O primeiro Duro de Matar (1988) foi lançado como um contraponto aos filmes de ação estrelados por brucutus indestrutíveis que enfrentavam hordas de inimigos sem dificuldade e saíam ilesos dos mais violentos confrontos e John McClane (Bruce Willis) não era assim. Apesar de ser um policial competente, McClane estava sempre acuado, em menor número e com equipamento inferior, para vencer precisava usar seu raciocínio, estratégia e ocasionalmente algumas provocações aos seus adversários. Cada confronto da trilogia original era uma luta pela vida e o risco que o protagonista corria era palpável, ao final da maioria de seus enfrentamentos McClane raramente saía ileso e ao longo dos filmes ia ficando mais debilitado, aumentando os riscos e, consequentemente, o suspense.
Boa parte desses elementos já tinham sido defenestrados no quarto filme da série Duro de Matar 4.0 (2007) e agora este Duro de Matar: Um Bom Dia Para Morrer termina de abandonar praticamente tudo que tornava a franquia tão legal, transformando seu protagonista em um Rambo genérico que fica parado metralhando capangas que correm estupidamente rumo aos seus tiros e sobrevive a praticamente tudo sem nenhuma consequência. McClane até sangra e reclama da dor, mas logo depois ele está agindo como se nada tivesse acontecido. O cúmulo disso é a cena em que McClane e seu filho, Jack (Jai Courtney), se jogam sobre alguns andaimes e Jack termina com uma haste de metal atravessada na lateral do abdômen, seu pai retira o ferro e na cena seguinte ele corre, pula e atira como se não houvesse nenhum ferimento.