Algumas
vezes precisamos de um tempo só nosso. Precisamos nos afastar daquilo que nos
cerca e enfrentar a nós mesmos, nossas angústias, nossos demônios. Algumas
coisas ninguém pode nos ajudar a definir e precisamos resolver por conta
própria. É justamente sobre esse tipo de jornada de autoconhecimento que trata
este Livre, dirigido por Jean-Marc
Valée (Clube de Compras Dallas).
A
narrativa acompanha a história real de Cheryl (Reese Witherspoon), americana
que decidiu percorrer sozinha a Pacific Coast Trail (PCT), uma trilha que
atravessa os Estados Unidos de norte a sul. A viagem é motivada por uma série
de problemas pessoais e em sua caminhada, precisará refletir sobre seus
problemas e superar as dificuldades que a natureza selvagem lhe impõe.
Como
está sozinha durante boa parte do filme, é o trabalho de Whiterspoon que carrega
o filme, trazendo esta que é sua melhor performance desde Johnny e June (2005). Sua Cheryl é uma mulher perdida, consumida
por erros e arrependimentos do passado que impõe a caminhada a si mesma como
uma espécie de penitência e a atriz convoca muito bem o sentimento de perdição,
dor, raiva e solidão que acometem a personagem. Ao seu lado, temos uma
participação pequena, mas significativa de Laura Dern como a mãe de Cheryl, com
uma personalidade sempre otimista e expansiva, é fácil entender sua importância
na vida da protagonista e porque sua ausência é tão sentida por ela, ao ponto
de levá-la à autodestruição.