Esta
nova versão do Quarteto Fantástico já era motivo de dúvida e apreensão desde
que foi anunciado. Feito com pressa para que pudesse ser lançado
suficientemente rápido para que a Fox
pudesse manter os direitos sobre os personagens no cinema (caso contrário
voltariam para a Marvel), ninguém esperava que pudesse dar certo. A esse clima
somaram-se os muitos boatos de problemas no set envolvendo o diretor Josh Trank
(do ótimo Poder Sem Limites) e de uma
constante intervenção do estúdio. Tudo isso piorou quando foram anunciadas
algumas refilmagens, o que normalmente indica que o estúdio ou o diretor (ou
ambos) não ficaram contentes com o resultado inicial. O tempo passava e pouca
informação era divulgada, o que reforçava a insatisfação dos envolvidos, já que
esse tipo de blockbuster começa a
divulgar imagens e trailers com cerca
de um ano de antecedência. No entanto, o primeiro trailer deste Quarteto Fantástico só foi sair no fim
de janeiro, cerca de sete meses antes de sua estreia.
O
trailer, por sinal, parecia mais uma continuação de Interestelar (2014) do que uma história da primeira família da
Marvel, tanto que depois dele, todos os esforços foram feitos para ressaltar a
natureza "super-heróica" do produto e dirimir os boatos de que o
filme se afastava do cânone dos quadrinhos. O cancelamento das cópias 3D foi
outro indicativo de que as coisas não estavam bem, por mais que o diretor Josh
Trank afirme que foi uma "decisão artística" devido à demora em
finalizar o filme (deixando pouco tempo para a conversão), sabemos que há um
componente comercial na decisão, afinal o estúdio já tinha gasto com as
refilmagens e provavelmente não estava disposto a arriscar ainda mais dinheiro
em um filme que provavelmente não daria a eles o retorno esperado. Sei que me
estendi demais em minha narrativa de bastidores e peço desculpas, mas o
contexto é importante nesse caso e ajuda a entender como este Quarteto Fantástico virou a enorme
bagunça que chegou nas nossas telas.