Baseado
em fatos reais, acompanhamos Maziar Bahari (Gael Garcia Bernal), jornalista
iraniano radicado em Londres que vai ao Irã em 2009 para cobrir as eleições
para a revista Newsweek. Maziar decide continuar no país após as eleições para
acompanhar os protestos de cidadãos que questionam a validade da eleição que
deu uma vitória folgada para o radical Mahmoud Ahmadinejad sobre o reformista
Husseim Moussavi. Ao filmar os protestos ele registra a violência das
autoridades, que matam os cidadãos sem pestanejar. Não demora para que ele seja
preso sob acusação de espionagem, cuja prova é uma participação do jornalista
em um programa de humor (o The Daily Show do diretor Jon Stewart) na
qual ele brinca dizendo ser espião. A partir daí acompanhamos os tais 118 dias
de Maziar em uma prisão iraniana onde ele será torturado a confessar ser um
espião e parte de uma conspiração do ocidente para desacreditar o governo
iraniano.
quarta-feira, 4 de março de 2015
Crítica - 118 Dias
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
terça-feira, 3 de março de 2015
Crítica - Simplesmente Acontece
Vou
ser bem sincero, Simplesmente Acontece
não é um filme que vai mudar sua vida, não é um filme que vai te fazer repensar
a natureza do amor ou dos relacionamentos, não traz nada que você já não tenha
visto e dificilmente irá te surpreender. No entanto, vai conseguir te envolver
e te divertir e depois te mandar para casa com um sorriso no rosto. Pode não
ser a mais nobre das pretensões para uma obra de arte, mas pelo menos consegue
ser um passatempo simpático.
A
trama acompanha os amigos Rosie (Lily Collins) e Alex (Sam Claflin), amigos
desde pequenos, através de suas desventuras amorosas enquanto vão percebendo
que talvez devessem ser mais do que amigos, embora sempre aconteçam coisas para
afastá-los.
A
história não tem exatamente nada de novo e é possível prever cada desdobramento
e reviravolta bem antes que elas aconteçam. A gravidez imprevista, a carta não
lida, o cônjuge traidor, todos os obstáculos já foram usados incansáveis vezes
pelas comédias românticas e o filme não se arrisca nem um pouco em sair de seus
lugares-comuns.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015
Crítica - Mapas Para as Estrelas
Este
novo filme do diretor David Croenenberg é deprimente. Digo isso não com uma
conotação negativa ou como uma crítica ao filme, mas porque o universo tecido
pelo diretor repleto de pessoas problemáticas e presas a uma existência que não
lhes traz nenhuma alegria nos faz sair do cinema com um gosto amargo na boca e
uma sensação de pesar pela constatação de que não há nenhum alento na vida
desses indivíduos. Não é um filme ruim, longe disso, mas se você não estiver
tendo um bom dia, melhor ver outra coisa.
A
história acompanha um grupo de pessoas que vivem em Los Angeles e que de algum
modo estão ou querem estar envolvidos com o show
business. No centro de tudo está Agatha (Mia Wasikowska), que vai a Los
Angeles para tentar escrever e também para reparar um erro do passado. No
processo ela se envolve com o motorista Jerome (Robert Pattinson), passa a
trabalhar como assistente da problemática atriz Havana (Julianne Moore) e tenta
se reaproximar do irmão, o astro mirim Benjie (Evan Bird).
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015
Crítica - Sniper Americano
Muitos
filmes já foram feitos sobre a recente guerra contra o terrorismo dos Estados
Unidos, o resultado desses confrontos sobre os soldados que retornam e as
intervenções militares em países como Afeganistão e Iraque. Sniper Americano não irá trazer
praticamente nada de novo em relação a nada disso, mas pelo menos consegue
trazer um retrato impactante do militar Chris Kyle, tido como o mais letal
atirador de elite do exército dos Estados Unidos.
A
trama acompanha Chris (Bradley Cooper) através de seus quatro turnos de serviço
pelo exército que o colocam na mira do perigoso atirador Mustafa (Sammy Sheik).
Ao mesmo tempo, Chris precisa lidar com sua dificuldade em se readaptar à vida
civil, bem como os problemas com sua esposa (Sienna Miller).
Bradley
Cooper faz um bom trabalho ao construir um homem que não consegue abandonar a
guerra que viveu até sentir que verdadeiramente cumpriu o seu dever para si,
seus companheiros em armas e seu país, também é eficiente ao lhe conferir um
enorme carisma e simplicidade, um homem sem grande educação formal, mas que foi
educado de maneira dura para não demonstrar fraqueza e cuidar daqueles ao seu
redor.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
Crítica - Um Santo Vizinho
Eu
vejo praticamente qualquer coisa com Bill Murray, mesmo projetos que serão
claramente desastrosos e universalmente execrados como os dois Garfield no qual ele dublou o gato
titular (que sim, são bem ruins). Ainda assim, sempre espero algo bom de um
novo trabalho do ator, sendo, portanto, lamentável que este Um Santo Vizinho tenha muito pouco a
oferecer além do carisma do seu protagonista.
A
trama é centrada em Vincent (Bill Murray), um sujeito solitário, mal humorado e
praticamente falido. Sua vida muda com a chegada de sua nova vizinha Maggie
(Melissa McCarthy) e seu filho Oliver (Jaden Liebherer). Como Maggie trabalha
longos turnos, não tem muita escolha senão deixar o filho com o vizinho e a
partir da relação dos dois vamos descobrindo que Vincent é muito mais que um
velho turrão.
Murray
traz a Vincent a sua típica persona
cinematográfica do canalha de bom coração que vem fazendo durante boa parte de
sua carreira desde filmes como Os
Caça-Fantasmas (1984) ou Feitiço do
Tempo (1993). Claro, ele continua tendo uma presença forte em cena e sua
combinação de carisma e cinismo não deixa de ser encantadora, mas, mesmo com o
cuidado em retratar o estado do personagem após um AVC, não consegue afastar a
sensação de que já vimos tudo isso um monte de outras vezes. Por sua vez,
Melissa McCarthy sai um pouco de seu lugar comum do humor histérico para tratar
de uma personagem mais contida e se sai muito bem em traduzir a compaixão e
vulnerabilidade de Maggie. Menos sorte, no entanto, tem Naomi Watts como a
prostituta russa Daka que acaba soando mais caricata do que deveria.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
domingo, 15 de fevereiro de 2015
Crítica - O Imperador
Este
O Imperador é daqueles filmes que
você já entra na sala de cinema sem esperar grande coisa, mas, pelo menos, que
seja daqueles tão ruins ao ponto de se tornar divertido. Infelizmente nem isso
ocorre e O Imperador é apenas ruim
que aborrece.
A
trama acompanha Jacob (Hayden Christensen), um ex-cavaleiro que abandonou as
cruzadas depois de presenciar uma brutal carnificina e se refugiou no oriente.
Lá encontra um jovem príncipe e sua irmã que estão em fuga depois que seu irmão
usurpou o trono. Decidido a compensar pelos erros do passado, Jacob decide
acompanhá-los, mas para ter sucesso em sua missão, precisa da ajuda de seu
antigo tutor, o cavaleiro Gallain (Nicolas Cage).
Ao
contrário do que o material de divulgação dá a entender, Cage é praticamente
uma ponta de luxo, aparecendo por no máximo uns vinte minutos de filme. Quando
ele está em cena, trabalha no modo "devorador de cenário" com o qual
vem trabalhando em boa parte dos filmes ruins que vem fazendo. Sua atuação é
pra lá de exagerada, todos os diálogos são sussurrados ou gritados, sem meio
termo e ele vai da profunda amargura à risada histérica em menos de um segundo.
Sua caracterização não ajuda a levá-lo a sério, com suas extensões capilares
artificiais e uma tosca cicatriz sobre o olho. Além disso exibe o sotaque mais
bizarro que vi em muito tempo, uma mistura esquisita entre o sotaque americano
e o britânico e o resultado, por vezes, é comédia involuntária. Christensen
exibe a mesma escolha pouco ortodoxa de fala, mas sua composição rígida e
apática não consegue divertir nem pelo exagero.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015
Crítica - Cinquenta Tons de Cinza
Cinquenta Tons de Cinza não é um filme para qualquer um. Não, não estou me
referindo ao tão alardeado conteúdo sexual que passa longe de ser excitante,
chocante ou interessante. Falo porque desde o livro que o originou trata-se de
um produto completamente pensado e desenhado para um público bastante preciso,
com gênero, faixa etária e comportamento bem determinado e se você não se
encaixa perfeitamente no perfil de leitor visado pela autora E. L. James, essa
narrativa tem pouco o que te interesse. Isso, no entanto, não é o que torna a
obra tão repreensível ou problemática, mas o olhar que lança sobre seu tema
principal.
A
trama acompanha a jovem Anastasia Steele (Dakota Johnson) que recebe de uma
colega de faculdade a incumbência de entrevistar o jovem magnata das
telecomunicações Christian Grey (Jamie Dornan). A jovem se sente intimidada
pelo empresário que parece se fascinar por ela. Aos poucos eles se envolvem e
ela descobre que ele é um praticante de sadomasoquismo e a convida para uma
relação de dominador/submissa e conforme tudo avança ela passa a questionar
esse estilo de vida.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015
Crítica - Selma: Uma Luta pela Igualdade
A
trama acompanha os eventos da marcha por direitos civis que aconteceu na cidade
de Selma, no estado do Alabama, na qual os negros exigiam o reconhecimento de
seu direito ao voto que era negado em boa parte do sul dos Estados Unidos.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015
Crítica - O Destino de Júpiter
Depois
de chamar a atenção do mundo inteiro com o primeiro Matrix (1999) os Wachowski jamais conseguiram repetir o
feito. As duas continuações foram decepcionantes, o divertido e subestimado Speed Racer (2008) foi ignorado pela
maioria e o insosso A Viagem (2012)
também não conseguiu restaurar a reputação da dupla. Assim chegamos a este O Destino de Júpiter que provavelmente é
o ponto mais baixo dos irmãos desde então.
A
trama acompanha uma jovem que aos poucos descobre uma realidade oculta sob
nosso mundo, na qual os humanos são cultivados por seres poderosos para que
estes mantenham suas vidas e ela é a única que pode parar tudo isso. Pareceu
familiar? Pois é exatamente a trama do primeiro Matrix, apenas substituindo os robôs por alienígenas e a profecia
do escolhido pela reencarnação de uma rainha. Em resumo, os irmãos se
entregaram ao auto-plágio, claramente indicando que não tem mais para onde ir
em termos criativos. Além do próprio trabalho, os Wachowski se baseiam
diretamente em obras como Eram os Deuses
Astronautas, O Guia do Mochileiro das
Galáxias, M.I.B: Homens de Preto
(1997), a seminal ficção-científica Duna
e até mesmo contos de fada.
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Ficção Científica
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015
Crítica - O Jogo da Imitação
Um
dos benefícios de uma cinebiografia é trazer ao público fatos até então
desconhecidos sobre uma determinada pessoa e também sobre o período histórico
em que esta viveu. Muita coisa já foi feita sobre a Segunda Guerra Mundial,
sobre os esforços dos aliados em derrotar os nazistas, mas creio que poucos
conheciam a história do matemático Alan Turing, cujo trabalho foi de extrema
importância para o fim da guerra, e que posteriormente foi perseguido por sua
sexualidade, perdendo tudo que tinha.
A
trama foca no período em que Turing (Benedict Cumberbatch) trabalhou com o
governo britânico para quebrar a criptografia das mensagens nazistas da máquina
Enigma. Para tal, ele desenvolve uma máquina (que é basicamente um
proto-computador) que seja capaz de dar conta das possibilidades de resolução.
No entanto, ele precisará lidar com a impaciência de seus chefes e o
relacionamento com seus colegas. É importante lembrar que para além da guerra,
sua "máquina de Turing" ajudou a dar origem aos computadores
modernos.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
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