quarta-feira, 22 de julho de 2015

Crítica - A Forca


Antes mesmo de estrear, o filme A Forca já tinha chamado a atenção da internet com o viral "Charlie Charlie", uma estratégia que já tinha sido adotada por praticamente todos os filmes de terror com esse formato de "falso-documentário" desde o sucesso de A Bruxa de Blair (1999). Se em A Bruxa de Blair a farsa conseguiu se manter por tempo considerável, já que era uma época anterior às redes sociais e a internet ainda estava começando a se difundir (e o filme era diferente do que o gênero produzia então), hoje o público já está mais do que acostumado com esse tipo de artifício. Apesar de ser uma forma barata de se divulgar um filme (o público o divulga voluntariamente), o engodo já não convence como antes. Quando nos deparamos com esse tipo de farsa, já sabemos de antemão que ela será usada para mascarar um produto fundamentalmente pobre e A Forca lamentavelmente não é uma exceção a essa regra.

Na trama acompanhamos um grupo de adolescentes na véspera da estreia da peça de teatro que dá nome ao filme e que anos antes levou um aluno a morte durante a cena da forca. Na noite antes da estreia, três deles invadem a escola para destruir o material do cenário e impedir sua realização. No entanto, coisas estranhas começam a acontecer e os jovens passam a imaginar que os boatos sobre o fantasma de Charlie, o garoto morto, podem não ser completamente mentira.

Crítica - Pixels: O Filme

Análise Crítica - Pixels: O Filme

Review - Pixels: O FilmeEntrar num cinema para ver um filme do Adam Sandler é algo que sempre me deixa apreensivo, dada a predileção do ator/roteirista/produtor em cometer atrocidades como Gente Grande 2 (2013) e Cada um Tem a Gêmea que Merece (2011). Este Pixels: O Filme, no entanto, não chega no nível catastrófico dos dois filmes citados, mas tampouco chega no patamar de alguns de seus filmes minimamente apreciáveis como Afinado no Amor (1998) ou Como Se Fosse a Primeira Vez (2004), curiosamente ambos parcerias com Drew Barrymore (assim como Juntos e Misturados, que já não é tão legal).

A premissa deste filme é que a NASA enviou vídeos para o espaço nos anos 80 e um desses vídeos continha imagens de games da época como Galaga e o Donkey Kong original. Os vídeos foram compreendidos pelos alienígenas como uma declaração de guerra e assim eles criam versões reais desses personagens de games para nos atacar. Sem ter a quem recorrer, o presidente (Kevin James) chama seus amigos de infância e ex-campeões de videogame Brenner (Adam Sandler) e Ludlow (Josh Gad), para ajudá-lo a combater a ameaça. 

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Crítica - Homem-Formiga

Análise Crítica - Homem-Formiga

Review - Homem-FormigaDepois do sucesso de público e crítica de Guardiões da Galáxia (2014), ficou claro que Marvel era capaz de fazer funcionar nas telonas até mesmo seus personagens menos conhecidos e mais esquisitos. Seguindo a aposta segura que foi Vingadores: A Era de Ultron, o estúdio volta a experimentar com mais um personagem insólito e pouco conhecido com este Homem-Formiga. O resultado final não chega a surpreender tanto quanto Guardiões da Galáxia, mas ainda assim é uma aventura bem divertida.

Acompanhamos Scott Lang (Paul Rudd), um ladrão recém saído da prisão que tenta viver honestamente, mas seus esforços são sempre frustrados por seu passado criminoso. Sua sorte muda quando ele é abordado pelo misterioso Hank Pym (Michael Douglas) um super-herói que está fora de ação a décadas e pede a ajuda de Scott para roubar sua partícula de encolhimento que foi replicada por Darren Cross (Corey Stoll), antigo pupilo de Pym, que planeja vendê-la aos militares para que usem como arma. 

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Crítica - Samba



Depois do sucesso do sensível Intocáveis (2011), os diretores Olivier Nakache e Eric Toledano trazem mais uma comédia dramática sobre preconceito e superação novamente protagonizada pelo carismático Omar Sy com este Samba. O resultado, no entanto, não é tão consistentes quanto o filme anterior da trupe.

Aqui acompanhamos a história de Samba Cissé (Omar Sy), um imigrante senegalês que vive há dez anos na França, mas não consegue regularizar sua situação no país. Depois de ser preso e correr o risco de ser deportado, Samba é auxiliado por voluntárias de uma ONG que trabalha com imigrantes. Alice (Charlotte Gainsbourg), uma das voluntárias que o atende, é uma executiva que tenta se reconstruir depois de um colapso nervoso afastá-la do trabalho. Com o tempo, acabam se aproximando um do outro e se ajudam com seus problemas.

Não é preciso estar muito atento para perceber que eles irão se envolver romanticamente, já que os longos olhares e suspiros deixam isso pra lá de óbvio e esse aspecto da história se desenvolve sem muitas surpresas com todas as idas e vindas que se espera desse tipo de história. O filme trata também das dificuldades enfrentadas pelos imigrantes e todo o labirinto jurídico/burocrático que o governo impõe a eles, tornando quase impossível que eles consigam os devidos documentos ao mesmo tempo em que vemos que as empresas não pensam duas vezes em contratar ilegais como mão de obra barata e sem vínculo empregatício, num duplo movimento que reforça o status social destes indivíduos como cidadãos de segunda classe. 

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Crítica - Cidades de Papel


A ficção voltada para adolescentes comumente trata do ímpeto dos jovens em explorar o mundo, em deixar de lado um pouco da rotina diária e buscar novas experiências. Nesse sentido, Cidades de Papel não traz exatamente nada de novo a estes temas já batidos, mas funciona devido à dinâmica sincera que estabelece entre seus personagens e a mistura com diferentes gêneros narrativos.

A trama gira em torno do jovem Quentin (Nat Wolff), que desde criança é apaixonado por Margo (Cara Delevigne), sua vizinha da frente. Como ela tinha um espírito mais rebelde e aventureiro, eles acabam se distanciando conforme crescem, mas o afeito de Quentin por ela permanece. As chances de Quentin com a garota aumentam quando ela lhe pede ajuda para pregar peças em amigos que a enganaram, mas ela desaparece logo depois, deixando algumas pistas para ser encontrada. Assim, com a ajuda de amigos, Quentin tenta desvendar o mistério envolvendo a garota de seus sonhos.

Como já mencionado, o filme mistura uma típica história adolescente com estruturas de road movies e narrativas investigativas. Não é a primeira vez que um filme adolescente se presta a isso, a base do road movie já foi usada por inúmeros filmes, bem como a abordagem do mistério ou investigação, como já tinha acontecido com a série Veronica Mars e o ótimo e esquisito A Ponta de um Crime (2005) do diretor Rian Johnson (Looper). Ainda assim, Cidades de Papel incorpora essas estruturas narrativas ao longo de sua trama com bastante naturalidade, transitando entre elas de modo orgânico e necessário para o prosseguimento da história.

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Crítica - O Exterminador do Futuro: Gênesis




Quando escrevi sobre o recente Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros falei que nem todas as franquias cinematográficas se prestavam a múltiplas continuações, remakes ou reboots porque elas ofereciam pouco "espaço de manobra". Ou seja, oferecem poucas possibilidades para ampliar ou recontar a história ou universo, já que os filmes dão conta de praticamente todas as possibilidades que o cenário oferecia. Tudo que tinha que ser dito sobre o universo de O Exterminador do Futuro já tinha sido feito pelos dois filmes de James Cameron, não havia pontas soltas, ganchos ou questões mal resolvidas, era tudo fechadinho e redondo. Tanto que todas as tentativas de continuar, refazer ou expandir esse universo, tanto no cinema quanto na televisão, não chegaram nem perto da força que os dois primeiros filmes possuem e incluo este Exterminador do Futuro: Gênesis nesse grupo.

A trama começa no futuro, quando a humanidade, liderada por John Connor (Jason Clarke), inicia seu último ataque contra a Skynet para encerrar a guerra contra as máquinas. Durante o ataque um Exterminador (Arnold Schwarzenegger) é enviado ao passado para assassinar Sarah Connor e o soldado Kyle Reese (Jai Courtney) é enviado ao passado para deter a máquina. Sim, é a mesma premissa do filme original, mas quando Reese chega ao passado, descobre que as coisas mudaram. Sarah Connor foi criada desde a infância por outro Exterminador (também Schwarzenegger) e que há também um T-1000 (Byung-hun Lee) caçando-os. Juntos eles descobrem que precisam viajar para o futuro, dias antes do Julgamento Final, para deter a Skynet antes que o fim do mundo aconteça. 

Crítica - Belas e Perseguidas


Chega a ser incompreensível como Reese Witherspoon, tão elogiada por seu trabalho no recente Livre, e Sofia Vergara, que vem trabalhando muito bem na série Modern Family, tenham decidido se envolver com uma produção tão rasteira e problemática quanto este Belas e Perseguidas.

A fita é uma daquelas comédias de ação estilo buddy cop (os "filmes de parceiros") nos moldes de Beijos e Tiros (2005) ou Anjos da Lei 2 (2014), mas sem o espírito subversivo e humor auto-referencial destes exemplos. Na história Cooper (Reese Witherspoon) é uma policial certinha e obcecada por seguir protocolos que é incumbida de proteger Daniella (Sofia Vergara), uma testemunha importante em um processo contra um poderoso traficante. Cooper precisa atravessar o estado do Texas para levar sua testemunha ao tribunal, mas no processo elas são caçadas por dois policiais corruptos e precisam arrumar um jeito de chegar ao destino antes que sejam pegas.

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Crítica - Minions



Análise Minions

Review MinionsNem sempre aquele coadjuvante que chama atenção funciona bem quando você lhe dá uma história só dele. Isso aconteceu com o terrível Carros 2 (2011) que promoveu a protagonista o atrapalhado carro Mate e com Os Pinguins de Madagascar (2015), que, apesar de simpático, não evita em soar vazio e desnecessário. Este Minions padece do mesmo mal e é prejudicado ainda pela própria natureza dos personagens, desprovidos que qualquer arco narrativo, aprendizagem ou desenvolvimento de personagem tornam tudo um mero exercício de repetição que seria melhor empenhado em uma série animada ao invés de um longa metragem.


O filme se situa antes dos eventos do primeiro Meu Malvado Favorito (2010) e mostra a busca dos Minions, pequenas criaturinhas amarelas, em sua busca por um amo maligno a quem servir. A eleita é a supervilã Scarlet Overkill (Sandra Bullock/Adriana Esteves), mas trabalhar para ela pode não ser aquilo tudo que eles esperavam.

terça-feira, 16 de junho de 2015

Crítica - Divertida Mente


Análise Crítica - Divertida Mente

Review - Divertida Mente
A Pixar produziu algumas das melhores animações do cinema estadunidense como Up: Altas Aventuras (2009), Wall-E (2008) e Ratatouille (2007), mas desde Toy Story 3 (2010) não entregava um filme que fizesse justiça ao histórico da empresa, com resultados variando entre o aceitável, como em Valente (2012), e terrível, como Carros 2 (2011). Divertida Mente, no entanto, finalmente traz o estúdio de volta ao padrão de excelência e criatividade que o elevou ao sucesso.
A história se passa dentro da mente de Riley (Kaitlyn Dias), uma menina de onze anos que acabou de se mudar para uma grande cidade. Sua mente é "gerenciada" pelas emoções Alegria (Amy Poehler), Tristeza (Phyllis Smith), Raiva (Lewis Black), Medo (Bill Hader) e Nojinho (Mindy Kaling) e esses seis gerentes precisarão se esforçar para lidar com o turbilhão emocional que toma conta da garota enquanto ela tenta se adaptar à nova casa.
O grande mérito do filme é como ele consegue tornar concretos conceitos abstratos ou metafísicos, dando corpo às emoções e transformando o cérebro em uma locação física na qual a memória é um enorme arquivo, a imaginação é um parque de diversão, o setor de sonhos é um estúdio de cinema e o subconsciente é uma espécie de calabouço. Assim, enquanto vemos Alegria ou Tristeza transitando por estes ambientes, não vemos apenas as aventuras destes personagens, mas também o desenvolvimento emocional da garota Riley.

Crítica - Lugares Escuros

Resenha Crítica - Lugares Escuros

Review Lugares Escuros Dark Places
Depois do sucesso de público e crítica de Garota Exemplar era de se esperar que os estúdios corressem atrás de outras obras da romancista Gillian Flynn para levar aos cinemas. Assim chegamos a este Lugares Escuros, adaptação do segundo livro escrito por ela. O filme pode não ter a mesma intensidade nem o revisionismo das convenções da narrativa policial que Garota Exemplar exibia, mas ainda consegue agradar.

A trama gira em torno de Libby (Charlize Theron) uma mulher que viu a família inteira ser assassinada quando era criança e, com seu testemunho, colocou o irmão, Ben (Corey Stoll), na cadeia como responsável pelo crime. Depois de passar a vida se sustentando de doações e dos lucros de seu livro sobre o caso, Libby encontra-se à beira da falência e sem saber o que fazer. Seu agente lhe aconselha a fazer presença em eventos e ela acaba aceitando o convite de um clube de detetives amadores e fãs de histórias de crimes verdadeiros. No clube ela é questionada sobre os eventos da noite do crime, já que muitos não acreditam que ele seja de fato o culpado, e fica sabendo que em poucos dias seu irmão pode perder a última chance de apelar. Assim, o presidente do clube, Lyle (Nicolas Hoult), a convida a examinar novamente o caso, fazendo-a retornar aos lugares escuros (físicos e metafóricos) de seu passado.