quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Crítica – Os Suspeitos


Resenha Os Suspeitos


Review Os SuspeitosPrimeiramente é bom esclarecer que este Os Suspeitos nada tem a ver com o filme homônimo dirigido por Bryan Singer em 1995, não sendo um remake, reboot, ou sequência. Trata-se apenas de uma coincidência na tradução das obras, que trazem títulos originais bem diferentes, respectivamente The Usual Suspects para o filme de Bryan Singer e Prisoners para este filme dirigido pelo canadense Denis Villeneuve, que já foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro com o filme Incêndios (2011).
A trama gira em torno de dois casais, Keller (Hugh Jackman) e Grace (Maria Bello) e Franklin (Terence Howard) e Nancy (Viola Davis), cujas filhas desaparecem no feriado de Ação de Graças. A partir daí começa uma busca tensa liderada pelo policial Loki (Jake Gyllenhaal) para encontrar as crianças e o possível sequestrador. Quando Alex (Paul Dano), o principal suspeito, é liberado pela polícia, Keller decide resolver as coisas com as próprias mãos, enquanto o tempo passa e as chances de encontrá-las vivas vai diminuindo.
Um dos principais méritos reside no elenco uniformemente competente, desde Jackman com sua dor enfurecida e desesperada se entregando a arroubos cada vez mais brutais de violência contra Alex, passando pelo completo pavor de Howard ao ver o amigo destruindo um banheiro para intimidar o possível sequestrador e como ele fica dividido entre continuar apoiando Keller ou afastar-se daquele horror. Paul Dano também é bastante competente em retratar um sujeito com um QI patologicamente baixo, com uma fala limitada e expressão paralisada que torna difícil para os demais personagens (e o público) determinar com certeza se ele era apenas um coitado no lugar errado ou se é um psicopata altamente dissimulado.

Crítica – Kick-Ass 2

Review – Kick-Ass 2O primeiro Kick-Ass (2010) chamou a atenção por sua abordagem paródica e crítica ao gênero de super-heróis, tentando mostrar como alguém precisaria ser incrivelmente sem noção para tentar ser um combatente do crime fantasiado, além de cenas de ação recheadas de uma violência tão exagerada que parecia algo saído de um desenho animado. Pois bem, este Kick-Ass 2 pode não ter o tom crítico do filme anterior e tampouco seu frescor e inovação, mas ainda assim é uma aventura bem legal.
A trama se passa quatro anos depois do filme original e David (Aaron Taylor-Johnson) e Mindy (Chloe Grace-Moretz) tentam se readaptar à vida escolar e esquecer seus alter-egos fantasiados. Ao mesmo tempo, Chris (Christopher Mintz-Plasse), o Red Mist, viaja pelo mundo treinando e angariando seguidores para finalmente se vingar de Kick-Ass por ter matado seu pai, assumindo o nome de Motherfucker e se assumindo como o primeiro super vilão do mundo.
O desenvolvimento da narrativa é um pouco mais convencional do que o filme anterior, com o vilão descobrindo a identidade do herói e atacando aqueles próximos a ele, obrigando Kick-Ass e Hit Girl e arrebanharem seu próprio exército de heróis. Algumas coisas parecem repetidas do primeiro filme como o início com Dave treinando e depois indo para rua e apanhando de bandidos.

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

Crítica - Gravidade

Resenha Gravidade
O ato de respirar é algo que por vezes nos passa despercebido, é tão vital, tão importante, mas ao mesmo tempo pouco lembrado e até mesmo subestimado. Afinal é um processo físico quase automático e ninguém realmente se dá conta de quantas vezes respira ao longo do dia ou se seu corpo está recebendo a quantidade adequada de oxigênio. Pois este ato aparentemente banal é o cerne desteGravidade, novo filme do diretor mexicano Alfonso Cuarón (Filhos da Esperança, Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban).
O filme é centrado nos astronautas Stone (Sandra Bullock) e Kowalsky (George Clooney) os dois estão em uma missão com um grupo de outros cientistas para realizarem reparos no telescópio Hubble. Quando uma nuvem de detritos destrói o satélite e o ônibus espacial deles, os dois astronautas são os únicos sobreviventes e precisam usar os propulsores de seus trajes para chegar na estação espacial internacional antes que o oxigênio acabe.
A direção de Cuarón é extremamente primorosa em construir o ambiente espacial como algo hostil e angustiante, criando imagens que são ao mesmo tempo carregadas de tensão e beleza. Um dos momentos mais belos é a cena em que Stone tira o uniforme pela primeira vez e a vemos no centro do quadro flutuando em posição fetal enquanto um cabo por trás dela parece ir direto ao seu ventre, quase como um cordão umbilical, a imagem parece referenciar o final de 2001:Uma Odisseia no Espaço (1968), bem como denotar o “renascimento” da personagem.

Crítica - É o Fim




Seis pessoas se encontram trancadas em uma mansão enquanto toda sorte de catástrofes como terremotos e erupções acontecem ao redor do mundo, sem saber do que se trata, eles não tem escolha senão cooperar para tentar sobreviver em um mundo que está se tornando cada vez mais hostil e sem lei. Poderia ser a premissa de um filme de terror, poderia até ser um drama existencial, mas nas mãos de Seth Rogen e Evan Goldberg, que escrevem e dirigem o filme, tudo é conduzido como uma comédia escrachada e sem noção.

A trama coloca o ator Jay Baruchel chegando a Los Angeles para se encontrar com Seth Rogen depois de quase um ano sem ir para a cidade. Reunidos, decidem ir a uma festa na casa de James Franco, de quem Baruchel não gosta, que reúne um amplo contingente de celebridades, como Michael Cera e Rihanna. Lá eles presenciam pessoas sendo arrebatadas para o céu e um terremoto abre um enorme buraco em frente à mansão do ator, devorando parte dos convidados e deixando os sobreviventes ilhados lá dentro. Como podem ver, os atores interpretam a si mesmos, mas versões exageradas, caricatas e chapadas de si mesmos. Um exemplo é Michael Cera, que aparece o tempo todo cheirando cocaína e dando em cima de todas as mulheres ou Jonah Hill que aparece como um idiota deslumbrado e condescendente devido a sua indicação ao Oscar por O Homem que Mudou o Jogo (2011).

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Crítica – Tá Chovendo Hamburguer 2




O primeiro Tá Chovendo Hambuguer (2009) foi uma grata surpresa, apresentando uma aventura divertida, movimentada e que explorava com criatividade as possibilidades de sua premissa fantástica e absurda. Assim, quando uma continuação foi anunciada a questão era se o filme seria capaz de ser tão bom quanto o antecessor. A verdade é que este Tá Chovendo Hamburguer 2 não tem o frescor do filme anterior, mas ainda assim é uma aventura divertida e competente.

A trama é quase uma repetição do filme anterior. Depois dos eventos do filme anterior a cidade de Flint (Bill Hader) é evacuada para que a corporação liderada pelo cientista Chester (Will Forte), ídolo de infância de Flint, possa limpar a ilha. Entretanto, as coisas não saem como o esperado, pois a máquina de Flint continua a funcionar, criando temíveis animais de comida, cabe então ao inventor e seus amigos retornarem ao que restou de sua cidade natal e pararem a máquina de uma vez por todas.
É basicamente a mesma coisa do filme anterior, até mesmo o conflito entre Flint e o pai (James Caan) é reutilizado aqui, mas o filme compensa a repetição da premissa com o carisma de seus personagens, um ótimo timing cômico e a criatividade em explorar todo o tipo de criatura e ambiente bizarro que a premissa do filme permite criar.

Crítica – Obsessão

As questões de preconceito e desigualdade social são caras ao diretor Lee Daniels, ele deixou isso claro no trágico Preciosa (2009) e volta a todas essas temáticas neste Obsessão, adaptação do romance The Paperboy (título original do longa) escrito por Pete Dexter. A diferença é que aqui esses temas são diluídos por um tratamento superficial e uma trama bastante difusa e não fossem as performances sólidas de seu elenco, o filme certamente descambaria para um melodrama frouxo e banal.

O filme começa com a governanta Anita (Macy Gray) dando uma entrevista sobre os eventos que presenciou numa casa em que trabalhava no fim dos anos sessenta e que motivaram Jack, o filho do patrão, a escrever um livro, colocando-a na dedicatória na obra. A partir daí, a obra nos mostra os eventos ocorridos em uma cidade da Flórida, quando Jack (Zac Efron) acompanhou o irmão jornalista Ward (Matthew McCounaghey) e seu colega Yardley (David Oyelowo) enquanto investigavam o caso de Hillary Van Wetter (John Cusack), que pode ser sido condenado à morte injustamente pelo assassinato de um delegado. Os dois tem a ajuda de Charlotte (Nicole Kidman) uma solteirona que seu apaixonou por Van Wetter através de um diálogo travado apenas por cartas enquanto este se encontrava preso. Ao mesmo tempo, Jack começa a se apaixonar por Charlotte, um sentimento que pode trazer problemas para todos.

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Crítica – Mato Sem Cachorro

A primeira vez que vi o trailer deste Mato Sem Cachorro temi que fosse mais uma dessas comédias nacionais feitas a toque de caixa que invadem os cinemas praticamente todo fim de semana. Felizmente minhas expectativas estavam equivocadas e apesar de ter uma parcela de problemas, o filme é relativamente competente em divertir e gerar risos.

O filme conta a história de Deco (Bruno Gagliasso) e Zoé (Leandra Leal) que se conhecem pouco depois de Deco quase atropelar um cachorro. O casal leva o animal para um veterinário e depois o adota, passando a viverem os três juntos. Seria um final feliz, mas dois anos depois eles se separam e Deco se vê incapaz de sair da fossa pelo fim do relacionamento e o fato da ex-namorada ter ficado com o cachorro e já ter arranjado um novo namorado. Assim, Deco tem a “brilhante” ideia de sequestrar o cachorro.
É claro, os planos de Deco não são os melhores e muita coisa dá errado e é aí que reside boa parte da graça do filme, com o protagonista e seu primo Leléo (Danilo Gentili) tentando a todo custo manter o cão escondido enquanto Zoé procura por ele. Além de piadas mais físicas e pastelão envolvendo o cachorro que sofre de uma absurda narcolepsia, temos também constantes piadas envolvendo celebridades, incluindo aparições de famosos que não exibem reservas em ri de si mesmos, como a pequena aparição de Leandro Firmino fazendo graça de sua icônica interpretação de Zé Pequeno em Cidade de Deus (2002) e uma hilária cena em que Sandy aparece bêbada.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Crítica – Família do Bagulho

Quando uma comédia começa exibindo velhos memes de internet na tentativa de nos fazer rir, a sensação é de que o que vem pela frente não vai ser lá grande coisa, já que a melhor ideia que os realizadores tiveram para começar o filme simplesmente foi dar copiar e colar naquilo que passava no Youtube. Felizmente, no entanto, não é isso que ocorre conforme vamos avançando neste Família do Bagulho, sendo o filme razoavelmente competente e interessante na tentativa de criar situações, embora tenha sua parcela de problemas.

A trama é centrada no pequeno traficante David (Jason Sudeikis) que tem seu estoque de maconha e rendimentos da semana roubado por bandidos. Como forma de quitar a dívida, seu chefe, Brad (Ed Helms, o Stu de Se Beber, Não Case!), o obriga a ir até o México trazer um grande carregamento de erva. Para conseguir atravessar a fronteira com as drogas, David tem a ideia de alugar e um trailer e contratar uma família de mentira para posar como um turista de classe média viajando com a esposa e filhos de modo a não despertar suspeitas com as autoridades, assim contrata a stripper Rose (Jennifer Aniston) para se fazer de sua esposa, bem como o ingênuo vizinho adolescente Kenny (Will Pouter) e a jovem golpista Casey (Emma Roberts) para serem seus filhos.
 
O filme usa esses personagens para desconstruir de modo ácido e bem-humorado os mitos da família perfeita americana de classe média ao mesmo tempo em que faz graça com toda a situação de um sujeito comum e não muito inteligente envolvido com tráfico internacional. O principal mérito é o elenco que tem uma boa química em conjunto e desfia seus diálogos com grande naturalidade e um ótimo timing cômico e o mesmo pode ser dito do elenco coadjuvante, em especial a família liderada por Don (Nick Offerman, da série Parks & Recreation) que representa a esfera mais pudica da sociedade americana, em contraste com o grupo de desajustados liderados por David e as interações entre as famílias são o ponto alto do filme.

Crítica – R.I.P.D: Agentes do Além

Resenha Crítica – R.I.P.D: Agentes do AlémUm jovem, enérgico e esquentado policial se depara com algo além de sua compreensão e sem esperar acaba sendo recrutado por uma antiga e oculta agência que monitora a presença de seres de fora do nosso mundo vivendo entre nós. Para realizar seu novo trabalho conta com a ajuda de um parceiro mais velho, com anos na agência, que é durão e mal humorado. Ao longo da sua jornada irá utilizar armas esquisitas e enfrentará uma série de criaturas bizarras para salvar o mundo. Essa é a premissa MIBHomens de Preto (1997), mas é também exatamente o que acontece neste R.I.P.D: Agentes do Além, apenas substituindo os alienígenas por espíritos fugidos do inferno.
O filme acompanha o policial Nick (Ryan Reynolds) que junto com seu parceiro Hayes (Kevin Bacon) encontram misteriosas peças de ouro nas mãos de um traficante. Hayes está decido a ficar com o tesouro, mas Nick discorda e é morto pelo parceiro. Ao chegar no além é recepcionado pela supervisora (Mary Louise Parker) do R.I.P.D (Rest in Peace Department ou Departamento Descanse em Paz) a polícia da pós-vida, encarregada de ir à Terra resgatar espíritos malignos, chamados desmortos, que fugiram do julgamento eterno, que propõe que Nick use suas habilidades para servir no departamento para garantir sua vaga no paraíso. Para ensinar Nick o funcionamento de sua nova vida (ou falta dela) ele é posto para trabalhar com Roy (Jeff Bridges) um xerife do velho oeste que serve como agente do além desde sua morte, no século 19.

domingo, 22 de setembro de 2013

Crítica - Rayman Legends


De um tempo para cá a indústria de videogames para ter redescoberto ou relembrado dos jogos de plataforma bidimensionais que fizeram grande sucesso no final dos anos 80 e boa parte dos 90, como os New Super Mario Bros ou jogos independentes como Braid, Super Meat Boy e Guacamelee. Este Rayman Legends é mais um ótimo exemplar do gênero e mostra como ainda há muitas possibilidades a serem exploradas.

A história é bastante simples, depois de séculos em sono profundo, Rayman, Globox e seus aliados são acordados para impedir que criaturas sombrias destruam o mundo dos sonhos. Essa simplicidade e falta de um maior contexto narrativo acaba beneficiando o game, dando aos realizadores a oportunidade de deixar a imaginação fluir e inventar toda a sorte de situações alopradas que ajudam a progressão do jogo a ser um pouco mais imprevisível. Assim, sem mais nem menos o jogo te transforma em pato em uma determinada fase, em outra você irá diminuir e aumentar de tamanho, entre uma série de outras coisas.