quarta-feira, 29 de julho de 2015

Crítica - Magic Mike XXL

 
O primeiro Magic Mike (2012) era basicamente uma versão masculina e melhor dirigida de Striptease (1996), mas que caía no erro de se levar mais a sério do que deveria, além de escolhas de casting equivocadas, que colocava em papéis de destaque atores que não davam conta do recado. Já este Magic Mike XXL assume tranquilamente seu caráter de exploitation, sabendo que o público que irá pagar para ver o filme não entrará na sala de cinema buscando um drama shakespeariano e sim os atores dançando sem roupa e, assim, traz uma narrativa mais simples que facilita o encadeamento das performances.
 
A história se passa três anos depois do primeiro filme e Mike (Channing Tatum) agora vive de sua empresa de móveis customizados, mas quando seus amigos lhe avisam que Dallas (Matthew McConaughey) e Kid (Alex Pettyfer) foram para a China e lhe convidam para uma última turnê rumo a uma convenção de strippers, Mike decide cair na estrada com os remanescentes "Reis de Tampa" para tentar resolver suas angústias pessoais.

Crítica - Jogada de Mestre



Baseado no sequestro real de Alfred Heineken, criador da cerveja de mesmo nome, que aconteceu em Amsterdã em 1983 e resultou no maior resgate pago até então, este Jogada de Mestre certamente tinha elementos que poderiam torná-lo interessante. No entanto, passa longe de uma história de crime verdadeiro tão boa quanto o excelente Foxcatcher: Uma História que Chocou o Mundo ou mesmo minimante apreciável quanto o curioso Sem Dor, Sem Ganho (2013), na verdade é um suspense completamente incompetente e desprovido de qualquer tensão.

Acompanhamos um grupo de amigos sem dinheiro, Cor (Jim Sturgess), Willem (Sam Worthington), Cat (Ryan Kwanten), Brakes (Thomas Cocquerel) e Spikes (Mark VanEuwen) que resolvem sequestrar o magnata Alfred Heineken (Anthony Hopkins) e pedir um resgate de 35 milhões, na esperança de que o dinheiro resolva as suas vidas.

Os problemas já emergem nos primeiros minutos do filme quando ele falha em estabelecer a situação dos seus personagens. Somos informados que eles estão sem dinheiro e tentam conseguir um empréstimo para montarem um negócio juntos, que a namorada de um deles está grávida, mas não há nenhuma razão mais urgente como uma notificação de despejo ou uma hipoteca prestes a vencer, nada realmente desesperador que de fato os motive a recorrer ao crime. Se não conseguimos compreender claramente o que motiva esses indivíduos, não temos porque acompanhá-los.

terça-feira, 28 de julho de 2015

Crítica - Mar Negro

Análise Mar Negro

Review Mar NegroParte K-19: The Widowmaker (2002) e parte O Tesouro da Sierra Madre (1948) este Mar Negro é um suspense submarino que, embora não reinvente a roda e constantemente se prenda aos clichês do gênero, ainda assim consegue funcionar graças à condução do diretor escocês Kevin Macdonald (O Último Rei da Escócia).

A trama segue Robinson (Jude Law), um especialista em recuperação de destroços submarinos. Quando ele é demitido de seu emprego, um amigo lhe procura com uma oportunidade: a descoberta um submarino alemão com um carregamento de ouro russo que naufragou durante a Segunda Guerra Mundial. Como a região está em disputa entre a Rússia e Geórgia, nenhum dos dois governos ainda tentou recuperar o ouro. Assim, Robinson junta uma tripulação em um velho submarino para recuperar o tesouro, mas, claro, as coisas não saem como planejado.

A direção de Macdonald consegue criar uma atmosfera claustrofóbica ao investir em enquadramentos em close, que fazem os pequenos corredores do submarino parecerem ainda mais apertados. Os closes, combinados com as luzes vermelhas de alerta que acendem a todo momento, cobrindo os rostos dos personagens, contribuem para a sensação de um perigo iminente e inescapável. Além disso, o roteiro consegue manter o ritmo, colocando um obstáculo atrás do outro e trazendo novas reviravoltas cada vez que as coisas parecem estar sob controle. Não quero dar spoiler, mas nem todas fazem muito sentido, algumas delas inclusive abusam um pouco da nossa suspensão de descrença, o que acaba sendo um problema.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Crítica - A Forca


Antes mesmo de estrear, o filme A Forca já tinha chamado a atenção da internet com o viral "Charlie Charlie", uma estratégia que já tinha sido adotada por praticamente todos os filmes de terror com esse formato de "falso-documentário" desde o sucesso de A Bruxa de Blair (1999). Se em A Bruxa de Blair a farsa conseguiu se manter por tempo considerável, já que era uma época anterior às redes sociais e a internet ainda estava começando a se difundir (e o filme era diferente do que o gênero produzia então), hoje o público já está mais do que acostumado com esse tipo de artifício. Apesar de ser uma forma barata de se divulgar um filme (o público o divulga voluntariamente), o engodo já não convence como antes. Quando nos deparamos com esse tipo de farsa, já sabemos de antemão que ela será usada para mascarar um produto fundamentalmente pobre e A Forca lamentavelmente não é uma exceção a essa regra.

Na trama acompanhamos um grupo de adolescentes na véspera da estreia da peça de teatro que dá nome ao filme e que anos antes levou um aluno a morte durante a cena da forca. Na noite antes da estreia, três deles invadem a escola para destruir o material do cenário e impedir sua realização. No entanto, coisas estranhas começam a acontecer e os jovens passam a imaginar que os boatos sobre o fantasma de Charlie, o garoto morto, podem não ser completamente mentira.

Crítica - Pixels: O Filme

Análise Crítica - Pixels: O Filme

Review - Pixels: O FilmeEntrar num cinema para ver um filme do Adam Sandler é algo que sempre me deixa apreensivo, dada a predileção do ator/roteirista/produtor em cometer atrocidades como Gente Grande 2 (2013) e Cada um Tem a Gêmea que Merece (2011). Este Pixels: O Filme, no entanto, não chega no nível catastrófico dos dois filmes citados, mas tampouco chega no patamar de alguns de seus filmes minimamente apreciáveis como Afinado no Amor (1998) ou Como Se Fosse a Primeira Vez (2004), curiosamente ambos parcerias com Drew Barrymore (assim como Juntos e Misturados, que já não é tão legal).

A premissa deste filme é que a NASA enviou vídeos para o espaço nos anos 80 e um desses vídeos continha imagens de games da época como Galaga e o Donkey Kong original. Os vídeos foram compreendidos pelos alienígenas como uma declaração de guerra e assim eles criam versões reais desses personagens de games para nos atacar. Sem ter a quem recorrer, o presidente (Kevin James) chama seus amigos de infância e ex-campeões de videogame Brenner (Adam Sandler) e Ludlow (Josh Gad), para ajudá-lo a combater a ameaça. 

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Crítica - Homem-Formiga

Análise Crítica - Homem-Formiga

Review - Homem-FormigaDepois do sucesso de público e crítica de Guardiões da Galáxia (2014), ficou claro que Marvel era capaz de fazer funcionar nas telonas até mesmo seus personagens menos conhecidos e mais esquisitos. Seguindo a aposta segura que foi Vingadores: A Era de Ultron, o estúdio volta a experimentar com mais um personagem insólito e pouco conhecido com este Homem-Formiga. O resultado final não chega a surpreender tanto quanto Guardiões da Galáxia, mas ainda assim é uma aventura bem divertida.

Acompanhamos Scott Lang (Paul Rudd), um ladrão recém saído da prisão que tenta viver honestamente, mas seus esforços são sempre frustrados por seu passado criminoso. Sua sorte muda quando ele é abordado pelo misterioso Hank Pym (Michael Douglas) um super-herói que está fora de ação a décadas e pede a ajuda de Scott para roubar sua partícula de encolhimento que foi replicada por Darren Cross (Corey Stoll), antigo pupilo de Pym, que planeja vendê-la aos militares para que usem como arma. 

quinta-feira, 9 de julho de 2015

Crítica - Samba



Depois do sucesso do sensível Intocáveis (2011), os diretores Olivier Nakache e Eric Toledano trazem mais uma comédia dramática sobre preconceito e superação novamente protagonizada pelo carismático Omar Sy com este Samba. O resultado, no entanto, não é tão consistentes quanto o filme anterior da trupe.

Aqui acompanhamos a história de Samba Cissé (Omar Sy), um imigrante senegalês que vive há dez anos na França, mas não consegue regularizar sua situação no país. Depois de ser preso e correr o risco de ser deportado, Samba é auxiliado por voluntárias de uma ONG que trabalha com imigrantes. Alice (Charlotte Gainsbourg), uma das voluntárias que o atende, é uma executiva que tenta se reconstruir depois de um colapso nervoso afastá-la do trabalho. Com o tempo, acabam se aproximando um do outro e se ajudam com seus problemas.

Não é preciso estar muito atento para perceber que eles irão se envolver romanticamente, já que os longos olhares e suspiros deixam isso pra lá de óbvio e esse aspecto da história se desenvolve sem muitas surpresas com todas as idas e vindas que se espera desse tipo de história. O filme trata também das dificuldades enfrentadas pelos imigrantes e todo o labirinto jurídico/burocrático que o governo impõe a eles, tornando quase impossível que eles consigam os devidos documentos ao mesmo tempo em que vemos que as empresas não pensam duas vezes em contratar ilegais como mão de obra barata e sem vínculo empregatício, num duplo movimento que reforça o status social destes indivíduos como cidadãos de segunda classe. 

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Crítica - Cidades de Papel


A ficção voltada para adolescentes comumente trata do ímpeto dos jovens em explorar o mundo, em deixar de lado um pouco da rotina diária e buscar novas experiências. Nesse sentido, Cidades de Papel não traz exatamente nada de novo a estes temas já batidos, mas funciona devido à dinâmica sincera que estabelece entre seus personagens e a mistura com diferentes gêneros narrativos.

A trama gira em torno do jovem Quentin (Nat Wolff), que desde criança é apaixonado por Margo (Cara Delevigne), sua vizinha da frente. Como ela tinha um espírito mais rebelde e aventureiro, eles acabam se distanciando conforme crescem, mas o afeito de Quentin por ela permanece. As chances de Quentin com a garota aumentam quando ela lhe pede ajuda para pregar peças em amigos que a enganaram, mas ela desaparece logo depois, deixando algumas pistas para ser encontrada. Assim, com a ajuda de amigos, Quentin tenta desvendar o mistério envolvendo a garota de seus sonhos.

Como já mencionado, o filme mistura uma típica história adolescente com estruturas de road movies e narrativas investigativas. Não é a primeira vez que um filme adolescente se presta a isso, a base do road movie já foi usada por inúmeros filmes, bem como a abordagem do mistério ou investigação, como já tinha acontecido com a série Veronica Mars e o ótimo e esquisito A Ponta de um Crime (2005) do diretor Rian Johnson (Looper). Ainda assim, Cidades de Papel incorpora essas estruturas narrativas ao longo de sua trama com bastante naturalidade, transitando entre elas de modo orgânico e necessário para o prosseguimento da história.

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Crítica - O Exterminador do Futuro: Gênesis




Quando escrevi sobre o recente Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros falei que nem todas as franquias cinematográficas se prestavam a múltiplas continuações, remakes ou reboots porque elas ofereciam pouco "espaço de manobra". Ou seja, oferecem poucas possibilidades para ampliar ou recontar a história ou universo, já que os filmes dão conta de praticamente todas as possibilidades que o cenário oferecia. Tudo que tinha que ser dito sobre o universo de O Exterminador do Futuro já tinha sido feito pelos dois filmes de James Cameron, não havia pontas soltas, ganchos ou questões mal resolvidas, era tudo fechadinho e redondo. Tanto que todas as tentativas de continuar, refazer ou expandir esse universo, tanto no cinema quanto na televisão, não chegaram nem perto da força que os dois primeiros filmes possuem e incluo este Exterminador do Futuro: Gênesis nesse grupo.

A trama começa no futuro, quando a humanidade, liderada por John Connor (Jason Clarke), inicia seu último ataque contra a Skynet para encerrar a guerra contra as máquinas. Durante o ataque um Exterminador (Arnold Schwarzenegger) é enviado ao passado para assassinar Sarah Connor e o soldado Kyle Reese (Jai Courtney) é enviado ao passado para deter a máquina. Sim, é a mesma premissa do filme original, mas quando Reese chega ao passado, descobre que as coisas mudaram. Sarah Connor foi criada desde a infância por outro Exterminador (também Schwarzenegger) e que há também um T-1000 (Byung-hun Lee) caçando-os. Juntos eles descobrem que precisam viajar para o futuro, dias antes do Julgamento Final, para deter a Skynet antes que o fim do mundo aconteça. 

Crítica - Belas e Perseguidas


Chega a ser incompreensível como Reese Witherspoon, tão elogiada por seu trabalho no recente Livre, e Sofia Vergara, que vem trabalhando muito bem na série Modern Family, tenham decidido se envolver com uma produção tão rasteira e problemática quanto este Belas e Perseguidas.

A fita é uma daquelas comédias de ação estilo buddy cop (os "filmes de parceiros") nos moldes de Beijos e Tiros (2005) ou Anjos da Lei 2 (2014), mas sem o espírito subversivo e humor auto-referencial destes exemplos. Na história Cooper (Reese Witherspoon) é uma policial certinha e obcecada por seguir protocolos que é incumbida de proteger Daniella (Sofia Vergara), uma testemunha importante em um processo contra um poderoso traficante. Cooper precisa atravessar o estado do Texas para levar sua testemunha ao tribunal, mas no processo elas são caçadas por dois policiais corruptos e precisam arrumar um jeito de chegar ao destino antes que sejam pegas.