Para quem acompanha meus textos aqui, devem saber que não sou lá muito fã do diretor Michael Bay (Transformers, Bad Boys 2). Para mim o sujeito é a encarnação de tudo que está errado no cinema comercial americano, apostando em filmes incrivelmente inchados de efeitos especiais e explosões, sem nenhuma narrativa que sustente seus intermináveis filmes de mais de duas horas e uma direção repetitiva, cheia de cacoetes estilísticos aborrecidos e displicentes, além de um uso de câmera e montagem totalmente incompetentes no sentido de costurar uma continuidade espacial/temporal da encenação. No entanto, devo dizer que este Sem Dor, Sem Ganho é um filme bem bacana e provavelmente é o mais competente do diretor ao lado de A Rocha (1996).
O filme é baseado na história real de Daniel Lugo (Mark Wahlberg), um fisiculturista e instrutor de academia cansado de ficar olhando ricaços fora de forma se exercitarem em na academia em que trabalha e decide tomar para si este estilo de vida. Para isto ele se alia a dois amigos, Adrian (Anthony Mackie) e Paul (Dwayne “The Rock” Johnson) para sequestrar e extorquir um rico cliente (Tony Shalhoub). Obviamente os marombeiros não são muito inteligentes e seus planos constantemente dão errado, resultando em um ótimo material para uma comédia de erros na qual as ações idiotas geram consequências absurdas e cada vez mais sem sentido. Ao mesmo tempo em que critica a cultura de ostentação e futilidades da sociedade americana, um tema que também foi tratado no recente The Bling Ring: A Gangue de Hollywood.