A
ficção voltada para adolescentes comumente trata do ímpeto dos jovens em
explorar o mundo, em deixar de lado um pouco da rotina diária e buscar novas
experiências. Nesse sentido, Cidades de
Papel não traz exatamente nada de novo a estes temas já batidos, mas
funciona devido à dinâmica sincera que estabelece entre seus personagens e a
mistura com diferentes gêneros narrativos.
A
trama gira em torno do jovem Quentin (Nat Wolff), que desde criança é
apaixonado por Margo (Cara Delevigne), sua vizinha da frente. Como ela tinha um
espírito mais rebelde e aventureiro, eles acabam se distanciando conforme
crescem, mas o afeito de Quentin por ela permanece. As chances de Quentin com a
garota aumentam quando ela lhe pede ajuda para pregar peças em amigos que a
enganaram, mas ela desaparece logo depois, deixando algumas pistas para ser
encontrada. Assim, com a ajuda de amigos, Quentin tenta desvendar o mistério
envolvendo a garota de seus sonhos.
Como
já mencionado, o filme mistura uma típica história adolescente com estruturas
de road movies e narrativas
investigativas. Não é a primeira vez que um filme adolescente se presta a isso,
a base do road movie já foi usada por
inúmeros filmes, bem como a abordagem do mistério ou investigação, como já
tinha acontecido com a série Veronica
Mars e o ótimo e esquisito A Ponta de
um Crime (2005) do diretor Rian Johnson (Looper). Ainda assim, Cidades
de Papel incorpora essas estruturas narrativas ao longo de sua trama com
bastante naturalidade, transitando entre elas de modo orgânico e necessário
para o prosseguimento da história.