Em
tempos nos quais os blockbusters
insistem em levar a sério repetições de fórmulas desgastadas (estou olhando
para você O Destino de Júpiter)
Kingsman corre na direção oposta e resolve não se levar nem um pouco a sério,
deixando claro a natureza absurda e datada do universo apresentado ao mesmo
tempo em que ousa subverter convenções e estruturas.
A
trama acompanha Eggsy (Taron Egerton) um problemático jovem inglês que é
recrutado pelo agente Harry (Colin Firth) a fazer parte da misteriosa
organização de espionagem chamada Kingsman. Durante seu treinamento Eggsy
precisará lidar com os colegas almofadinhas que não aceitam a presença de
alguém, digamos, "classe-média" como o protagonista, além de ajudar
seu mentor a investigar o misterioso bilionário Valentine (Samuel L. Jackson).
O
filme é basicamente uma grande e calorosa homenagem aos antigos filmes de
espionagem, em especial os antigos 007, com seus espiões elegantes e refinados
cheios de tranqueiras absurdas como pistolas guarda-chuva e bombas-isqueiro,
bem como os vilões megalomaníacos com seus covis em topos de montanha e
capangas exóticos. O filme trata tudo isso com grande irreverência e humor auto-referencial,
consciente do exagero e do absurdo do universo que nos apresenta ao mesmo tempo
que brinca com as convenções e tenta trazer novos elementos.