quarta-feira, 8 de julho de 2015

Crítica - Cidades de Papel


A ficção voltada para adolescentes comumente trata do ímpeto dos jovens em explorar o mundo, em deixar de lado um pouco da rotina diária e buscar novas experiências. Nesse sentido, Cidades de Papel não traz exatamente nada de novo a estes temas já batidos, mas funciona devido à dinâmica sincera que estabelece entre seus personagens e a mistura com diferentes gêneros narrativos.

A trama gira em torno do jovem Quentin (Nat Wolff), que desde criança é apaixonado por Margo (Cara Delevigne), sua vizinha da frente. Como ela tinha um espírito mais rebelde e aventureiro, eles acabam se distanciando conforme crescem, mas o afeito de Quentin por ela permanece. As chances de Quentin com a garota aumentam quando ela lhe pede ajuda para pregar peças em amigos que a enganaram, mas ela desaparece logo depois, deixando algumas pistas para ser encontrada. Assim, com a ajuda de amigos, Quentin tenta desvendar o mistério envolvendo a garota de seus sonhos.

Como já mencionado, o filme mistura uma típica história adolescente com estruturas de road movies e narrativas investigativas. Não é a primeira vez que um filme adolescente se presta a isso, a base do road movie já foi usada por inúmeros filmes, bem como a abordagem do mistério ou investigação, como já tinha acontecido com a série Veronica Mars e o ótimo e esquisito A Ponta de um Crime (2005) do diretor Rian Johnson (Looper). Ainda assim, Cidades de Papel incorpora essas estruturas narrativas ao longo de sua trama com bastante naturalidade, transitando entre elas de modo orgânico e necessário para o prosseguimento da história.

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Crítica - O Exterminador do Futuro: Gênesis




Quando escrevi sobre o recente Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros falei que nem todas as franquias cinematográficas se prestavam a múltiplas continuações, remakes ou reboots porque elas ofereciam pouco "espaço de manobra". Ou seja, oferecem poucas possibilidades para ampliar ou recontar a história ou universo, já que os filmes dão conta de praticamente todas as possibilidades que o cenário oferecia. Tudo que tinha que ser dito sobre o universo de O Exterminador do Futuro já tinha sido feito pelos dois filmes de James Cameron, não havia pontas soltas, ganchos ou questões mal resolvidas, era tudo fechadinho e redondo. Tanto que todas as tentativas de continuar, refazer ou expandir esse universo, tanto no cinema quanto na televisão, não chegaram nem perto da força que os dois primeiros filmes possuem e incluo este Exterminador do Futuro: Gênesis nesse grupo.

A trama começa no futuro, quando a humanidade, liderada por John Connor (Jason Clarke), inicia seu último ataque contra a Skynet para encerrar a guerra contra as máquinas. Durante o ataque um Exterminador (Arnold Schwarzenegger) é enviado ao passado para assassinar Sarah Connor e o soldado Kyle Reese (Jai Courtney) é enviado ao passado para deter a máquina. Sim, é a mesma premissa do filme original, mas quando Reese chega ao passado, descobre que as coisas mudaram. Sarah Connor foi criada desde a infância por outro Exterminador (também Schwarzenegger) e que há também um T-1000 (Byung-hun Lee) caçando-os. Juntos eles descobrem que precisam viajar para o futuro, dias antes do Julgamento Final, para deter a Skynet antes que o fim do mundo aconteça. 

Crítica - Belas e Perseguidas


Chega a ser incompreensível como Reese Witherspoon, tão elogiada por seu trabalho no recente Livre, e Sofia Vergara, que vem trabalhando muito bem na série Modern Family, tenham decidido se envolver com uma produção tão rasteira e problemática quanto este Belas e Perseguidas.

A fita é uma daquelas comédias de ação estilo buddy cop (os "filmes de parceiros") nos moldes de Beijos e Tiros (2005) ou Anjos da Lei 2 (2014), mas sem o espírito subversivo e humor auto-referencial destes exemplos. Na história Cooper (Reese Witherspoon) é uma policial certinha e obcecada por seguir protocolos que é incumbida de proteger Daniella (Sofia Vergara), uma testemunha importante em um processo contra um poderoso traficante. Cooper precisa atravessar o estado do Texas para levar sua testemunha ao tribunal, mas no processo elas são caçadas por dois policiais corruptos e precisam arrumar um jeito de chegar ao destino antes que sejam pegas.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Crítica - Minions



Análise Minions

Review MinionsNem sempre aquele coadjuvante que chama atenção funciona bem quando você lhe dá uma história só dele. Isso aconteceu com o terrível Carros 2 (2011) que promoveu a protagonista o atrapalhado carro Mate e com Os Pinguins de Madagascar (2015), que, apesar de simpático, não evita em soar vazio e desnecessário. Este Minions padece do mesmo mal e é prejudicado ainda pela própria natureza dos personagens, desprovidos que qualquer arco narrativo, aprendizagem ou desenvolvimento de personagem tornam tudo um mero exercício de repetição que seria melhor empenhado em uma série animada ao invés de um longa metragem.


O filme se situa antes dos eventos do primeiro Meu Malvado Favorito (2010) e mostra a busca dos Minions, pequenas criaturinhas amarelas, em sua busca por um amo maligno a quem servir. A eleita é a supervilã Scarlet Overkill (Sandra Bullock/Adriana Esteves), mas trabalhar para ela pode não ser aquilo tudo que eles esperavam.

terça-feira, 16 de junho de 2015

Crítica - Divertida Mente


Análise Crítica - Divertida Mente

Review - Divertida Mente
A Pixar produziu algumas das melhores animações do cinema estadunidense como Up: Altas Aventuras (2009), Wall-E (2008) e Ratatouille (2007), mas desde Toy Story 3 (2010) não entregava um filme que fizesse justiça ao histórico da empresa, com resultados variando entre o aceitável, como em Valente (2012), e terrível, como Carros 2 (2011). Divertida Mente, no entanto, finalmente traz o estúdio de volta ao padrão de excelência e criatividade que o elevou ao sucesso.
A história se passa dentro da mente de Riley (Kaitlyn Dias), uma menina de onze anos que acabou de se mudar para uma grande cidade. Sua mente é "gerenciada" pelas emoções Alegria (Amy Poehler), Tristeza (Phyllis Smith), Raiva (Lewis Black), Medo (Bill Hader) e Nojinho (Mindy Kaling) e esses seis gerentes precisarão se esforçar para lidar com o turbilhão emocional que toma conta da garota enquanto ela tenta se adaptar à nova casa.
O grande mérito do filme é como ele consegue tornar concretos conceitos abstratos ou metafísicos, dando corpo às emoções e transformando o cérebro em uma locação física na qual a memória é um enorme arquivo, a imaginação é um parque de diversão, o setor de sonhos é um estúdio de cinema e o subconsciente é uma espécie de calabouço. Assim, enquanto vemos Alegria ou Tristeza transitando por estes ambientes, não vemos apenas as aventuras destes personagens, mas também o desenvolvimento emocional da garota Riley.

Crítica - Lugares Escuros

Resenha Crítica - Lugares Escuros

Review Lugares Escuros Dark Places
Depois do sucesso de público e crítica de Garota Exemplar era de se esperar que os estúdios corressem atrás de outras obras da romancista Gillian Flynn para levar aos cinemas. Assim chegamos a este Lugares Escuros, adaptação do segundo livro escrito por ela. O filme pode não ter a mesma intensidade nem o revisionismo das convenções da narrativa policial que Garota Exemplar exibia, mas ainda consegue agradar.

A trama gira em torno de Libby (Charlize Theron) uma mulher que viu a família inteira ser assassinada quando era criança e, com seu testemunho, colocou o irmão, Ben (Corey Stoll), na cadeia como responsável pelo crime. Depois de passar a vida se sustentando de doações e dos lucros de seu livro sobre o caso, Libby encontra-se à beira da falência e sem saber o que fazer. Seu agente lhe aconselha a fazer presença em eventos e ela acaba aceitando o convite de um clube de detetives amadores e fãs de histórias de crimes verdadeiros. No clube ela é questionada sobre os eventos da noite do crime, já que muitos não acreditam que ele seja de fato o culpado, e fica sabendo que em poucos dias seu irmão pode perder a última chance de apelar. Assim, o presidente do clube, Lyle (Nicolas Hoult), a convida a examinar novamente o caso, fazendo-a retornar aos lugares escuros (físicos e metafóricos) de seu passado. 

Crítica - Dragon Ball Z: O Renascimento de Freeza


Cresci assistindo Dragon Ball e Dragon Ball Z e até hoje consumo games inspirados na franquia, como o recente Dragon Ball Xenoverse (que inclusive recebeu um DLC que adiciona alguns personagens deste filme). Assim, mesmo sob os olhos de alguém que é fã de longa data das histórias de Goku e seus amigos, este Dragon Ball Z: O Renascimento de Freeza não agrada como deveria e é menos interessante que o longa anterior.

A história se passa algum tempo depois do longa-metragem anterior Dragon Ball Z: A Batalha dos Deuses (2013), Goku e Vegeta viajaram para o lar de Bills, deus da destruição, para serem treinados por seu mestre, Whis. Enquanto isso, os soldados do vilão Freeza, morto na série original, chegam à Terra para ressuscitar seu líder usando as esferas do dragão. Sabendo do poder de seu adversário, Freeza vai embora da Terra para reorganizar seu exército e aumentar seu poder, meses depois retorna e lança uma invasão contra nosso planeta. Cabe, então, aos Guerreiros Z manter o alienígena enquanto Goku e Vegeta não retornam.

quarta-feira, 10 de junho de 2015

Crítica - Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros

Análise Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros

Review Jurassic World: O Mundo dos DinossaurosEu entendo a necessidade comercial dos grandes estúdios fazerem continuações, remakes e filmes derivados de obras de sucesso, afinal uma marca conhecida é mais fácil de vender e traz mais garantias de retorno financeiro. A questão, no entanto, é que nem todo grande blockbuster fornece "espaço de manobra" suficiente para muitas continuações, já que não resta muito a dizer sobre aquele universo ou mesmo como expandi-lo. O primeiro Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros (1993) é um desses filmes, quando ele acaba, sentimos que tudo que se podia fazer e dizer sobre a possibilidade de reviver dinossauros em nossa época já tinha sido realizado pelo filme. Ainda assim, chega ao seu quarto filme, cujo resultado lamentavelmente comprova tudo que disse acima, não passando de uma mera reprodução de tudo que havia no original.

A história se passa anos depois da primeira trilogia e agora a Ilha Nublar é verdadeiramente sede de um parque jurássico que recebe milhares de turistas por ano. O parque pertence ao bilionário Masrani (Irrfan Khan) e é gerido por Claire (Bryce Dallas Howard) e acaba de receber os sobrinhos, Gray (Ty Simpkins) e Zach (Nick Robinson), para uma visita no parque. Ao mesmo tempo, precisa lidar com os preparativos de uma nova atração, o dinossauro híbrido Indominus Rex. A criatura, no entanto, é mais ardilosa e poderosa do que antecipado e Claire e o tratador de animais Owen (Chris Pratt) se unem para deter a criatura. 

Crítica - Sob o Mesmo Céu



A filmografia do diretor Cameron Crowe se tornou reconhecida, entre outras coisas, por feel-good movies como Jerry Maguire: A Grande Virada (1996), Tudo Acontece em Elizabethtown (2005) ou Compramos um Zoológico (2011). Os resultados nem sempre são dos melhores, mas costumam cair no espectro do minimamente aceitável, já que costumam nos mandar embora da sala de cinema com uma sensação positiva em relação ao que vimos. Isso, porém, não ocorre com este Sob o Mesmo Céu, que não consegue decolar por causa de uma narrativa sem foco e superficial e porque nem o drama nem a comédia funcionam plenamente.

A história é centrada em Brian (Bradley Cooper) um ex-militar que agora trabalha no setor privado e vai ao Havaí intermediar o lançamento de um satélite construído pela corporação pertencente ao bilionário Carlson Welch (Bill Murray). Durante a viagem ele reencontra a ex-namorada Tracy (Rachel McAdams), que agora tem dois filhos e é casada com o militar Woody (John Krasinski) e se envolve com seu contato com a força aérea a pilota Allison Ng (Emma Stone).

quarta-feira, 3 de junho de 2015

Crítica - Tomorrowland: Um Lugar Onde Nada é Impossível

Análise Crítica - Tomorrowland

Review - TomorrowlandDepois de Piratas do Caribe (e continuações) e Beary e os Ursos Caipiras (2004), a Disney lança mais um filme inspirado em uma atração de seus parques com este Tomorrowland: Um Lugar Onde Nada é Impossível. A ideia de adaptar um brinquedo de parque sempre me deixa com um pé atrás, afinal não há um universo ou contexto narrativo, então há sempre o temor de que o resultado seja algo genérico, feito às pressas e sem cuidado. Felizmente isso não chega a acontecer aqui e a nova empreitada do diretor Brad Bird (Missão Impossível: Protocolo Fantasma, Ratatouille, Os Incríveis) é, em geral, bem sucedida.

A trama acompanha a jovem Casey (Britt Robertson), uma garota rebelde que sonha em ser astronauta. Quando Casey é presa depois de causar problemas em uma instalação da NASA, ela recebe por acidente um broche que a transporta temporariamente a um incrível mundo futurista. Ela, no entanto, começa a ser perseguida pelo governante do local e se alia à garota Athena (Raffey Cassidy) e ao amargurado Frank (George Clooney), que parece ter uma história mal resolvida com o local.