Depois de quatro A Era do Gelo, era de se pensar que o tema de “seres primitivos precisam sobreviver a destruição do mundo conhecido” havia sido esgotado pelo cinema de animação, mas então a Dreamworks nos apresenta a este Os Croods, uma animação sobre um grupo de seres primitivos que precisa sobreviver ao fim do mundo como o conhecem, mais especificamente, a separação dos continentes.
Felizmente as semelhanças param por aí, já que este Os Croods tem um tema próprio a tratar. O filme foca na jovem Eep (Emma Stone), sempre descontente em viver fechada dentro de uma caverna, saindo apenas para procurar comida. Isso a coloca em constante atrito com seu pai, Grug (Nicolas Cage), cuja única regra é “nunca saia da caverna” e arrasta sua família para dentro da caverna ao sinal de qualquer perigo ou coisa diferente. A situação muda quando Eep vê uma luz vindo de fora da caverna à noite e tomada por curiosidade, decide sair da caverna e descobrir de onde vem a luz. É assim que ela conhece Guy (Ryan Reynolds) um jovem que lhe conta sobre a catástrofe iminente e a necessidade de encontrar um lugar seguro.
Assim, o filme é basicamente uma versão infantil do mito da caverna de Platão, com indivíduos presos a noções limitadas de mundo precisam sair de suas cavernas (literal e metaforicamente) para enfrentar os problemas do mundo e reavaliar suas convicções ao invés de permanecerem fechados em si mesmos. É uma premissa interessante, principalmente pelo fato do filme ser desprovido de um vilão, os obstáculos a serem superados são os próprios medos e preconceitos dos personagens, além de, é claro, a natureza selvagem e implacável.