A franquia Velozes e Furiosos nunca foi lá grande coisa, é verdade, mas lá pelo terceiro ou quarto filme tudo já parecia repetitivo e cansativo, não havendo motivo outro senão o lucro para continuar com a franquia. O respiro veio com Velozes e Furiosos 5 (2011) que despontou como o melhor exemplar da franquia ao abandonar o elemento dos rachas de rua, se tornando um filme de ação que assumia um caráter absurdo, exagerado e despretensioso. A adição de Dwayne “The Rock” Johnson ao elenco também ajudou a alavancar a franquia, já que o ator é bem mais carismático do que Vin Diesel e Paul Walker e, como apontei em meu texto sobre G.I Joe Retaliação, sabe muito bem como construir um brucutu canastrão e divertido.
Pois bem, este novo capítulo da franquia traz o agente Hobbs (The Rock) perseguindo um grupo de ladrões motorizados liderados pelo mercenário Shaw (Luke Evans) que estão roubando tecnologia militar. Incapaz de enfrentar os ladrões por conta própria, precisa recorrer a Dom (Vin Diesel), Brian (Paul Waker) e sua equipe para deter os criminosos. A trupe de foras-da-lei tem um motivo especial para ajudar, pois aparentemente Letty (Michelle Rodriguez), ex-namorada de Dom dada como morta no quarto filme, está auxiliando Shaw em seus audaciosos roubos.
O filme já deixa claro seu comprometimento com o exagero e absurdo desde as primeiras cenas, quando vemos Hobbs “interrogando” um membro da gangue de Shaw preso em Londres. O verbo está entre aspas, pois o que de fato acontece é que Hobbs simplesmente enfia a porrada no meliante, arrebentando-o e destruindo a sala de interrogatório no processo. Lógico que se isso acontecesse em um universo minimamente verossímil a prisão seria invalidada e o policial perderia o emprego e responderia a um processo criminal por tortura, mas Velozes e Furiosos 6 não possui qualquer compromisso com verossimilhança e sim com a ação brucutu estupidamente elevada aos limites do exagero, atingindo uma condição quase que cartunesca.