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sexta-feira, 15 de novembro de 2024

Drops – Corte no Tempo

 

Crítica – Corte no Tempo

Review – Corte no Tempo
Uma adolescente volta ao passado para impedir um serial killer de matar um ente querido e no processo aprende mais sobre o passado de sua família. Essa era a premissa de Dezesseis Facadas (2023) e que é repetida neste Corte no Tempo, mas sem o humor ou o gore da produção de 2023.

Mortes sem impacto

A trama é protagonizada por Lucy (Madison Bailey, de Outer Banks), uma garota que acidentalmente viaja no tempo para 2003, dias antes da irmã mais velha, Summer (Antonia Gentry, de Ginny & Georgia) ser assassinada. Presa no passado, ela precisa encontrar um meio de retornar ao presente ao mesmo tempo em que busca um meio de impedir a morte da irmã.

segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Crítica – Herege

 

Análise Crítica – Herege

Review – Herege
Aproveitando sua boa fase como vilão nos filmes do Paddington ou no divertido e pouco visto Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes (2023), Hugh Grant resolve fazer um vilão de terror neste Herege. A produção visa ser um questionamento sobre fé e instituições religiosas conta a história de duas missionárias mórmons, Barnes (Sophie Tatcher) e Paxton (Chloe East), que se veem presas na casa do estranho Sr. Reed (Hugh Grant) depois dele convidá-las para falar mais do mormonismo. Na casa, Reed irá testar as convicções delas em situações que começam desconfortáveis, se tornam tensas e logo se transformam em desafios mortais.

quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Drops – Transformers: O Início e Hellboy e o Homem Torto

 

Hoje na coluna Drops, dedicada a textos mais curtos, vou falar sobre dois filmes que acabei deixando passar quando foram exibidos nos cinemas, Transformers: O Início e Hellboy e o Homem Torto, dois filmes que funcionam como recomeços para seus respectivos personagens.

Aventura “padrão Marvel”

Análise Crítica – Transformers: O Início


Review – Transformers: O Início
Transformers: O Início acompanha a história de dois mineradores, Orion Pax (Chris Hemsworth) e D-16 (Bryan Tyree Henry, de Atlanta) antes que eles se tornem os lendários Optimus Prime e Megatron respectivamente. A trama mostra uma Cybertron arruinada, que depende da constante mineração de energon para sobreviver enquanto o líder, Sentinel Prime busca a mítica matriz da liderança para resolver o problema de energia do planeta.

Desde o início incomoda como o filme se apoia no expediente de ter seus personagens trocando piadinhas ou diálogos engraçadinhos o tempo todo, muitas vezes comentando a própria trama, como se esse tipo de humor “padrão Marvel” fosse um substituto para personagens sem personalidade ou para uma trama mal escrita (tentar rir de um roteiro ruim não é por si só engraçado). Isso é principalmente evidente em B-127 (que virará o Bumblebee), cujo falatório constante é mais constrangedor e irritante do que engraçado, e em Elita-1 (Scarlett Johansson), que é reduzida à “a garota”, se limitando a reagir exasperada às ações dos demais personagens de maneira tão clichê que imaginei que em algum momento ela fosse jogar os braços para cima e dizer “ah, homens” aborrecida.

quarta-feira, 9 de outubro de 2024

Crítica – Infestação

 

Análise Crítica – Infestação

Review – Infestação
Assistir Aracnofobia (1990) e sua continuação na Sessão da Tarde quando criança me deixou com medo de aranhas por muito tempo. A possibilidade de talvez ser traumatizado de novo por um filme de terror com aranhas provavelmente foi o que me impeliu a assistir este Infestação, produção francesa que é o primeiro longa-metragem do diretor Sébastien Vanicek.

Humanidade inane

A trama é centrada em Kaleb (Théo Christine), um jovem de vinte e poucos anos que vive de revender tênis de marca e mora no apartamento de sua falecida mãe em um prédio de habitação popular na periferia de Paris. Ele não tem muitas perspectivas de futuro e se interessa por animais exóticos. Um dia ele compra uma aranha estranha em um container de plástico da loja de produtos roubados na qual ele adquire os tênis que revende. Logicamente a aranha escapa e rapidamente se multiplica, infestando o prédio.

terça-feira, 8 de outubro de 2024

Crítica – A Casa Mórbida

 

Análise Crítica – A Casa Mórbida

Review – A Casa Mórbida
É impressionante como os filmes da parceria entre a Blumhouse e a Prime Video partem de boas premissas, mas ficam aquém de seu potencial. Aconteceu em Noturno (2020), em A Babá (2022) e agora volta a acontecer neste A Casa Mórbida, cuja premissa pode ser resumida com “e se O Urso se passasse em uma casa mal assombrada?” para tentar desenvolver um “horror gastronômico”.

terça-feira, 24 de setembro de 2024

Crítica – A Substância

 

Análise Crítica – A Substância

Review – A Substância
Funcionando como uma versão moderna de O Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wilde, ou do Fausto, de Goethe, A Substância usa o horror corporal para ponderar sobre o tempo, nossa relação com o corpo e os excessos que as pessoas vão para se adequarem a padrões de beleza e juventude impostos pela sociedade. É também sobre como Hollywood e toda a indústria do entretenimento objetifica as mulheres e constrói uma visão de que envelhecimento é algo indesejável apesar de ser um meio controlado por homens brancos velhos.

A narrativa é protagonizada por Elizabeth Sparkle (Demi Moore) que outrora foi uma premiada estrela de cinema, mas com o tempo viu sua fama diminuir e agora apresenta um programa matinal de ginástica. Em seu aniversário de 50 anos Elizabeth ouve Harvey (Dennis Quaid), o produtor do programa, falando em demiti-la e contratar alguém mais jovem por Elizabeth já ter passado demais de seu tempo. Depois da demissão Elizabeth recebe uma correspondência lhe oferecendo uma droga misteriosa chamada apenas de “A Substância” que promete um “novo eu” perfeito. Ela decide usar o item misterioso e cria uma versão jovem e bela de si em Sue (Margaret Qualley). Os efeitos da substância, no entanto, não são permanentes e ela deve voltar ao seu corpo original a cada sete dias, mas a fama e facilidades que Sue obtém a fazem ter repulsa de seu corpo mais velho e a levam a estender mais seu tempo como Sue, trazendo consequências sérias para ambas.

segunda-feira, 26 de agosto de 2024

Crítica – Longlegs: Vínculo Mortal

 

Análise Crítica – Longlegs: Vínculo Mortal

Review – Longlegs: Vínculo Mortal
Dirigido por Osgood Perkins, filho do ator Anthony Perkins (famoso pelo Norman Bates de Psicose), este Longlegs: Vínculo Mortal mistura um thriller de serial killer com horror sobrenatural. Nem sempre a mistura transita de maneira fluida entre os gêneros, mas a condução de Perkins é eficiente em criar uma atmosfera de constante tensão.

Instinto sombrio

A narrativa é centrada em Lee Harker (Maika Monroe, de Corrente do Mal) uma jovem agente do FBI que tem um instinto afiado para encontrar criminosos. Ela acaba incumbida pelo seu superior, Carter (Blair Underwood), de investigar os assassinatos cometidos pelo misterioso Longlegs (Nicolas Cage). Ao longo de anos, o assassino matou cerca de dez famílias inteiras, sempre deixando uma carta cifrada no local do crime, mas nenhuma evidência física de sua participação nos crimes, que são considerados assassinatos seguidos de suicídio e as provas apontam para os pais de cada família cometendo os crimes.

quinta-feira, 22 de agosto de 2024

Crítica – A Primeira Profecia

 

Análise Crítica – A Primeira Profecia

Funcionando como prelúdio para A Profecia (1976) este A Primeira Profecia conta as origens da seita sinistra que tenta trazer o anticristo para o mundo e mergulhá-lo em trevas. Considerando que nenhuma tentativa de continuar A Profecia foi lá grande coisa eu não tinha muitas expectativas em relação a esse prelúdio, mas, felizmente, o resultado é um terror bem executado.

A trama se passa no final da década de 60 e gira em torno de Margaret (Nell Tiger Free), freira que é enviada para trabalhar em um orfanato em Roma. Chegando lá ela conhece a jovem Carlita (Nicole Sorace), que exibe um comportamento instável e esquisito. Com o tempo Margaret experimenta visões e outras ocorrências estranhas e começa a desconfiar que a responsável pelo local, a Irmã Silva (Sônia Braga) guarda algum segredo sombrio.

sexta-feira, 16 de agosto de 2024

Crítica – MaXXXine

Resenha Crítica – MaXXXine


Review – MaXXXine
Desfecho da trilogia iniciada com X: A Marca da Morte (2022) e Pearl (2023), este MaXXXine é, infelizmente o mais fraco dos três. Ele segue boa parte dos temas iniciados nos dois outros filmes, mas não tem muito a acrescentar a eles. A trama acompanha a atriz Maxine (Mia Goth), depois dos eventos do primeiro filme. Ainda marcada pelo trauma da matança a qual sobreviveu ela tenta reconstruir a carreira saindo do pornô e indo para Hollywood. Quando Maxine consegue um papel de protagonista em um filme de terror ela crê que finalmente alcançará o estrelato que almeja, mas começa a ser seguida pelo detetive John Labat (Kevin Bacon) que ameaça revelar segredos do passado dela, tudo isso enquanto a atriz navega pelo perigo das ruas de Los Angeles aterrorizadas pelo serial killer Night Stalker (que existiu de verdade).

quarta-feira, 14 de agosto de 2024

Crítica – Alien: Romulus

 

Análise Crítica – Alien: Romulus

Review – Alien: Romulus
Depois de dois filmes bem aquém do esperado com Prometheus (2012) e Alien: Covenant (2017) eu não tinha muitas expectativas em relação a este Alien: Romulus. Sim, o diretor Fede Alvarez tem uma trajetória sólida no horror com filmes como O Homem nas Trevas (2016) ou A Morte do Demônio (2013), mas a impressão é que não havia muito mais a ser dito sobre o universo criado em Alien: O Oitavo Passageiro (1979). Alien: Romulus não é uma reinvenção da franquia, mas trabalha de modo consistente seus temas de totalitarismo corporativo, soberba humana ou a tentativa do homem em tomar para si a criação da vida. Inclusive executa melhor alguns conceitos que não foram muito bem aproveitados em produções anteriores neste universo.

A trama é centrada em Rain (Cailee Spaeny), que trabalha em uma decadente colônia de mineração da Weyland-Yutani. Ela acumulou horas de trabalho suficientes para conseguir um passe para deixar o lúgubre planeta minerador que não recebe luz solar para um lugar, mas habitável. Quando a empresa muda a cota de horas na última hora, ela decide encontrar um outro meio para sair do planeta junto com o sintético Andy (David Jonsson), a quem considera um irmão. A chance de fuga aparece através de Tyler (Archie Renaux) que propõe a Rain usar as permissões que Andy tem dos sistemas da Weyland-Yutani para invadirem uma estação espacial desativada e roubarem os suprimentos que precisam para chegar no planeta mais próximo. Chegando na estação, porém, descobrem que o local não foi desativado, mas destruído e que experimentos perigosos estão à solta no local.

quinta-feira, 18 de julho de 2024

Rapsódias Revisitadas – Garota Sombria Caminha Pela Noite

 

Crítica – Garota Sombria Caminha Pela Noite

A ideia de uma mulher vagando sozinha pelas ruas durante a madrugada em muitos casos pode estar ligada a uma noção de que ela estaria correndo perigo. A diretora Ana Lily Amirpour vira ao avesso essas expectativas sociais em Garota Sombria Caminha Pela Noite, seu primeiro longa metragem. Lançado em 2014, o filme traz como protagonista uma vampira que vaga pelas ruas à noite vestindo um hijab e usa a ideia de que uma mulher caminhando sozinha seria uma presa fácil para atrair suas vítimas.

A garota (Sheila Vand) vaga pelas ruas da ficcional Bad City em busca de vítimas para se alimentar. Seu caminho cruza com o de Arash (Arash Marandi), um jovem descolado e solitário preso entre os hábitos destrutivos do pai viciado, Hossein (Marshall Manesh), e a opressão do traficante Saeed (Dominic Rains). O modo como as vidas da garota e de Arash se cruzam acaba por transformar a vida de ambos.

segunda-feira, 8 de julho de 2024

Crítica – Ninguém Sai Vivo Daqui

 

Análise Crítica – Ninguém Sai Vivo Daqui

Review – Ninguém Sai Vivo Daqui
Inspirado no livro-reportagem Holocausto Brasileiro, de Daniela Arbex (que baseou o documentário de 2016 de mesmo nome), este Ninguém Sai Vivo Daqui narra a história do hospital psiquiátrico Colônia, localizado no interior de Minas Gerais, como uma história de terror. Com mais de 60 mil internos mortos ao longo de décadas, muitos dos quais sequer sofriam de transtornos mentais, o caso se tornou um símbolo da luta antimanicomial no Brasil.

A narrativa se passa nos anos 70 e é focada em Elisa (Fernanda Marques), enviada à força para Colônia pela família depois de engravidar de um namorado e recusar o casamento arranjado com outro homem feito por seu pai. Inicialmente sem saber o motivo de estar lá, ela logo descobre que outros internos e internas do lugar tem histórias como a dela, pessoas sem histórico de doença mental que foram colocados lá por não aderirem a certas normas sociais ou por não terem nada nem ninguém para onde ir. Ao vivenciar um cotidiano de maus tratos e torturas, ela tenta encontrar um meio de fugir.

terça-feira, 2 de julho de 2024

Crítica – Entrevista com o Demônio

 

Análise Crítica – Entrevista com o Demônio

Review – Entrevista com o Demônio
Durante os anos 70, 80 e parte dos 90 era comum que programas de auditório apelassem para o sensacionalismo sobrenatural para atrair audiência. Paranormais, espiritualistas, mentalistas e outros tipos de apresentação que clamavam ser capazes de feitos sobrenaturais eram comuns em programas de variedades e talk-shows. Entrevista com o Demônio se pergunta como seria se uma pessoa realmente possuída aparecesse em um programa desse tipo.

O filme é contado como se fosse um desses documentários televisivos que contam a história de alguma personalidade midiática. Uma narração nos informa da trajetória de Jack Delroy (David Dastmalchian), que se tornou apresentador de talk shows no início da década de 70. Delroy tentou superar Johnny Carson como o programa número um no gênero, mas conforme o tempo passava seus índices não chegavam perto e suas indicações a prêmios nunca se concretizavam. Sua posição como um desafiante incapaz de vencer se tornou motivo de piada e ele passou a fazer programas cada vez mais apelativos, culminando em um especial de halloween que deu errado. O falso documentário então nos mostra o que seriam as gravações originais desse programa no qual Jack apresentou uma possessão demoníaca real.

segunda-feira, 27 de maio de 2024

Drops – Imaculada

 

Análise Crítica – Imaculada

Review – Imaculada
Protagonizado por Sydney Sweeney, Imaculada é um terror que parece incerto de como quer abordar a história que tem em mãos. A narrativa acompanha Cecilia (Sydney Sweeney), uma jovem freira que vai viver em um convento no interior da Itália. Chegando lá se depara com fenômenos estranhos que culminam em sua gravidez apesar de ser virgem. A congregação, em especial o padre Tedeschi (Alvaro Morte, o Professor de La Casa de Papel) crê que ela traz no ventre a segunda vinda de Cristo e passa a cercá-la de cuidados, praticamente mantendo-a presa no convento até o parto.

É uma narrativa que trata a ideia de concepção imaculada não como um milagre, mas como uma situação de horror na qual uma mulher perderia completamente a autonomia sobre o próprio corpo, sendo forçada a uma gravidez que não quis e tratada como um objeto, um mero receptáculo para o bebê por todos a sua volta. A noção do corpo de uma grávida como “propriedade coletiva” não é novidade no cinema horror, O Bebê de Rosemary (1964) já fazia isso muito bem. Filmes como o brasileiro As Boas Maneiras (2017) também já trabalharam a experiência de estar grávida como um horror corporal digno de David Cronenberg. Nesse sentido Imaculada não faz nada que já não tenha sido bem executado antes e não tem muitas questões novas a explorar no modo como pensa o comportamento da sociedade diante do corpo feminino.

quarta-feira, 15 de maio de 2024

Crítica – Abigail

 

Análise Crítica – Abigail

Review – Abigail
Partindo de uma premissa típica de Agatha Christie, Abigail mistura suspense, horror e histórias de vampiros de um jeito bem singular. A narrativa acompanha um grupo de criminosos contratados pelo misterioso Lambert (Giancarlo Esposito) para sequestrarem uma garota de 12 anos, Abigail (Alisha Weir, de Matilda: O Musical), e exigir um resgate milionário. Conforme a noite avança, os criminosos, trancados na mansão, começam a morrer um a um. Joey (Melissa Barrera) desconfia que seja um mercenário a serviço do poderoso pai da menina, mas logo descobrem que na verdade Abigail é uma vampira e quer devorar a todos.

O filme começa sem pressa, estabelecendo a lógica espacial da mansão na qual eles guardam a garota e construindo as tensões entre os excêntricos criminosos que compõem o grupo, como a patricinha hacker Sammy (Kathryn Newton) ou o estúpido Peter. Essas tensões são importantes para compreendermos as motivações desses personagens depois que Abigail se revela e eles são obrigados a cooperarem para sobreviver apesar de não confiarem uns nos outros.

sexta-feira, 5 de abril de 2024

Drops – Feriado Sangrento

 

Crítica – Feriado Sangrento

Review – Thanksgiving
Começando sua vida como um trailer falso no projeto Grindhouse de Quentin Tarantino e Robert Rodriguez, Feriado Sangrento seguiu o caminho de Machete e se tornou um longa metragem. Não esperava muita coisa, mas o resultado é um competente slasher. A narrativa começa quando uma liquidação de Black Friday dá errado e várias pessoas são mortas quando uma multidão enfurecida invade uma loja de departamentos. Um ano depois, o Dia de Ação de Graças se aproxima mais uma vez e um misterioso assassino fantasiado de peregrino começa a matar os envolvidos no incidente do ano anterior. Um grupo de adolescentes se vê na mira do assassino enquanto o xerife Eric (Patrick Dempsey) tenta manter a paz na cidade.

A cena inicial da Black Friday tem ecos do O Despertar dos Mortos (1978) do George Romero no modo como constrói um brutal retrato da zumbificação do individuo dentro do capitalismo e como as pessoas são reduzidas a feras irracionais que existem apenas para consumir, não importando a destruição causada. Apesar dos personagens em cena não serem de fato zumbis e sim pessoas normais, eles se comportam como feras enfurecidas, com uma brutalidade que remete a vídeos do mundo real de liquidações que terminaram em tragédia.

terça-feira, 30 de janeiro de 2024

Crítica – O Mal Que Nos Habita

 

Análise Crítica – O Mal Que Nos Habita

Review – O Mal Que Nos Habita
Faz tempo que um filme de terror me deixa com um senso tão forte de que os personagens estão cercados por uma presença maligna tão potente que não há esperança de sobrevivência. A produção argentina O Mal Que Nos Habita não apenas é eficiente em nos fazer sentir o poder do mal, mas como o mal se espalha no mundo justamente por conta das ações humanas.

A narrativa acompanha os irmãos Pedro (Ezequiel Rodríguez) e Jimi (Demián Salomón) que vivem em uma cidade pequena no interior da Argentina. Quando eles descobrem que uma pessoa da vila foi infectada por forças demoníacas e está prestes a gerar um demônio, eles decidem mover o sujeito da cidade na esperança de livrar o local da influência maligna. A ação, no entanto, só faz o mal se espalhar por suas vidas.

O filme é inteligente ao definir alguns parâmetros de como essas entidades malignas agem para que saibamos exatamente do que ter medo e quais situações são perigosas ao mesmo tempo em que evita explicar demais ou criar uma mitologia muito aprofundada ao ponto em que não há mais o mistério ou incerteza quanto ao desconhecido. Entendemos como esse mal age manipulando os medos das pessoas enquanto simultaneamente soa como algo que escapa nossa compreensão plena, mantendo um grau de imprevisibilidade que é importante para nos deixar imersos nos horrores que o filme nos apresenta.

terça-feira, 16 de janeiro de 2024

Crítica – Mergulho Noturno

 

Análise Crítica – Mergulho Noturno

Review – Mergulho Noturno
Nem sempre um bom curta-metragem rende um bom longa. Temos exemplos em que isso funciona muito bem, como Whiplash: Em Busca da Perfeição (2015), que aprofunda as ideias do curta original. Por outro lado, filmes como Mergulho Noturno mostram que algumas ideias se prestam melhor ao formato de curta-metragem.

A trama, escrita e dirigida por Bryce McGuire a partir de seu curta metragem de mesmo nome, acompanha a família de Ray (Wyatt Russell), um jogador de baseball que teve que abandonar a carreira depois de descobrir que tem esclerose múltipla. Como os médicos recomendam que ele pratique natação, o jogador e sua família se mudam para uma casa com piscina. De início o exercício parece fazer bem à saúde de Ray, mas coisas estranhas começam a acontecer com a família dele ao redor da piscina.

quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Drops – A Freira 2

Análise Crítica – A Freira 2
 


Review – A Freira 2
O primeiro A Freira (2018) não tinha nada de muito espetacular, mas funcionava principalmente por conta do visual sinistro de sua criatura. Este A Freira 2, ainda que se apoie nesse mesmo elemento, soa como uma continuação protocolar, feita só para tentar arrancar dinheiro do público, sem muito a dizer sobre seus personagens ou o mal que seu demônio representa.

A trama se passa em 1956. A irmã Irene (Taissa Farmiga) reconstruiu sua vida depois dos eventos do primeiro filme, mas a igreja lhe incumbiu uma nova missão: investigar uma série de mortes em locais religiosos através da Europa que indicam que o demônio Valak está à solta mais uma vez. A investigação aponta para um convento na França que serve de escola para jovens garotas.

A trama demora a colocar Irene e a irmã Debra (Storm Reid), sua aliada da vez, em meio ao conflito principal, jogando as duas ao redor da Europa investigando pistas e tentando encontrar um artefato sagrado, os olhos de Santa Luzia, que supostamente deteriam a freira demoníaca. É algo que mais parece saído de um filme do Indiana Jones do que de uma trama de terror e com tanto tempo gasto com o isso o filme desperdiça as possibilidades de usar a presença de um demônio que assombra igrejas para ponderar sobre a natureza do mal, a falibilidade humana ou como os mais santos entre nós também tem a mácula do pecado.

quinta-feira, 26 de outubro de 2023

Crítica – A Queda da Casa de Usher

 

Análise Crítica – A Queda da Casa de Usher

Review – A Queda da Casa de Usher
Não vi as séries anteriores que o diretor Mike Flanagan fez para a Netflix, como Missa da Meia Noite e A Maldição da Residência Hill, mas o que me atraiu para este A Queda da Casa de Usher ser inspirada na obra de Edgar Allan Poe. Apesar do título evocar um conto específico do escritor e poeta, a minissérie pega elementos de várias histórias e poemas escritos por ele, com cada episódio evocando uma obra específica além de personagens inspirados em diferentes outras obras.

A narrativa se passa nos dias atuais, sendo centrada no magnata da indústria farmacêutica Roderick Usher (Bruce Greenwood). Sua empresa está no auge do poder e riqueza depois de lançar um analgésico altamente viciante que agrava a epidemia de opioides nos EUA. Aos poucos eventos estranhos começam a acontecer ao redor dele e de sua família, com seus filhos sendo mortos um a um. É então que a irmã de Roderick, Madeline (Mary McDonnell), se recorda de um acordo que fizeram com uma misteriosa mulher (Carla Gugino) anos atrás em troca de poder e riqueza.