Um antigo campeão de boxe há muito relegado ao ostracismo tem sua história revisitada por um programa de televisão e a partir daí cresce novamente o interesse público pelo velho boxeador e mais uma vez surge a oportunidade de provar seu valor no ringue. Esse era o enredo de Rocky Balboa (2006), retorno de Sylvester Stallone ao seu papel mais famoso, mas basta acrescentar um segundo boxeador de idade avançada à premissa que temos a trama básica deste Ajuste de Contas, que novamente coloca Stallone como um velho boxeador que trinta anos depois resolve disputar uma nova luta com um antigo rival, interpretado por Robert De Niro.
Na trama Henry “Razor” Sharp (Stallone) e Billy “The Kid” McDonnen (De Niro) são ex-campeões de boxe que se enfrentaram duas vezes pelo título com uma vitória para cada lado. A terceira e decisiva luta que desempataria a disputa acabou não acontecendo devido à uma súbita decisão de Razor de se aposentar do esporte, mas a rivalidade e o ressentimento permaneceu viva entre os dois por mais de trinta anos. Quando um especial de televisão revisita a carreira dos dois um promoter oportunista (Kevin Hart) decide tentar concretizar a derradeira luta entre eles, acreditando que isto o tornará rico.
Sendo bem sincero, não é apenas a premissa que o filme pega emprestado do ótimo Rocky Balboa, mas também toda a sua temática de mostrar que a chamada terceira idade é muito mais ativa e disposta do que era a tempos atrás e que envelhecer não é algo necessariamente ruim. Temos também toda a ideia desses antigos campeões como pessoas presas ao passado que ainda sofrem com perdas e traumas antigos e que tentam de algum modo reconstruir suas vidas. Tudo isto está presente aqui, mas sem a competência, sensibilidade e equilíbrio com que Rocky Balboa tratava tudo isto.