O Cavaleiro Solitário é um personagem nascido na década de 30 em um programa de rádio e de lá para cá originou uma série de televisão (que foi ao ar de 1949 a 1957), quadrinhos e filmes, mas fazia um tempo que o personagem não aparecia para o grande público. Produzido por Jerry Bruckheimer, dirigido por Gore Verbinski e estrelado por Johnny Depp (o mesmo trio da trilogia inicial de Piratas do Caribe), o filme parece ter a clara intenção de iniciar uma nova franquia de ação para a Disney, substituindo a já desgastada franquia de piratas protagonizada pelo Capitão Jack Sparrow.
O filme se passa no velho oeste americano e é centrado no promotor público John Reid (Armie Hammer) que é gravemente ferido e tem todos os companheiros assassinados durante a caçada ao perigoso Butch Cavendish (William Fichtner), sobrevivendo graças à ajuda do índio Tonto (Johnny Depp) que também tem contas a acertar com o criminoso. Assim, os dois se unem para agir por conta própria e levar o criminoso à justiça.
A dupla principal é bem carismática e funciona muito bem. Depp continua a repetir os mesmos trejeitos e afetações de seus trabalhos recentes (em especial Jack Sparrow) com seus olhos esbugalhados e linguagem corporal exagerada, lembrando um ator da época do cinema mudo, apesar de repetitivo é impressionante constatar que todos os truques do ator continuam surtindo efeito graças ao seu bom timing. Hammer também é bem sucedido na construção de Reid como um sujeito bem intencionado que acredita no pleno funcionamento da lei e inicialmente reluta em assumir a persona do justiceiro mascarado. Outro ponto positivo é o vilão interpretado por William Fichtner, um sujeito cruel e violento que se entrega a arroubos canibais quando elimina seus adversários. Seu visual sujo e desfigurado contribui para torna-lo ainda mais ameaçador.