Getúlio Vargas é uma das mais
controversas e icônicas figuras da política brasileira e é de se esperar que
alguém assim acabe ganhando uma cinebiografia. Ao mesmo tempo, há o temor de
que apenas duas horas de filme sejam um período muito curto para condensar
alguém que projeta reações tão diversas no imaginário popular. Assim sendo, é
inicialmente acertada a decisão deste Getúlio
em exibir um recorte bastante breve de sua vida, situando-se em seus últimos
dias, embora mesmo neste breve período, não chegue a traçar um retrato muito
profundo do personagem.
A trama se inicia a partir da
fracassada tentativa de assassinato ao jornalista Carlos Lacerda (Alexandre
Borges), principal opositor de Vargas (Tony Ramos), que acaba vitimando um
major da força aérea brasileira. A partir daí acompanhamos aqueles que seriam
os últimos dias do então presidente do Brasil, enquanto as desconfianças e
tensões aumentam ao seu redor, pedindo sua renúncia ou seu afastamento,
levando-o enfim ao suicídio.