Uma das melhores coisas da infância era poder brincar com qualquer coisa, bonecos, peças de montar, caixas de papelão, usando nossa imaginação para criar universos onde todos os personagens, ambientes e tempos se mesclavam, onde o Batman podia lutar ao lado do Gandalf e um caubói poderia andar a cavalo ao lado de um cavaleiro medieval. É justamente por abordar essa importância do lúdico, da brincadeira e da imaginação que reside o principal mérito deste Uma Aventura Lego, dirigida por Chris Miller e Phil Lord, dupla responsável pelo primeiro Tá Chovendo Hamburguer (2009) e Anjos da Lei (2012), que continuam a exibir aqui a mesma criatividade e humor auto-referencial presente em seus filmes anteriores.
A trama conta a história de Emmet (Chris Pratt) um pacato e comum boneco de Lego que acidentalmente encontra um artefato que é a última esperança de impedir que o presidente Negócios (Will Ferrell) destrua completamente todo o universo Lego. Para tanto ele terá ajuda da misteriosa Lucy (Elizabeth Banks), que consegue construir rapidamente qualquer coisa com quaisquer peças, e o enigmático mago Vitruvius (Morgan Freeman).
A trama progride de maneira bastante movimentada, alternando entre diferentes universos que vão desde uma grande cidade ao velho oeste, passando por alguns bem bizarros que nem sei como definir. O filme ainda conta com participações especiais de diversos personagens de outros filme, livros e quadrinhos (todos como bonecos Lego) como Batman, Superman, Dumbledore, Tartarugas Ninja, entre outros. Tudo isso ajuda a dar um tom despretensioso que faz o filme soar como uma enorme brincadeira infantil, quase como se o roteiro tivesse sido escrito por crianças brincando com Legos, tanto que o filme constantemente faz piada com a enorme quantidade de coincidências e acontecimentos gratuitos que acontecem ao longo da história.