Quando falei sobre O Hobbit: Uma Jornada Inesperada mencionei como estava temeroso que a opção por dividir o curto romance de J. R. R. Tolkien em três filmes poderia resultar em produtos inchados que não justificariam sua longa duração ou a opção por três filmes e é esse o principal problema deste segundo filme.
A trama continua a acompanhar Bilbo (Martin Freeman) e a companhia de anões liderada por Thorin Escudo de Carvalho (Richard Armitage) para chegar à Montanha Solitária e reaver o tesouro dos anões tomado pelo dragão Smaug (Benedict Cumberbatch). Enquanto isso, um velho inimigo parece ganhar cada vez mais poder e mago Gandalf (Ian McKellen) e se afasta dos companheiros para investigar o misterioso Necromante (também com a voz de Benedict Cumberbatch).
O filme não demora tanto para engrenar como seu antecessor, sendo menos lento e mais recheado de ação. O longa também se apresenta mais coeso e menos difuso ao usar a questão da ganância e cobiça como eixo temático, unindo assim os arcos dos diferentes personagens presos a um desejo a algo que não podem ou não devem ter, vemos isso na afeição proibida de Legolas (Orlando Bloom) pela elfa Tauriel (Evangeline Lily), a ligação crescente entre Bilbo e o Um Anel, a cobiça do corrupto prefeito (Stephen Fry) da Cidade do Lago e a crescente obsessão de Thorin em reaver seu tesouro, que o deixa cada vez mais teimoso e cego ao que ocorre ao seu redor, algo que poderá ser sua ruína.