturas de poder que protegem homens abusivos e entender como esse predador age, mas fica na superfície dessas ideias. Ocasionalmente o filme aponta para questões subjacentes da personalidade de Rodney, como as várias sugestões de que ele se interessa por homens, mas não faz nada com esse dado.
A narrativa também passa algum tempo com as vítimas do assassino, revelando como ele é um predador astuto, sempre se aproximando de mulheres sozinhas ou em situação de vulnerabilidade. O desfecho, que nos faz acompanhar uma sobrevivente de seus ataques, analisa como a sobrevivência dela se relaciona em tentar manter um senso de normalidade com seu abusador, agindo como se nada demais tivesse acontecido para ganhar tempo para escapar. O problema é que passamos muito pouco tempo com essa personagem para que seu arco tenha o impacto devido e, considerando que é ela a responsável pela captura do assassino me pergunto por que não seria sua história a central para a trama ao invés da trama de Sheryl, que não seria muito mais que uma nota de rodapé na trajetória do assassino.
Do jeito que está, A Garota da Vez fica na superfície de
seus temas principais, apontando os abusos e os mecanismos que facilitam sua
perpetuação, mas fazendo pouco para analisar seu funcionamento, se dividindo em
múltiplas tramas que não saem da superfície. É competente na construção do
senso de desconforto experimentado por Sheryl no seu cotidiano e Anna Kendrick
se mostra muito consciente das escolhas que faz como diretora, uma pena o texto
não estar à altura disso.
Nota: 6/10
Trailer
quinta-feira, 17 de outubro de 2024
Crítica – Pisque Duas Vezes
Ilha do esquecimento
A trama é centrada na garçonete Frida (Naomi Ackie). Um dia ela vai com a amiga Jess (Alia Shawkat) a uma festa e conhece o bilionário da tecnologia Slater (Channing Tatum). Ele as convida para passar uns dias em sua ilha particular e a dupla aceita. Chegando lá conhecem outros amigos e amigas do bilionário e passam seus dias na piscina, tomando drinks, comendo comida refinada e em festas que nunca terminam. Com o tempo, porém, Frida começa a se sentir esquisita, já que a proibição de celulares ou relógios a faz perder noção de há quanto tempo está ali e ocorrências estranhas, como outros convidados sumindo e ninguém lembrando deles, a fazem suspeitar de que há algo muito estranho ocorrendo ali.
quarta-feira, 16 de outubro de 2024
Crítica – Identidades em Jogo
segunda-feira, 14 de outubro de 2024
Crítica – Garotas em Fuga
Comédia de erros
A trama é centrada em Jamie (Margaret Qualley), que busca um recomeço depois de terminar com a namorada, Sukie (Beanie Feldstein), embarca em uma viagem para a Flórida ao lado de sua amiga Marian (Geraldine Viswanathan). O problema é que o carro que elas alugaram deveria ser entregue a um grupo de criminosos que iria transportar a carga escondida nele até a Flórida e agora os criminosos estão no encalço das duas.
Muito do humor vem das personalidades opostas da dupla principal, com Jamie sendo aventureira e disposta a qualquer maluquice enquanto Marian é mais retraída e introspectiva. Boa parte das situações insólitas em que a dupla se coloca vem de Jamie querer que Marian se solte e tenha uma transa espetacular com alguma garota que encontrem na estrada, enquanto Marian prefere esperar pela garota ideal.
Universo caótico
Além das protagonistas, o filme povoa seu universo com figuras esquisitas e histriônicas, como a dupla de capangas no encalço de Jamie e Marian, que estão sempre discordando e questionando o modo de agir um do outro, enquanto um quer ser mais violento o outro tenta resolver via diálogo, um embate que terá consequências sangrentas perto do final. Igualmente pitoresca é a agressiva policial vivida por Beanie Feldstein que parece sempre reagir a qualquer situação com o máximo de intensidade, que faça sentido para o momento ou não.
Esse senso de bizarrice se dá também na própria progressão da trama, com guinadas que acontecem por conta de coincidências ou desencontros fortuitos e revelações completamente absurdas. A principal delas é a descoberta do que há na maleta escondida no carro de Jamie e Marian e o motivo de um poderoso e conservador senador da Flórida (interpretado por Matt Damon) estar tão focado em recuperá-la. De todas as possibilidades de construir uma trama de escândalo político, o filme escolhe pela via mais estúpida e aloprada possível. Há uma crítica aqui às hipocrisias dessas figuras públicas que arrotam moralismo em prol da “família tradicional”, mas são observações que nunca saem da superfície e carecem da acidez de sátiras sociais que os Coen já fizeram em filmes como Fargo (1996), O Grande Lebowski (1998) ou Queime Depois de Ler (2006).
Assim, Garotas em Fuga diverte pelo seu universo povoado por personagens
excêntricos, ainda que não faça nada que os Coen não tenham feito melhor em
trabalhos anteriores.
Nota: 6/10
Trailer
terça-feira, 8 de outubro de 2024
Crítica – A Casa Mórbida
quarta-feira, 2 de outubro de 2024
Crítica – Monstros: Irmãos Menendez Assassinos dos Pais
A narrativa acompanha os irmãos Lyle (Nicholas Alexander Chavez) e Erik Menedez (Cooper Koch) que em 1989 assassinam o pai, José (Javier Bardem), e a mãe, Kitty (Chloe Sevigny), com múltiplos tiros de espingarda. O crime chamou atenção pela crueldade e pelo fato de que os irmãos inicialmente tentaram culpar a máfia pela execução dos pais, tentando sugerir que o pai, um rico empresário da indústria fonográfica, estava envolvido com o crime organizado. O caminho até a eventual condenação dos irmãos levou quase uma década e foi marcado por denúncias de abusos físicos e sexuais que José Menendez teria cometido contra eles.
segunda-feira, 30 de setembro de 2024
Rapsódias Revisitadas – Assassinato em Gosford Park
A narrativa se passa em 1932 e acompanha um final de semana na propriedade de Gosford Park, chefiada pelo truculento William McCordle (Michael Gambon). A propriedade abriga no final de semana membros proeminentes da sociedade britânica, como lady Constance Trentham (Maggie Smith), a filha de McCordle, Sylvia (Kristin Scott Thomas), Raymond Stockbridge (Charles Dance), além de convidados estrangeiros como o produtor de cinema Morris Weissman (Bob Balaban). Esses ricos vem acompanhados de seus criados, como Mary (Kelly Macdonald), que serve lady Trentham, ou Henry (Ryan Philippe) assistente de Weissman que acaba sendo colocado junto com os outros criados, além da própria equipe da mansão, como a sra. Wilson (Helen Mirren), Elsie (Emily Watson), George (Richard E. Grant) e o chefe dos criados, o sr. Jennings (Alan Bates).
sexta-feira, 27 de setembro de 2024
Crítica – Calor Mortífero
Mistério requentado
A trama se passa na Grécia e acompanha o detetive particular Nick Bali (Joseph Gordon Levitt) contratado pela socialite Penelope (Shailene Woodley) para investigar a morte de seu cunhado Leo (Richard Madden). Leo teria morrido ao cair de um penhasco durante uma escalada livre (sem equipamentos), com a morte sendo considerada um acidente. Penelope, no entanto, desconfia de algo, já que o controle da empresa da família está em jogo, contrata o detetive. As principais suspeitas recaem sobre Elias (Richard Madden), irmão gêmeo de Leo e marido de Penelope, e Audrey (Claire Holman), a controladora mãe dos gêmeos.
quinta-feira, 12 de setembro de 2024
Crítica – O Cara da Piscina
A trama é centrada em Darren (Chris Pine), um tratador de piscinas hiponga, conspiracionista, metido a filósofo e ativista político, sempre cobrando mudanças nas linhas de ônibus na câmara de vereadores. Quando ele esbarra em um escândalo envolvendo o presidente da câmara, Stephen Toronkowski (Stephen Tobolowski), que pode estar recebendo propina do magnata imobiliário Theodore Hollandaise (Clancy Brown) para aprovar um grande empreendimento, Darren decide investigar a questão. No meio do caminho encontra a femme fatale June (DeWanda Wise) e mais uma série de personagens pitorescos.
sexta-feira, 6 de setembro de 2024
Drops – Os Provocadores
segunda-feira, 2 de setembro de 2024
Crítica – Armadilha
A prisão do pop
Cooper (Josh Hartnett) está com a filha no show da cantora pop Lady Rave (Saleka Shyamalan, filha do diretor). Ao descobrir que a polícia montou uma armadilha para prendê-lo ele usa todas as suas habilidades para encontrar um meio de fugir do local ao mesmo tempo em que tenta manter sua fachada diante da filha.
A narrativa tem sua parcela de conveniências, como o fato de Cooper constantemente encontrar pessoas que revelam facilmente os segredos da operação ou algumas soluções pouco plausíveis, como o avental roubado de um funcionário estar com a carteira do sujeito dentro para que Cooper possa usar um documento para sair de um problema. Muito disso, no entanto, é tratado com alguma medida de humor, parte da autoconsciência que o filme exibe a respeito de toda a sua vibe de filme B.
Hartnett, que vem experimentando uma renascença na carreira com participações em produções como Black Mirror ou Oppenheimer (2023), é ótimo em construir a dualidade de Cooper. Um pai amoroso, que parece se importar de verdade com a filha e quer mantê-la longe de sua faceta mais sombria, e um assassino ardiloso e cruel que não se importa em mentir, manipular ou ferir os outros para conseguir o que quer. A composição de Harnett mostra aos poucos as rachaduras que vão aparecendo em sua fachada de cidadão pacato, ficando mais agitado e com mais dificuldade de se manter no controle.
Esse desvelamento da personalidade do protagonista se dá também pelo modo como Shyamalan o filma, recorrendo a closes mais fechados ou planos detalhe de pequenos tiques e expressões do personagem que revelam sua tensão e gradual perda de controle, além de ressaltar a sensação de acuamento e como as opções e espaços estão diminuindo ao seu redor. A narrativa se equilibra em uma corda bamba tonal, tentando ao mesmo tempo nos fazer temer Cooper por sua natureza cruel e implacável e fazer nos importarmos com sua relação com a filha, a exemplo de toda a subtrama envolvendo a briga da filha com uma colega de escola. Essas duas facetas eventualmente convergem, como no momento em que Cooper convence a produção do show a escolher sua filha para ser chamada para dançar com Lady Raven no palco, simultaneamente conseguindo acesso aos bastidores da arena e fazendo a filha provocar ciúmes na patricinha que a maltratou.
O caos da liberdade
É uma pena que toda essa construção cuidadosa e o crescimento da tensão desmoronem assim que a narrativa deixa o estádio. A impressão é que Shyamalan tinha umas três ideias diferentes de como encerrar sua narrativa e resolveu executar todas ao mesmo tempo, resultando em um vai e vêm constante de caminhos narrativos, reviravoltas que se acumulam tão rápido que não causam o impacto devido e soluções tão convenientes que mesmo no clima de excesso do filme soam pouco críveis.
A revelação envolvendo a personagem de Alison Pill, por exemplo, falha em ser a grande reviravolta que o filme a conduz para ser por soar desonesta. A personagem aparece muito tarde e muito pouco para sentirmos que aquela é uma guinada inesperada que ressignifica o que achávamos entender da dinâmica daquelas personagens e mais algo que o roteiro tira da cartola no último minuto porque precisava chocar o espectador. Para funcionar como o filme esperava que funcionasse era preciso apresentar a personagem antes, mostrar o estado da relação de Cooper com ela e ir construindo alguma medida subjacente de ambiguidade.
É mais um exemplo que mostra como Shyamalan é um ótimo diretor, mas um péssimo roteirista, algo que já mencionei quando escrevi sobre Batem à Porta (2023). Shyamalan só tinha a ganhar se concentrasse seus esforços na direção e tivesse alguém para desenvolver os roteiros ao seu lado a partir dos argumentos que ele próprio cria.
Armadilha vale pelo modo como constrói o senso crescente de tensão
no jogo de gato e rato entre o protagonista e seus perseguidores, bem como na
dualidade que traz ao protagonista, sendo lamentável que ele se perca no
clímax, desperdiçando o seu próprio potencial.
Nota: 6/10
Trailer
quinta-feira, 29 de agosto de 2024
Drops – O Reencontro da Turma
segunda-feira, 26 de agosto de 2024
Crítica – Longlegs: Vínculo Mortal
Instinto sombrio
A narrativa é centrada em Lee Harker (Maika Monroe, de Corrente do Mal) uma jovem agente do FBI que tem um instinto afiado para encontrar criminosos. Ela acaba incumbida pelo seu superior, Carter (Blair Underwood), de investigar os assassinatos cometidos pelo misterioso Longlegs (Nicolas Cage). Ao longo de anos, o assassino matou cerca de dez famílias inteiras, sempre deixando uma carta cifrada no local do crime, mas nenhuma evidência física de sua participação nos crimes, que são considerados assassinatos seguidos de suicídio e as provas apontam para os pais de cada família cometendo os crimes.