A recente crise econômica dos Estados Unidos motivou muitas séries e filmes a se debruçarem sobre o universo e quais as possíveis fatores responsáveis por fazerem a economia do país estourar feito uma bolha de sabão enquanto o cidadão médio tinha certeza de que tudo estava indo bem. Diante disso, havia certo temor de este O Lobo de Wall Street com suas intimidadoras três horas de duração pudesse ser um grande embuste que não fosse nada além de uma versão do Scorsese de Wall Street: Poder e Cobiça (1987) de Oliver Stone. Mas a verdade é que o veterano Scorsese não é alguém que deva ser subestimado e seu O Lobo de Wall Street é um retrato vibrante, enérgico e debochado dos bastidores do mundo financeiro com um vigor, uma energia e uma completa falta de noção que fazem o Gordon Gekko (Michael Douglas) do filme de Oliver Stone parecer um escoteiro perto da insana e delirante falta de escrúpulo de Jordan Belfort (Leonardo DiCaprio) e seus sócios. Chega a ser impressionante que Martin Scorsese, no alto de seus 71 anos, consiga fazer uma obra tão enérgica, juvenil, demente e porra-louca.
O filme conta a história real do corretor da bolsa de valores Jordan Belfort, que começou a trabalhar em um grande escritório de corretagem, mas logo abriu sua própria firma ao descobrir o quanto podia ganhar negociando ações de baixíssimo valor que não entravam nos índices do pregão e ofereciam comissão mais alta. Claro, suas atividades não eram completamente dentro da lei e logo o crescimento de sua empresa chama atenção do agente do FBI Patrick Denham (Kyle Chandler), ao mesmo tempo em que Belfort precisa lidar com seu crescente vício em drogas e com os problemas em seus relacionamentos.