terça-feira, 5 de novembro de 2024

Crítica – The Legend of Vox Machina: 3ª Temporada

 

Análise Crítica – The Legend of Vox Machina: 3ª Temporada

Review – The Legend of Vox Machina: 3ª Temporada
Essa terceira temporada de The Legend of Vox Machina tem um clima de apoteose considerando que ela marca o confronto derradeiro entre os aventureiros da Vox Machina e o conclave de dragões liderado pelo poderoso dragão vermelho Thordak. É um conflito que foi construído ao longo das duas temporadas anteriores e cuja execução aqui não decepciona.

Masmorras e dragões

Mesmo depois de coletarem os Vestígios na segunda temporada, o grupo ainda não é páreo para Thordak. Eles são abordados por Raishan, antiga aliada de Thordak, que propõe uma aliança com eles, já que ela quer se vingar do dragão por ter se recusado a ajudá-la a eliminar uma maldição que a estava matando aos poucos. Mesmo relutantes, a equipe aceita o acordo e parte em busca de uma armadura que pode absorver o poder de Thordak. A missão se torna mais urgente com a descoberta que o dragão está chocando centenas de ovos que estão prestes a eclodir para liberar novos dragões contra o reino.

segunda-feira, 4 de novembro de 2024

Crítica – Não Solte!

 

Análise Crítica – Não Solte!

Review – Não Solte!
Semanas atrás a Netflix lançou o suspense Não Se Mexa e agora chega aos cinemas o terror Não Solte!, os dois filmes não tem nenhuma conexão entre si, mas achei curiosa a tendência de dois títulos imperativos (um imperativo já contido nos títulos originais dos filmes) chegando tão próximos um do outro. Dirigido por Alexandre Aja, responsável por filmes como Oxigênio (2021) e Predadores Assassinos (2019), a produção tenta discutir maternidade, proteção e como nosso esforço de evitar que nossos problemas recaiam sobre nossos filhos muitas vezes é o que os deixa iguais a nós.

sexta-feira, 1 de novembro de 2024

Crítica – Red Rocket

 

Análise Crítica – Red Rocket

Resenha – Red Rocket
O diretor Sean Baker sempre demonstrou interesse por pessoas que vivem nas margens, que sobrevivem nas fissuras, nos cantos que nosso olhar não alcança ou não se interessa muito em chegar. Em Projeto Flórida (2017) acompanhava o cotidiano de uma garotinha que vivia uma existência nômade por hotéis baratos ao lado da mãe viciada. Neste Red Rocket o diretor acompanha um ator pornô fracassado que volta para sua cidade natal na costa do Texas.

Uma vida obscena

Mike (Simon Rex) chega cheio de hematomas à sua cidade natal e pede para ficar uns dias na casa da ex-esposa Lexi (Bree Elrod), de quem nunca se divorciou. Ela e sua mãe, Lil (Brenda Deiss), que vive na mesma casa, não o querem ali, mas Mike usa sua lábia para convencê-las em troca de ajudar no aluguel. Ele tenta conseguir emprego, mas é recusado por conta de seu passado como ator pornô. Ele acaba convencendo uma traficante local a deixá-lo vender maconha e passa a fazer ponto em uma loja de rosquinha vendendo para trabalhadores que passam no local durante a troca de turnos. Ele também fica interessado pela balconista da loja, a jovem Raylee (Suzanna Son), cujo apelido é Morango.

quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Crítica – Agatha Desde Sempre

 

Análise Crítica – Agatha Desde Sempre

Review – Agatha Desde Sempre
Apesar de ter adorado a vilã afrontosa vivida por Kathryn Hahn em Wandavision, confesso que não estava muito empolgado para a minissérie Agatha Desde Sempre. Primeiro porque não sabia se a personagem tinha estofo suficiente para sustentar uma série sozinha. Segundo porque a produção teve tantas atribulações, sendo reescrita, adiada e sofrendo alterações de título tantas vezes que temi que o resultado fosse uma bagunça incoerente. Felizmente a série é melhor do que eu esperava.

Algo oculto e impuro

A trama reencontra Agatha (Kathryn Hahn) ainda presa na vida ilusória que Wanda (Elizabeth Olsen) criou para ela no final de Wandavision. Ela é libertada graças à intervenção de um misterioso jovem (Joe Locke) que deseja a ajuda de Agatha para adentrar o mítico Caminho das Bruxas e alcançar o poder dado a quem supera seus desafios. Agatha vê no garoto uma oportunidade de recuperar seu poder, montando um novo coven de bruxas de quem poderá extrair poder.

quarta-feira, 30 de outubro de 2024

Drops – Lobos

 

Análise Crítica – Lobos

Crítica – Lobos
Depois de reunir Matt Damon e Casey Affleck com o fraco Os Provocadores, a AppleTV volta a promover mais uma mini reunião de Onze Homens e um Segredo (2001) ao juntar novamente Brad Pitt e George Clooney neste Lobos. Infelizmente assim como Os Provocadores o resultado aqui é um thriller morno

Operativos discretos

Na trama, Clooney é um mercenário especialista em fazer desaparecer as indiscrições dos poderosos. Ele é contratado pela promotora Margaret (Amy Ryan) depois que um jovem com quem ela está tendo um caso aparentemente morre em seu quarto de hotel. O problema é que os donos do hotel também contrataram seu próprio mercenário no operativo vivido por Brad Pitt. Como os dois clientes têm seus próprios interesses a proteger, os mercenários são obrigados a trabalharem juntos. As coisas se complicam quando os dois encontram uma quantidade enorme de drogas na mochila do garoto morto e precisam descobrir a quem as drogas pertencem para que os donos não mirem em seus clientes.

terça-feira, 29 de outubro de 2024

Crítica – O Poder e a Lei: Terceira Temporada

 

Análise Crítica – O Poder e a Lei: Terceira Temporada

Review – O Poder e a Lei: Terceira Temporada
Chegando a sua terceira temporada, O Poder e a Lei funciona como uma espécie de série conforto para mim. Não tem nada de novo em termos de drama de tribunal, mas executa esses elementos com competência e carisma para me manter interessado mesmo que eu perceba todos os lugares comuns em cena.

Lei para quem precisa

A trama segue onde o segundo ano parou, com Mickey (Manuel Garcia-Rulfo) tentando descobrir quem matou sua antiga cliente, Gloria (Fiona Rene), ao mesmo tempo em que defende o homem acusado de matá-la, Julian (Devon Graye), a quem Mickey considera inocente. Para o advogado inocentar Julian o levará diretamente ao culpado pela morte de Gloria, mas isso o coloca em meio a uma perigosa teia de crimes.

segunda-feira, 28 de outubro de 2024

Crítica – Não Se Mexa

 

Análise Crítica – Não Se Mexa

Review – Não Se Mexa
Uma mulher enlutada pela morte do filho vai até o parque florestal em que ele morreu com o intento de se matar. Lá ela conhece um estranho que a convence a desistir do suicídio, mas logo a derruba com uma arma de choque e a leva cativa. Ela tenta se libertar, mas descobre que foi drogada com um paralisante potente que em questão de minutos irá travar seus músculos, então ela precisa correr contra o tempo.

sexta-feira, 25 de outubro de 2024

Crítica – Bloomtown: A Different Story

 

Análise Crítica – Bloomtown: A Different Story

Review – Bloomtown: A Different Story
O que me chamou atenção neste Bloomtown: A Different Story foi a sua mistura de RPG e simulação social que evocava a franquia Persona e em sua ambientação em uma pequena cidade interiorana na década de 60, evocando aventuras juvenis como Stranger Things. Embora use essas referências com competência, o jogo produzido pela desenvolvedora lituana Lazy Bear Games nunca consegue ser mais do que uma derivação de elementos conhecidos.

quinta-feira, 24 de outubro de 2024

Drops – Irmãos

 

Análise – Irmãos

Review – Irmãos
Estrelado por Peter Dinklage e Josh Brolin, Irmãos conta a história de dois irmãos gêmeos não idênticos e criminosos que se reencontram depois anos afastados para um último golpe. Jady (Peter Dinklage) sai da cadeia antecipadamente ao prometer a um guarda corrupto, Farful (Brendan Fraser), dar a ele esmeraldas que foram roubadas décadas atrás. Para recuperar as joias Jady busca o irmão, Moke (Josh Brolin), para ajudá-lo no esquema, já que foi a mãe deles quem roubou as esmeraldas. A questão é que Moke já abandonou a vida de crimes, tem um emprego formal e está com a esposa, Abby (Taylour Paige, de Um Tira da Pesada 4), grávida, com o retorno de Jady abrindo antigas feridas entre os dois.

quarta-feira, 23 de outubro de 2024

Crítica – A Garota da Vez

 

Análise Crítica – A Garota da Vez

Review – A Garota da Vez
Estreia da atriz Anna Kendrick como diretora, A Garota da Vez parte de uma história real para analisar as tensões de navegar no mundo sendo mulher sob o constante temor de que os homens ao seu redor se revelem abusivos ou violentos. A trama acompanha Sheryl (Anna Kendrick), uma aspirante a atriz cuja carreira não consegue decolar. A agente de Sheryl consegue para ela uma participação em um game show ao estilo Namoro na TV, no qual ela deve ser uma garota interessada em conseguir um namorado e precisa escolher entre três solteiros que ela não vê e vai conhecer apenas através de perguntas. O problema é que um desses solteiros, Rodney (Daniel Zovatto), é um serial killer.

Mulheres objeto

Já na primeira cena com Sheryl em um teste de elenco o filme ilustra como Hollywood é um espaço que objetifica mulheres ao mostrar os dois produtores de elenco cochichando sobre a aparência da personagem enquanto a câmera abre o plano para mostrar que Sheryl está em pé bem diante deles. O final da cena, em que eles mudam de atitude no instante em que ela diz não se interessar por fazer cenas com nudez reforça a ideia de que ela está ali para servir ao olhar masculino.

Ao longo de todo o arco de Sheryl isso é constantemente reforçado pelas interações entre ela e outros homens e pelo modo como Kendrick filma essas situações. Seja em closes ou em planos mais abertos, os homens estão sempre entrando em quadro para encostar na personagem ou tocar seu rosto, como se invadissem seu espaço pessoal. Essas interações são sempre marcadas com um senso de desconforto, como na conversa que ela tem em um bar com o vizinho Terry (Pete Holmes), na qual ela acaba cedendo aos seus avanços apesar de inicialmente rejeitá-lo. Como na cena com os produtores de elenco, é visível como Terry muda de atitude no momento em que percebe que não irá conseguir o que quer dela e Sheryl decide ceder talvez por medo de sua reação ou por receio de alienar o único amigo que tem na cidade.

O senso de objetificação se reforça quando ela chega no set do programa no qual o apresentador vivido por Tony Hale constantemente comenta sobre a aparência de Sheryl, toca em seu corpo e diz que ela está ali apenas para ser bonita. Não à toa que o pequeno gesto de resistência da atriz de sair do roteiro e fazer perguntas jocosas aos candidatos que expõem o seu machismo é recebida com fúria pelo apresentador. Nesse sentido, o fato de Rodney dar todas as “respostas certas” soando como um cara legal mostra que não há padrão para homens abusivos e mesmo alguém que soa bacana ou inofensivo pode ser um potencial agressor, criando um senso de tensão crescente conforme Sheryl se aproxima de Rodney e demora a perceber sua real natureza.

Muitas vítimas, pouco tempo

A questão é a despeito de ideias interessantes e composições de planos cuidadosas, o filme derrapa em um material que tenta abrir várias frentes narrativas simultâneas, mas não desenvolve quase nenhuma a contento. A espectadora do programa que reconhece Rodney como o estuprador de sua amiga está ali só para mostrar como mulheres são ignoradas ou silenciadas em suas denúncias, seja por quem detêm poder, como os funcionários do estúdio que a ignoram, ou de quem está próxima dela, como o namorado, que a trata como doida ao invés de acreditar no que ela diz. A personagem existe mais como uma engrenagem em um mecanismo e menos como uma pessoa autônoma dotada de suas próprias motivações.

Os segmentos que mostram o passado de Rodney e como ele constantemente matava com impunidade ou evadia autoridades enquanto mantinha emprego em grandes jornais e instituições similares tenta reforçar a existência de estruturas de poder que protegem homens abusivos e entender como esse predador age, mas fica na superfície dessas ideias. Ocasionalmente o filme aponta para questões subjacentes da personalidade de Rodney, como as várias sugestões de que ele se interessa por homens, mas não faz nada com esse dado.

A narrativa também passa algum tempo com as vítimas do assassino, revelando como ele é um predador astuto, sempre se aproximando de mulheres sozinhas ou em situação de vulnerabilidade. O desfecho, que nos faz acompanhar uma sobrevivente de seus ataques, analisa como a sobrevivência dela se relaciona em tentar manter um senso de normalidade com seu abusador, agindo como se nada demais tivesse acontecido para ganhar tempo para escapar. O problema é que passamos muito pouco tempo com essa personagem para que seu arco tenha o impacto devido e, considerando que é ela a responsável pela captura do assassino me pergunto por que não seria sua história a central para a trama ao invés da trama de Sheryl, que não seria muito mais que uma nota de rodapé na trajetória do assassino.

Do jeito que está, A Garota da Vez fica na superfície de seus temas principais, apontando os abusos e os mecanismos que facilitam sua perpetuação, mas fazendo pouco para analisar seu funcionamento, se dividindo em múltiplas tramas que não saem da superfície. É competente na construção do senso de desconforto experimentado por Sheryl no seu cotidiano e Anna Kendrick se mostra muito consciente das escolhas que faz como diretora, uma pena o texto não estar à altura disso.

 

Nota: 6/10


Trailer