quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Crítica - A Escolha Perfeita 2


Análise  A Escolha Perfeita 2

Review Pitch Perfect 2
O primeiro A Escolha Perfeita (2012) era um musical de bastidores (ou backstage musical) bem tradicional e formulaico, mas que funcionava graças aos interessantes números musicais com versões a capella de famosas canções pop, bem como a química entre o elenco. Esse segundo filme é praticamente uma cópia carbono do primeiro, o que significa que temos mais músicas bacanas, mas também uma repetição desgastada daquelas mesmas estruturas pra lá de batidas que o anterior usava.

Aqui, depois de passar vexame em uma apresentação, as Barden Bellas precisam provar seu valor em uma competição entre grupos a capella para recuperar seu prestígio e para isso precisarão da ajuda de uma novata. Sim, é exatamente a mesma trama do primeiro filme e é repetida aqui sem a menor vergonha. A diferença é que agora a competição é internacional e a novata da vez é a aspirante a cantora Emily (Hailee Steinfeld)

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Crítica - A Dama Dourada


 
É compreensível que as histórias de extermínio e sobrevivência de judeus na Europa continuem a interessar ao cinema, afinal apesar de mais de meio século depois da queda do Terceiro Reich, ainda existem muitos crimes que permanecem ocultos e muitas sequelas desses crimes permanecem ainda hoje. Este A Dama Dourada é uma dessas histórias e havia aqui um grande potencial que infelizmente não se concretiza.

No filme, a octogenária Maria Altmann (Helen Mirren), uma judia austríaca que fugiu da ocupação nazista para viver nos Estados Unidos, descobre que sua irmã estava juntando documentos para reaver as obras de arte da família, roubadas pelos nazistas durante sua ocupação do país. O mais importante delas é um retrato de sua tia Adele (Antje Traue) pintado pelo simbolista Gustav Klimt, que os nazistas renomearam como "A Dama Dourada" para ocultar a o fato de que a modelo retratada era judia. Sem ter a quem recorrer, ela leva a questão a Randy Schoenberg (Ryan Reynolds), advogado filho de uma amiga sua, e juntos partem para Viena para reaver a obra, mas como o quadro passou a ser considerado "a Monalisa de Viena" as autoridades não parecem tão dispostas a abrir mão dele.

Crítica - Missão Impossível: Nação Secreta


Análise Crítica - Missão Impossível: Nação Secreta

Review - Missão Impossível: Nação Secreta
Chegando ao seu quinto filme a franquia Missão: Impossível parece entender o que o público espera quando entra na sala de cinema para um novo filme. A questão é que parece não haver qualquer esforço ou preocupação para oferecer qualquer coisa além deste mínimo denominador comum que já é esperado.

A trama demonstra querer dar um senso de continuidade à franquia, trazendo já no início uma audiência pública na qual a IMF precisa responder pelos eventos (e destruição) do filme anterior. No entanto, qualquer senso de progressão é completamente abandonado a seguir, pois o que acontece depois é uma reprodução direta do enredo de Missão Impossível: Protocolo Fantasma, com a IMF é desmantelada e desacreditada, obrigando Ethan Hunt (Tom Cruise) e sua equipe a agirem na ilegalidade e sem apoio enquanto rodam o mundo atrás de algum item arbitrário que é muito importante para deter os vilões, dessa vez a organização terrorista conhecida como "o Sindicato".

A narrativa é praticamente inexistente e serve apenas para conectar uma cena de ação a outra, o que incomoda nem é a simplicidade, mas o auto-plágio descarado e preguiçoso que sequer se esforça para construir uma história ou mesmo desenvolver os personagens de modo interessante. Sim, pois se em Missão Impossível: Protocolo Fantasma cada membro da equipe tinha sua contribuição para a operação e tinham suas próprias cenas de ação e destaque, aqui Benji (Simon Pegg), Brandt (Jeremy Renner) e Luther (Ving Rhames) ficam presos ao papel de alívio cômico ou de entregar os diálogos expositivos da história. Não que o humor trazido por eles seja ruim, pelo contrário, o timing dos três atores é bastante preciso, mas já acompanhamos esses personagens a tempo suficiente para que eles mereçam algo mais do que algumas piadinhas e explanações.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Crítica - True Detective: 2ª Temporada

Análise Crítica - True Detective: 2ª Temporada

Review - True Detective: 2ª TemporadaAntes de mais nada: SPOILERS. Tratarei aqui sobre muito do que aconteceu nessa segunda temporada, portanto, sim, muitos SPOILERS a seguir. Se você se importa com esse tipo de coisa, melhor assistir os oito episódios e depois voltar aqui. De todo modo, vamos ao que interessa.

Depois da ótima primeira temporada, a série de antologia True Detective tinha uma tarefa difícil pela frente, criar uma nova história e novos personagens que fossem tão interessantes quando Marty (Woody Harrelson) e Rust (Matthew McConaughey) ao mesmo tempo em que alterava em grande medida o tom da narrativa. A primeira temporada bebia diretamente na fonte do mistério gótico, do horror lovercraftiano e especificamente dos contos de Robert Chambers (que foi uma das influências de H.P Lovercraft) envolvendo "o Rei de Amarelo". Já esta temporada parece mais diretamente ligada à ficção hard boiled e ao noir, especialmente a partir dos trabalhos de autores como Dashiell Hammett ou Raymond Chandler e, assim como a primeira temporada fez com Chambers, as referências pipocam a todo momento.

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Crítica - Ex Machina: Instinto Artificial


Análise Ex Machina: Instinto Artificial

Review Ex Machina: Instinto Artificial
O processo decisório de algumas distribuidoras é algo que escapa minha compreensão. Volta e meia lançam nos cinemas brasileiros filmes que foram um enorme fracasso nos Estados Unidos ou que foram lançados direto em DVD, como o caso do execrável Para o que Der e Vier, enquanto isso ótimos filmes como o terror The Babadook e este excelente Ex Machina: Instinto Artificial (e ainda me colocam esse subtítulo bizarro), são lançados aqui direto para vídeo apesar do sucesso que fizeram lá fora.

A trama acompanha Caleb (Domhnall Gleeson), um programador que trabalha para a engine de busca BlueBook (um Google futurista) e ganha um sorteio para passar uma semana na propriedade do recluso bilionário Nathan (Oscar Isaac), o presidente da empresa. Ao chegar lá descobre que não foi sorteado apenas para um retiro corporativo, mas para interagir com o novo "produto" criado pelo bilionário, a robô Ava (Alicia Vikander), para realizar um "Teste de Turing" (ou Jogo da Imitação, como trata o filme sobre o matemático) de modo a determinar se sua inteligência artificial permite que seja confundida com humana. Como era de se esperar, as coisas não são tão simples quanto Caleb pensa e ele se vê em um perigoso jogo entre Nathan e Ava.

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Crítica - Quarteto Fantástico


Análise Crítica - Quarteto Fantástico

Review - Quarteto Fantástico
Esta nova versão do Quarteto Fantástico já era motivo de dúvida e apreensão desde que foi anunciado. Feito com pressa para que pudesse ser lançado suficientemente rápido para que  a Fox pudesse manter os direitos sobre os personagens no cinema (caso contrário voltariam para a Marvel), ninguém esperava que pudesse dar certo. A esse clima somaram-se os muitos boatos de problemas no set envolvendo o diretor Josh Trank (do ótimo Poder Sem Limites) e de uma constante intervenção do estúdio. Tudo isso piorou quando foram anunciadas algumas refilmagens, o que normalmente indica que o estúdio ou o diretor (ou ambos) não ficaram contentes com o resultado inicial. O tempo passava e pouca informação era divulgada, o que reforçava a insatisfação dos envolvidos, já que esse tipo de blockbuster começa a divulgar imagens e trailers com cerca de um ano de antecedência. No entanto, o primeiro trailer deste Quarteto Fantástico só foi sair no fim de janeiro, cerca de sete meses antes de sua estreia.

O trailer, por sinal, parecia mais uma continuação de Interestelar (2014) do que uma história da primeira família da Marvel, tanto que depois dele, todos os esforços foram feitos para ressaltar a natureza "super-heróica" do produto e dirimir os boatos de que o filme se afastava do cânone dos quadrinhos. O cancelamento das cópias 3D foi outro indicativo de que as coisas não estavam bem, por mais que o diretor Josh Trank afirme que foi uma "decisão artística" devido à demora em finalizar o filme (deixando pouco tempo para a conversão), sabemos que há um componente comercial na decisão, afinal o estúdio já tinha gasto com as refilmagens e provavelmente não estava disposto a arriscar ainda mais dinheiro em um filme que provavelmente não daria a eles o retorno esperado. Sei que me estendi demais em minha narrativa de bastidores e peço desculpas, mas o contexto é importante nesse caso e ajuda a entender como este Quarteto Fantástico virou a enorme bagunça que chegou nas nossas telas.

quinta-feira, 30 de julho de 2015

Crítica - D.U.F.F

 
D.U.F.F é mais um filme adolescente sobre alguém deslocado que tenta se encaixar na rígida e cruel hierarquia social do ensino médio. Não é um retrato mordaz desse universo como Meninas Malvadas (2004), tampouco tem o cinismo e a ironia de A Mentira (2010), mas é suficientemente esperto e carismático para funcionar.
 
Acompanhamos Bianca (Mae Whitman), uma adolescente que é amiga de duas das garotas mais populares da escola, mas que não é tão atraente ou popular quanto elas. Sua vida muda quando o atleta Wesley (Robbie Amell) lhe diz que ela é uma DUFF, sigla para Designated Ugly Fat Friend, algo como "Amiga gorda e feia obrigatória" em português. Basicamente é aquele amigo esquisito (não necessariamente gordo ou feio) que é usado pelos demais para parecem mais bonitas e facilitar a aproximação com outras pessoas, uma espécie de "escada" do grupo. Ao saber disso, Bianca decide que não que mais ser uma D.U.F.F e pede que Wesley lhe ajude a ser como uma das garotas bonitas e populares e conquistar o garoto por quem é apaixonada, Toby (Nick Eversman).

quarta-feira, 29 de julho de 2015

Crítica - Magic Mike XXL

 
O primeiro Magic Mike (2012) era basicamente uma versão masculina e melhor dirigida de Striptease (1996), mas que caía no erro de se levar mais a sério do que deveria, além de escolhas de casting equivocadas, que colocava em papéis de destaque atores que não davam conta do recado. Já este Magic Mike XXL assume tranquilamente seu caráter de exploitation, sabendo que o público que irá pagar para ver o filme não entrará na sala de cinema buscando um drama shakespeariano e sim os atores dançando sem roupa e, assim, traz uma narrativa mais simples que facilita o encadeamento das performances.
 
A história se passa três anos depois do primeiro filme e Mike (Channing Tatum) agora vive de sua empresa de móveis customizados, mas quando seus amigos lhe avisam que Dallas (Matthew McConaughey) e Kid (Alex Pettyfer) foram para a China e lhe convidam para uma última turnê rumo a uma convenção de strippers, Mike decide cair na estrada com os remanescentes "Reis de Tampa" para tentar resolver suas angústias pessoais.

Crítica - Jogada de Mestre



Baseado no sequestro real de Alfred Heineken, criador da cerveja de mesmo nome, que aconteceu em Amsterdã em 1983 e resultou no maior resgate pago até então, este Jogada de Mestre certamente tinha elementos que poderiam torná-lo interessante. No entanto, passa longe de uma história de crime verdadeiro tão boa quanto o excelente Foxcatcher: Uma História que Chocou o Mundo ou mesmo minimante apreciável quanto o curioso Sem Dor, Sem Ganho (2013), na verdade é um suspense completamente incompetente e desprovido de qualquer tensão.

Acompanhamos um grupo de amigos sem dinheiro, Cor (Jim Sturgess), Willem (Sam Worthington), Cat (Ryan Kwanten), Brakes (Thomas Cocquerel) e Spikes (Mark VanEuwen) que resolvem sequestrar o magnata Alfred Heineken (Anthony Hopkins) e pedir um resgate de 35 milhões, na esperança de que o dinheiro resolva as suas vidas.

Os problemas já emergem nos primeiros minutos do filme quando ele falha em estabelecer a situação dos seus personagens. Somos informados que eles estão sem dinheiro e tentam conseguir um empréstimo para montarem um negócio juntos, que a namorada de um deles está grávida, mas não há nenhuma razão mais urgente como uma notificação de despejo ou uma hipoteca prestes a vencer, nada realmente desesperador que de fato os motive a recorrer ao crime. Se não conseguimos compreender claramente o que motiva esses indivíduos, não temos porque acompanhá-los.

terça-feira, 28 de julho de 2015

Crítica - Mar Negro

Análise Mar Negro

Review Mar NegroParte K-19: The Widowmaker (2002) e parte O Tesouro da Sierra Madre (1948) este Mar Negro é um suspense submarino que, embora não reinvente a roda e constantemente se prenda aos clichês do gênero, ainda assim consegue funcionar graças à condução do diretor escocês Kevin Macdonald (O Último Rei da Escócia).

A trama segue Robinson (Jude Law), um especialista em recuperação de destroços submarinos. Quando ele é demitido de seu emprego, um amigo lhe procura com uma oportunidade: a descoberta um submarino alemão com um carregamento de ouro russo que naufragou durante a Segunda Guerra Mundial. Como a região está em disputa entre a Rússia e Geórgia, nenhum dos dois governos ainda tentou recuperar o ouro. Assim, Robinson junta uma tripulação em um velho submarino para recuperar o tesouro, mas, claro, as coisas não saem como planejado.

A direção de Macdonald consegue criar uma atmosfera claustrofóbica ao investir em enquadramentos em close, que fazem os pequenos corredores do submarino parecerem ainda mais apertados. Os closes, combinados com as luzes vermelhas de alerta que acendem a todo momento, cobrindo os rostos dos personagens, contribuem para a sensação de um perigo iminente e inescapável. Além disso, o roteiro consegue manter o ritmo, colocando um obstáculo atrás do outro e trazendo novas reviravoltas cada vez que as coisas parecem estar sob controle. Não quero dar spoiler, mas nem todas fazem muito sentido, algumas delas inclusive abusam um pouco da nossa suspensão de descrença, o que acaba sendo um problema.