A
trama acompanha os eventos da marcha por direitos civis que aconteceu na cidade
de Selma, no estado do Alabama, na qual os negros exigiam o reconhecimento de
seu direito ao voto que era negado em boa parte do sul dos Estados Unidos.
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015
Crítica - Selma: Uma Luta pela Igualdade
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015
Crítica - O Destino de Júpiter
Depois
de chamar a atenção do mundo inteiro com o primeiro Matrix (1999) os Wachowski jamais conseguiram repetir o
feito. As duas continuações foram decepcionantes, o divertido e subestimado Speed Racer (2008) foi ignorado pela
maioria e o insosso A Viagem (2012)
também não conseguiu restaurar a reputação da dupla. Assim chegamos a este O Destino de Júpiter que provavelmente é
o ponto mais baixo dos irmãos desde então.
A
trama acompanha uma jovem que aos poucos descobre uma realidade oculta sob
nosso mundo, na qual os humanos são cultivados por seres poderosos para que
estes mantenham suas vidas e ela é a única que pode parar tudo isso. Pareceu
familiar? Pois é exatamente a trama do primeiro Matrix, apenas substituindo os robôs por alienígenas e a profecia
do escolhido pela reencarnação de uma rainha. Em resumo, os irmãos se
entregaram ao auto-plágio, claramente indicando que não tem mais para onde ir
em termos criativos. Além do próprio trabalho, os Wachowski se baseiam
diretamente em obras como Eram os Deuses
Astronautas, O Guia do Mochileiro das
Galáxias, M.I.B: Homens de Preto
(1997), a seminal ficção-científica Duna
e até mesmo contos de fada.
Labels:
Aventura,
Catástrofe,
Crítica,
Ficção Científica
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015
Crítica - O Jogo da Imitação
Um
dos benefícios de uma cinebiografia é trazer ao público fatos até então
desconhecidos sobre uma determinada pessoa e também sobre o período histórico
em que esta viveu. Muita coisa já foi feita sobre a Segunda Guerra Mundial,
sobre os esforços dos aliados em derrotar os nazistas, mas creio que poucos
conheciam a história do matemático Alan Turing, cujo trabalho foi de extrema
importância para o fim da guerra, e que posteriormente foi perseguido por sua
sexualidade, perdendo tudo que tinha.
A
trama foca no período em que Turing (Benedict Cumberbatch) trabalhou com o
governo britânico para quebrar a criptografia das mensagens nazistas da máquina
Enigma. Para tal, ele desenvolve uma máquina (que é basicamente um
proto-computador) que seja capaz de dar conta das possibilidades de resolução.
No entanto, ele precisará lidar com a impaciência de seus chefes e o
relacionamento com seus colegas. É importante lembrar que para além da guerra,
sua "máquina de Turing" ajudou a dar origem aos computadores
modernos.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quarta-feira, 28 de janeiro de 2015
Crítica - Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)
Não
é fácil sobreviver no meio artístico, principalmente no disputado cenário dos
Estados Unidos e mesmo quando um ator consegue de fato chegar ao estrelato,
isso não é nenhuma garantia de que ele se manterá relevante, independente de
seu talento ou sucesso. É justamente sobre o que faz de um artista um artista e
o que é preciso para se manter relevante em um ambiente cada vez mais cínico e
superficial que irá tratar este Birdman
ou (A Inesperada Virtude da Ignorância).
A
trama acompanha o ator Riggan Thomson (Michael Keaton) que ficou famoso por
interpretar o super-herói que dá nome ao filme e depois caiu no esquecimento.
Disposto a provar que é um artista de verdade e não apenas uma mera estrela de
cinema, Riggan decide montar, dirigir e estrelar uma peça na Broadway. A partir
de então o filme irá acompanhar os dias que antecedem a estreia enquanto tudo
parece desmoronar ao redor do ator.
O
diretor Alejandro Gonzalez Iñarritu conduz toda a trama com enorme energia e
intensidade, sua câmera acompanha a movimentação dos personagens em longos planos-sequência
enquanto eles se deslocam pelos corredores do teatro, conferindo um movimento
incessante aos eventos retratados e uma sensação de que estamos presenciando em
tempo real o colapso mental deste ator que parece perdido em seu estupor de
vaidade e desespero.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
Crítica - Caminhos da Floresta
Antes
de Shrek ou Once Upon a Time misturarem universos de contos de fadas, o musical
Into the Woods já fazia isso no
teatro desde o fim dos anos 80. Assim como muitas obras recentes, lançava um
olhar mais revisionista sobre esses contos. Quando a Disney anunciou que faria
sua versão do musical, temi que suas críticas à moral dos contos e à ideia do
"felizes para sempre" fosse limada pela casa do Mickey em prol de um
filme menos pessimista e mais "família". Felizmente esse não é o caso
e a mensagem central da obra se mantém, apesar de mudanças aqui e ali que
certamente darão motivos a reclamações dos mais puristas.
O
musical acompanha um padeiro (James Corder) e sua esposa (Emily Blunt) que não
conseguem ter filhos por causa de uma maldição jogada sobre a família dele. Uma
alternativa se apresenta quando a bruxa (Meryl Streep) que mora ao lado se
oferece para reverter a maldição, mas para isso precisará de quatro itens
mágicos. Assim, o casal adentra o bosque próximo à sua vila na busca pelos
itens e no caminho encontrará personagens como Cinderella (Anna Kendrick) e
Chapeuzinho Vermelho (Lilla Crawford). Entretanto, o final feliz não chega tão
fácil quanto se pensa.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
Crítica - Grandes Olhos
Confesso
que me aproximei com desconfiança deste Grandes
Olhos, já que há pouco mais de uma década o diretor Tim Burton tem
trabalhado no piloto automático e praticamente se transformou em uma paródia
chata de si mesmo (assim como tem acontecido com Johnny Depp). No entanto, o
retorno às biografias parece ter feito bem ao diretor e trouxe uma bem-vinda
mudança de ares a um realizador que estava se deixando dominar por seus
próprios cacoetes estilísticos. Pode não ser tão bom quanto seu outro esforço
biográfico, Ed Wood (1994), ou aquele
que considero seu último grande filme, Peixe
Grande e Suas Histórias Maravilhosas (2003), mas é decididamente um sinal
de que Burton é capaz de se redefinir enquanto artista e tomar de volta as
rédeas de sua carreira.
A
trama acompanha a trajetória da pintora Margaret Keane (Amy Adams) que em 1950
vai para São Francisco depois de deixar o esposo. Lá conhece seu futuro marido,
o também pintor Walter Keane (Christoph Waltz). Quando as pinturas de Margaret
começam a fazer sucesso, seu marido reclama para si a autoria dos quadros e
ela, temendo perder a fonte de renda, decide aceitar a mentira e continua
pintando enquanto seu marido receba o crédito. Com o tempo a mentira começa a
pesar na consciência de Margaret, ao mesmo tempo em que o marido vai se
tornando progressivamente mais agressivo na manutenção de sua farsa.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
terça-feira, 27 de janeiro de 2015
Crítica - A Teoria de Tudo
O
físico Stephen Hawking tem uma história de vida incrível. Não apenas pelo modo
como foi capaz de mudar a ciência o modo como pensamos o tempo e o espaço, mas
por fazer isso tudo sob o julgo de uma brutal doença degenerativa que
provavelmente teria acabado com a motivação de pessoas menos resolutas. No
entanto, este A Teoria de Tudo não é
exatamente sobre isso, mas sobre a relação do físico com a esposa, Jane,
enquanto o resto fica para segundo plano.
A
trama acompanha Hawking (Eddie Redmayne) a partir da juventude, enquanto fazia
doutorado em Cambridge e conheceu Jane (Felicity Jones). A partir daí vemos a
relação dos dois florescer enquanto o físico lida com o descobrimento e
agravamento de sua doença. A escolha pelo romance, no entanto, acaba diluindo a
força da história de Hawking, já que torna secundário aquilo que havia de mais
particular para abraçar uma tradicional história de "boy meets girl" (ou garoto encontra garota, em bom português).
Entendo que para tornar atrativo ao grande público que desconhece o físico
seria necessário adequar a história a um formato mais familiar, um "filme
de gênero".
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quarta-feira, 21 de janeiro de 2015
Crítica - Foxcatcher: Uma História que Chocou o Mundo
Baseado
na história real de um brutal crime, este Foxcatcher:
Uma História que Chocou o Mundo, é um intenso estudo sobre rivalidade,
ciúme e orgulho que levados às últimas conseqüências destroem as vidas de três
homens.
A
trama gira em torno de Mark (Channing Tatum), campeão olímpico de luta
greco-romana que, apesar dos triunfos, vive com dificuldades financeiras e à
sombra do irmão mais velho Dave (Mark Ruffalo), também um lutador e campeão
olímpico. Quando Mark é abordado pelo misterioso milionário Frank du Pont
(Steve Carell) para treinar em sua fazenda com todo o equipamento e auxílio
financeiro que puder dispor, o lutador crê que sua oportunidade finalmente
chegou. No entanto, aos poucos vai percebendo que seu benfeitor não é
exatamente aquilo que imaginava.
Tatum
traz uma certa inocência e um olhar beócio ao ser personagem, tanto que quando ele senta diante da
televisão para assistir um vídeo com a história dos du Pont sua postura é igual
à de um criança. Por outro lado também há uma grande medida de ressentimento
reprimido por seu irmão no personagem, não apenas por Dave ter um
reconhecimento que ele não tem, mas porque ele parece saber que não é capaz de
ser tão bom quanto o irmão. Apesar disso, não deixa de nutrir um amor genuíno
pelo irmão, a quem vê como uma figura paterna, tanto que por mais de uma vez
desconta sua raiva e frustração no próprio corpo ao invés de descontá-la em
outros. Assim sendo, é fácil entender como ele se torna presa fácil para alguém
como du Pont que sabe exatamente que botões pressionar para trazer Mark para o
seu lado.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quarta-feira, 14 de janeiro de 2015
Crítica - Depois da Chuva
O
cinema brasileiro já realizou vários filmes sobre o período da nossa ditadura
militar, mas poucos deles abordaram o período da redemocratização pós-ditadura
e os desafios que se impunham a um país que precisava rever seus processos
políticos e redefinir seu projeto de nação. É justamente neste cenário de
tensões e incertezas que o longa baiano Depois
da Chuva irá se situar.
A
trama acompanha Caio (Pedro Maia) um adolescente que começa a se envolver com
política através da tentativa de formar um grêmio em seu colégio, ao mesmo
tempo em que se aproxima da colega Fernanda (Sophia Corral).
O
principal acerto do filme é conseguir captar muito bem o espírito da época, em
como as coisas eram incertas e diferentes propostas e perspectivas ideológicas
disputavam espaço e apoio do público para definir os rumos que o país seguiria.
Claro, a reconstituição extremamente competente da época retratada, mas isso
pouco valeria se o filme não conseguisse nos mergulhar neste universo de modo a
compreendermos o que tudo aquilo significava para aqueles personagens.
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Cinema Brasileiro,
Crítica,
Drama,
Romance
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
Crítica - Livre
Algumas
vezes precisamos de um tempo só nosso. Precisamos nos afastar daquilo que nos
cerca e enfrentar a nós mesmos, nossas angústias, nossos demônios. Algumas
coisas ninguém pode nos ajudar a definir e precisamos resolver por conta
própria. É justamente sobre esse tipo de jornada de autoconhecimento que trata
este Livre, dirigido por Jean-Marc
Valée (Clube de Compras Dallas).
A
narrativa acompanha a história real de Cheryl (Reese Witherspoon), americana
que decidiu percorrer sozinha a Pacific Coast Trail (PCT), uma trilha que
atravessa os Estados Unidos de norte a sul. A viagem é motivada por uma série
de problemas pessoais e em sua caminhada, precisará refletir sobre seus
problemas e superar as dificuldades que a natureza selvagem lhe impõe.
Como
está sozinha durante boa parte do filme, é o trabalho de Whiterspoon que carrega
o filme, trazendo esta que é sua melhor performance desde Johnny e June (2005). Sua Cheryl é uma mulher perdida, consumida
por erros e arrependimentos do passado que impõe a caminhada a si mesma como
uma espécie de penitência e a atriz convoca muito bem o sentimento de perdição,
dor, raiva e solidão que acometem a personagem. Ao seu lado, temos uma
participação pequena, mas significativa de Laura Dern como a mãe de Cheryl, com
uma personalidade sempre otimista e expansiva, é fácil entender sua importância
na vida da protagonista e porque sua ausência é tão sentida por ela, ao ponto
de levá-la à autodestruição.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
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