Giovanni Improtta é um filme baseado em um personagem coadjuvante que servia de alívio cômico em uma telenovela que passou há quase dez anos (Senhora do Destino). Ou seja, é um filme que já nasce datado de um modo que nem é possível acusar a obra de ser oportunista ao criar este caça-níqueis insosso, cujo material de onde deriva o filme serviria para atrair o público e gerar uma grande receita. É provável, inclusive, que parte do público sequer lembre que o personagem já participou de uma novela.
O fiapo de roteiro do filme traz Improtta querendo sair da ilegalidade do jogo do bicho para ser dono de um cassino legalizado. Para isso precisará adular um grupo de outros grandes bicheiros conhecidos como “A Cúpula”, para que o deixem entrar no negócio, bem como outros políticos e empresários interessados na aprovação da lei de regularização de cassinos. Ao mesmo tempo, o bicheiro precisa lidar com investigações que tentam prendê-lo por suas contravenções e com sua esposa e filho.
Pela descrição até parece um roteiro movimentado, mas não é. A sensação que temos é a de um fluxo narrativo truncado, que passa de uma cena para outra como se estivéssemos vendo esquetes soltos ao invés de uma narrativa coesa. A trama caminha em banho-maria, com uma lentidão quase que novelesca(não que haja algo essencialmente errado com o formato da novela, mas sua cadência narrativa é completamente diferente e não se adequa bem ao cinema), fazendo os 100 minutos do filme parecerem bem mais. Não ajuda o fato do filme não seguir nenhuma lógica narrativa estabelecendo os personagens de um modo apenas para agirem de maneira contrária depois.