Filmes sobre o Holocausto ou a vida na Alemanha nazista são quase que um gênero em si mesmo, praticamente todo ano, em especial próximo à temporada de premiação, uma ou mais produções com estas características chegam aos cinemas. Muitas delas são bastante esclarecedoras, provocadoras e inspiradoras, mas outras são apenas produtos derivativos feitos para explorar a sensibilidade que esta temática faz aflorar e tentar amealhar indicações a Oscar, Globo de Ouro e similares, na tentativa de aumentar a visibilidade e arrecadação. Este A Menina que Roubava Livros, inspirado no best-seller de Markus Zuzak (que não li) tinha tudo para estar na primeira categoria, mas infelizmente caiu na segunda.
A trama acompanha Liesel (Sophie Nelisse) uma garota que é mandada para viver na Alemanha nazista sob a tutela de uma família adotiva durante o período em que eclode a segunda guerra mundial. Para lidar com suas dificuldades, a jovem se foca na literatura e passa a ser ajudada por Hans (Geoffrey Rush), seu pai adotivo, em seus esforços de leitura e começa a roubar livros da casa do prefeito local para aprender mais.
Tudo isso oferecia um olhar muito interessante sobre a importância da palavra e das ideias e de como elas sobrevivem e instigam temor mesmo em um ambiente altamente bruto e truculento como a Alemanha nazista e as queimas de livros representam exatamente esse ato de violência simbólica intolerante contra tudo aquilo que é diferente e que desafia suas crenças.