quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Crítica - As Tartarugas Ninja

Review As Tartarugas NinjaCom o anúncio de que o execrável Michael Bay produziria uma nova versão das Tartarugas Ninja para os cinemas e que esta seria dirigida pelo medíocre Jonathan Liebsman (dos horrendos Fúria de Titãs 2 e Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles), fãs ficaram temerosos que seu amado universo fosse ser destruído por esses dois “talentos”. A verdade é que embora não seja o completo desastre que se imaginava que seria, o filme ainda tem uma grande parcela de problemas.

Na trama, April O’Neal (Megan Fox) é uma jovem repórter que quer ser levada a sério na emissora em que trabalha. Quando um grupo criminoso chamado Clã do Pé começa a aterrorizar a cidade, ela resolve investigar os crimes para tentar subir na carreira, mas acaba topando com as quatro tartarugas mutantes ninjas Leonardo (voz de Johnny Knoxville), Michelangelo (Noel Fischer), Donatello (Jeremy Howard) e Raphael (Alan Ritchson). Os quelônios passaram a vida nos esgotos, sendo treinados por Splinter (voz de Tony Shalhoub) e fazem April se lembrar de coisas esquecidas de sua infância, em especial o trabalho científico de seu falecido pai para o bilionário industrial Eric Sacks (William Fichtner) que podem ter ligação com as tartarugas.

Crítica - Lucy





O diretor e roteirista Luc Besson é famoso pelos seus filmes de ação intensa estrelados por personagens femininas fortes e marcantes como a versão original de La Femme Nikita (1990) e O Quinto Elemento (1997). Este Lucy seria seu retorno a este universo que o consagrou, mas infelizmente fica aquém do esperado.

A história é centrada em Lucy (Scarlett Johansson), uma jovem aspirante a atriz que vive em Taiwan que se envolve por acidente com mafiosos locais e é obrigada pelo cruel Sr. Jang (Choi Min-Sik) a transportar um pacote de drogas em seu corpo. Quando o pacote arrebenta e a substância vaza em seu corpo, Lucy descobre que ela a tornou mais inteligente e ampliou seu potencial mental. A jovem então busca a ajuda do cientista Norman (Morgan Freeman) para que entender o que deve fazer com toda a sua habilidade antes que ela perca o controle sobre seus recém-adquiridos poderes.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Crítica - Planeta dos Macacos: O Confronto

Recebi com certa desconfiança o lançamento de Planeta dos Macacos: A Origem (2011) parecia mais um remake caça-níqueis e desnecessário depois da desastrosa tentativa de Tim Burton em reiventar a franquia com O Planeta dos Macacos (2001). Felizmente meus temores foram equivocados e o filme era um sólido e competente recomeço para a série. Este Planeta dos Macacos: O Confronto é uma continuação direta da fita de 2011 e consegue ser ainda melhor que o anterior.

A trama se passa dez anos depois do filme de 2011 e nos apresenta uma humanidade quase extinta devido à “gripe símia”. Nesse cenário pós-apocalíptico um grupo de sobreviventes liderados por Malcolm (Jason Clarke) e Dreyfus (Gary Oldman) chega ao que restou de São Francisco (cidade em que o filme anterior se passou), na esperança de reativar uma hidroelétrica em uma floresta próxima. O problema é que a dita floresta é agora o lar de Cesar (Andy Serkis) e sua comunidade de macacos inteligentes. Inicialmente os dois lados tentam resolver tudo pacificamente, mas com o tempo emergem rancores e preconceitos que podem por tudo a perder. Preciso ressaltar, no entanto, que é possível ver tranquilamente esse filme sem o conhecimento do primeiro, embora algumas poucas referências a eventos anteriores possam se perder pelo caminho. Assim sendo, embora mantenha um senso coeso de continuidade, o filme não afasta os neófitos.

terça-feira, 15 de julho de 2014

Crítica - Juntos e Misturados

Acho que já falei isso, mas nos últimos anos sempre que via a vinheta da Happy Madison (produtora de Adam Sandler) ficava com dois pés atrás em relação ao que veria seguir. Não um temor injustificado, já que o últimos projetos do comediante resultaram em porcarias homéricas como Gente Grande 2 (2013) e Esse é o Meu Garoto (2012) e Cada um Tem a Gêmea que Merece (2011). Este Juntos e Misturados, no entanto, parecia um pouco mais promissor ao trazer de volta a parceria de Sandler com Drew Barrymore, que rendeu suas melhores comédias, Como Se Fosse a Primeira Vez (2004) e Afinado no Amor (1998). Embora não chegue a ser desastroso como os esforços recentes do comediante, o filme lamentavelmente fica aquém dos outros produtos da parceria Sandler/Barrymore.

Na trama, Laura (Drew Barrymore) é uma mulher recém-divorciada e mãe de dois filhos que topa um encontro às cegas com Jim (Adam Sandler), um viúvo que tem três filhas. O encontro é um desastre e eles concordam em não se verem novamente. O destino, entretanto, intervém quando ambos compram o mesmo pacote de férias familiares na África e são obrigados a ficarem juntos. Como é de se esperar, aos poucos ele se aproximam, percebem como precisam um do outro e daí já é possível prever o que acontece.

terça-feira, 1 de julho de 2014

Crítica - O Grande Hotel Budapeste

O diretor Wes Anderson é conhecido por seu estilo peculiar de fazer filmes, seja pelos temas que trata ou pela maneira bastante específica como filma suas obras, é inegável que seu conjunto de trabalho possui uma identidade que lhe é própria. Essa identidade autoral, no entanto, é uma faca de dois gumes, se por um lado traz frescor e diferenciação a uma obra, por outro é preciso que o realizador não se acomode em apenas repetir cansativamente os mesmos artifícios, como vem acontecido com as obras de Tim Burton. Se alguns dos filmes de Anderson como A Vida Marinha com Steve Zissou (2004) ou Viagem à Darjeeling (2007) pareciam meras repetições dos cacoetes narrativos e estilísticos do diretor, este O Grande Hotel Budapeste é suficientemente criativo e insólito para não ser uma mera reprodução.
A trama acompanha as desventuras de Gustav (Ralph Fiennes), o concierge de um luxuoso hotel europeu no período entre guerras, e seu assistente Zero (Tony Revolori) que se envolvem na disputa de herança de uma família rica e perigosa. Depois que Gustav se torna herdeiro de uma valiosa pintura o filho da viúva,Dimitri (Adrien Brody), e seu empregado, Jopling (Willem Dafoe), passam a persegui-los. O concierge e seu assistente precisam, então atravessar a Europa para se manterem vivos.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Crítica - Jersey Boys: Em Busca da Música

Baseado no premiado musical da Broadway de mesmo nome, este Jersey Boys: Em Busca da Música traça a história do famoso grupo The Four Seasons, que se tornou famoso a partir dos anos 50 nos Estados Unidos e emplacou hits como “Big Girls Don’t Cry” (apesar do título homônimo, esta canção é diferente daquela cantada por Fergie) e “Can’t take my eyes off you”. O filme não é exatamente um musical tradicional como Os Miseráveis ou Sweeney Todd no qual tudo se desenvolve através do canto e da dança. Na verdade está mais próximo de cinebiografias musicais como Ray, no qual acompanhamos a trajetória profissional de um músico, obviamente pontuada por suas performances mais icônicas.

Na trama acompanhamos o jovem ítalo-americano Frankie (John Lloyd Young) que realiza pequenos crimes ao lado do amigo Tommy DeVito (Vincent Piazza), que também tem uma banda. Ao perceber o talento vocal de Frankie, Tommy o convida a participar do grupo musical que administra. O estrelato, no entanto, só chega com a entrada do compositor Bob Gaudio (Erich Bergen), autor dos principais sucessos do grupo. A partir daí acompanhamos as dificuldades, desentendimentos e conflitos que emergem desta busca pelo sucesso.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Crítica - Como Treinar Seu Dragão 2

Análise Como Treinar Seu Dragão 2


Review - Como Treinar Seu Dragão 2O primeiro filme é tão bom que meu principal temor para esta sequência é de que fosse apenas um caça-niqueis acomodado que repetiria preguiçosamente tudo que vimos antes apenas para fazer uns dólares a mais. Felizmente, Como Treinar Seu Dragão 2 não é nada disso, expandindo com competência o universo proposto no original, além de aprofundar os personagens e as relações entre eles.

A trama se passa cinco anos depois do original e coloca Soluço (Jay Baruchel) prestes a ser nomeado por seu pai, Stoico (Gerard Butler), como o novo líder de Berk. O problema é que Soluço está mais interessado em desbravar o mundo ao lado de seu dragão do que efetivamente se tornar líder dos vikings. A situação muda quando ele encontra com o caçador de dragões Eret (Kit Harington) e descobre que o líder militar Drago (Djimon Honsou) está escravizando dragões para formar um exército pessoal.

Crítica - Vizinhos

O subgênero das comédias universitárias vem alimentando o cinema americano desde o fim dos anos 70, com filmes como Clube dos Cafajestes (1978), A Vingança dos Nerds (1984), passando por exemplares mais recentes como O Dono da Festa (2002) e Dias Incríveis (2003). Claro, muitas vezes os resultados são uma coleção rasteira de clichês e fórmulas, mas em alguns casos (como os quatro citados acima) temos alguns produtos que, embora não reinventem a roda, conseguem ser divertidos sem parecer uma janta requentada, como este Vizinhos.

A trama acompanha o casal Mac (Seth Rogen) e Kelly (Rose Byrne) que acabou de ter uma filha e precisa lidar com as novas responsabilidades da paternidade e o fato de passarão um bom tempo sem noitadas e badalações. No entanto, a nova e pacata rotina do casal é interrompida quando uma república universitária, liderada por Teddy (Zac Efron) e Pete (Dave Franco), se instala na casa do lado. Como a rotina dos universitários envolve festas diárias, o casal começa a entrar em atrito com os novos vizinhos, iniciando uma disputa que irá evoluir das maneiras mais absurdas possíveis.

sexta-feira, 30 de maio de 2014

Crítica - Confia em Mim

Em meu texto sobre Alemão comentei como o cinema brasileiro vem tentado emplacar comercialmente outros gêneros além das comédias. O resultado nem sempre é satisfatório (como o próprio Alemão), mas pelo menos é bom ver que nossa produção está se expandindo para outros campos. Confia em Mim é mais uma tentativa de realizar um suspense, embora, infelizmente, ainda não consiga fazê-lo com competência.

A trama é centrada em Maria (Fernanda Machado), uma chef que sonha em abrir seu próprio restaurante para se livrar de seu patrão invejoso. Seus desejos parecem próximos a se concretizar quando ela conhece o sedutor Caio (Matheus Solano), que se prontifica a investir na jovem se eles se tornarem sócios no negócio. Envolvida por ele, Maria lhe dá suas economias para que possam comprar o imóvel para fazerem o restaurante, mas, para sua surpresa, Caio desaparece com o seu dinheiro. A partir daí Maria inicia uma busca pelo golpista para tentar reaver seu dinheiro.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Crítica - Getúlio

Análise Getúlio

Review GetúlioGetúlio Vargas é uma das mais controversas e icônicas figuras da política brasileira e é de se esperar que alguém assim acabe ganhando uma cinebiografia. Ao mesmo tempo, há o temor de que apenas duas horas de filme sejam um período muito curto para condensar alguém que projeta reações tão diversas no imaginário popular. Assim sendo, é inicialmente acertada a decisão deste Getúlio em exibir um recorte bastante breve de sua vida, situando-se em seus últimos dias, embora mesmo neste breve período, não chegue a traçar um retrato muito profundo do personagem.

A trama se inicia a partir da fracassada tentativa de assassinato ao jornalista Carlos Lacerda (Alexandre Borges), principal opositor de Vargas (Tony Ramos), que acaba vitimando um major da força aérea brasileira. A partir daí acompanhamos aqueles que seriam os últimos dias do então presidente do Brasil, enquanto as desconfianças e tensões aumentam ao seu redor, pedindo sua renúncia ou seu afastamento, levando-o enfim ao suicídio.