Chegando
ao seu quinto filme a franquia Missão:
Impossível parece entender o que o público espera quando entra na sala de
cinema para um novo filme. A questão é que parece não haver qualquer esforço ou
preocupação para oferecer qualquer coisa além deste mínimo denominador comum
que já é esperado.
A
trama demonstra querer dar um senso de continuidade à franquia, trazendo já no
início uma audiência pública na qual a IMF precisa responder pelos eventos (e
destruição) do filme anterior. No entanto, qualquer senso de progressão é
completamente abandonado a seguir, pois o que acontece depois é uma reprodução
direta do enredo de Missão Impossível:
Protocolo Fantasma, com a IMF é desmantelada e desacreditada, obrigando
Ethan Hunt (Tom Cruise) e sua equipe a agirem na ilegalidade e sem apoio
enquanto rodam o mundo atrás de algum item arbitrário que é muito importante
para deter os vilões, dessa vez a organização terrorista conhecida como "o
Sindicato".
A
narrativa é praticamente inexistente e serve apenas para conectar uma cena de
ação a outra, o que incomoda nem é a simplicidade, mas o auto-plágio descarado e
preguiçoso que sequer se esforça para construir uma história ou mesmo
desenvolver os personagens de modo interessante. Sim, pois se em Missão Impossível: Protocolo Fantasma
cada membro da equipe tinha sua contribuição para a operação e tinham suas
próprias cenas de ação e destaque, aqui Benji (Simon Pegg), Brandt (Jeremy
Renner) e Luther (Ving Rhames) ficam presos ao papel de alívio cômico ou de
entregar os diálogos expositivos da história. Não que o humor trazido por eles seja ruim, pelo contrário, o timing dos três atores é bastante preciso, mas já acompanhamos esses personagens a tempo suficiente para que eles mereçam algo mais do que algumas piadinhas e explanações.