sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Crítica - Hotel Transilvânia 2


Análise Crítica - Hotel Transilvânia 2

Review Crítica - Hotel Transilvânia 2
Este Hotel Transivânia 2, assim como seu antecessor, é um dos raros casos no qual a dublagem é superior às vozes originais, já que nos poupa de ouvir o sotaque artificial de Adam Sandler, bem como as atuações sem carisma de alguns de seus chapas como Kevin James e David Spade que o acompanham em quase tudo quanto é projeto, vide o fraco Pixels. Assim como a animação anterior, esta continuação traz uma história previsível e cheia de clichês (escrita por Sandler e Robert Smigel), mas a inventividade visual do diretor Genndy Tartakovsky (criador de O Laboratório de Dexter, Meninas Superpoderosas e Samurai Jack) e seu acertado ritmo cômico acabam fazendo tudo funcionar.

A trama se passa alguns anos depois do primeiro filme e agora Mavis (Selena Gomez) e Jonathan (Andy Samberg) estão casados e tem um filho pequeno Dennis, que aparentemente não herdou os traços vampirescos da mãe. Preocupado com o fato do neto não ser um monstro, Drácula (Adam Sandler) tenta a todo custo despertar o "vampiro interior" em Dennis, ao mesmo tempo em que Mavis começa a pensar que seria melhor se mudar do hotel para a cidade natal de Jonathan nos Estados Unidos para criar o filho humano.

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Crítica - How To Get Away With Murder 1ª Temporada


Análise How To Get Away With Murder 1ª Temporada

Review How To Get Away With Murder 1ª Temporada
Quatro jovens se encontram na escuridão e discutem o que fazer com a arma do crime e o assassinato, corte abrupto para três meses antes e vemos os quatro chegando para a primeira aula de direito criminal na faculdade na qual são recebidos por uma rígida professora que também é advogada de defesa que se refere a sua disciplina como "Como sair livre de um assassinato". Teriam os jovens matado alguém em algum jogo doentio com essa professora? Seria a professora a vítima? O que aconteceu nesses três meses? Com apenas pouco mais de dez minutos em seu episódio piloto a série How To Get Away With Murder já nos fisgou com um instigante mistério e pelo menos uma personagem marcante na figura da professora Annalise Keating (Viola Davis), dois méritos que irá conseguir manter com consistência ao longo dos quinze episódios de sua primeira temporada.

Demorei um pouco para começar a assistir essa série apesar de bastante recomendada, o que por um lado é uma pena, pois estive perdendo uma ótima narrativa, por outro lado não precisei esperar em agonia semana a semana por um novo episódio e acabei devorando toda a temporada em dois dias. Tentarei evitar spoilers ao máximo, mas imagino que algumas pequenas menções a eventos específicos são inevitáveis, então se spoilers realmente incomodam, melhor voltar aqui apenas depois de ver a temporada inteira.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Crítica - Evereste

Análise Evereste

Review EverestQuando pensamos em filmes envolvendo pessoas escalando montanhas o que nos vem a memória são trabalhos bem fracos como Limite Vertical (2000) ou Risco Total (1993), então não tinha grandes expectativas quando entrei para ver este Evereste. Embora não seja tão ruim quanto os produtos anteriormente citado, Evereste apresenta problemas demais para ser completamente satisfatório.

Baseado em uma história real, acompanhamos uma excursão de alpinistas liderados pelo profissional Rob Hall (Jason Clarke) para chegar ao topo do Monte Evereste, o ponto mais alto do mundo. Não bastando o risco natural que envolve uma empreitada como essa, a montanha é atingida por uma violenta tempestade durante a escalada, tornando tudo ainda mais mortal.

As paisagens do Nepal são muito bem filmadas e a fotografia consegue compor esse cenário como simultaneamente belo e hostil, beneficiado pelas amplas panorâmicas filmadas para o formato IMAX. As cenas de escalada são carregadas de tensão e mostram bem as dificuldades enfrentadas pelos alpinistas. O problema é que quando as coisas deveriam realmente engrenar e nos deixar  na beira da poltrona, os eventos não nos atingem como deveriam.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Crítica - Nocaute


Filmes sobre boxe já estão mais do que manjados no cinema hollywoodiano e ainda assim continuam sendo feitos e continuam a atrair a atenção de público e crítica de Rocky: Um Lutador (1976) a O Vencedor (2010). Este Nocaute talvez não seja indicado a prêmios como os dois citados (exceto, talvez, pelo trabalho de Jake Gyllenhaal), mas certamente é uma obra competente, embora vejamos claramente que ele parece inspirado por vários filmes similares.

Parte Rocky, parte Touro Indomável (1980) e parte Menina de Ouro (2004), Nocaute acompanha o boxeador Billy Hope (Jake Gyllenhaal), um homem de origem pobre e temperamento esquentado que ascendeu no esporte graças a sua resistência, já que é adepto da "técnica Rocky" de apanhar dos adversários para cansá-los e depois finalizar rapidamente a luta. O sucesso de Billy é interrompido quando uma tragédia se abate sobre sua família e então ele se perde em uma espiral de raiva e autodestruição que lhe custa tudo. Sem ter o que fazer, retorna ao bairro pobre no qual cresceu em busca do treinador Tick Wills (Forrest Whitaker), que pode lhe colocar de volta nos eixos.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Crítica - O Agente da U.N.C.L.E



Ao sair da sessão deste O Agente da U.N.C.L.E, não consegui deixar de pensar como o Armie Hammer está no caminho para se tornar o novo Taylor Kitsch e não digo isso de uma maneira elogiosa. Se a comparação não fez sentido, explico: lá pelo fim dos anos 2000 Kitsch despontou na série Friday Night Lives e logo começaram a falar de seu potencial como astro. A questão é, embora não seja exatamente um mau ator, Kitsch engatou uma sequência de projetos equivocados que transformaram seu nome em sinônimo de fracasso e bilheteria negativa, o trinômio X-Men Origens: Wolverine (2009), Battleship: A Batalha dos Mares (2012) e John Carter: Entre Dois Mundos (2012) praticamente encerrou a carreira dele, até que ele voltou à televisão na segunda temporada de True Detective para lembrar do seu potencial.

Hammer está passando por algo similar, depois de chamar a atenção em A Rede Social (2010), amargou um retumbante fracasso no bagunçado O Cavaleiro Solitário (2013) e agora este O Agente da U.N.C.L.E teve uma recepção morna da crítica americana e estreou em um decepcionante terceiro lugar nas bilheterias. Claro, é perfeitamente possível que o filme se recupere na arrecadação internacional, mas a esse ponto todos sabem que se esse filme resultar em outro fracasso, a posição dele em Hollywood fica bem precária. Falo tudo isso para dizer que é o principal problema deste O Agente da U.N.C.L.E reside justamente em Hammer e Cavill.

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Crítica - Que Horas Ela Volta?


O Brasil é um país carregado de desigualdades e de preconceitos, o problema é que ao invés de lidarmos com isso e enfrentarmos os problemas, muito disso é ignorado e varrido para debaixo do tapete, não permitindo assim que questões de preconceito racial ou social, bem como a tacanha divisão espaços de cada grupo, seja realmente enfrentada. Ao invés disso repetimos chavões vazios como o de que "não há preconceito no Brasil" ou de "somos uma nação miscigenada" como se isso fosse o bastante para neutralizar todos os conflitos de cor, classe e religião que vemos no cotidiano, mas relativizamos ou ignoramos. Que Horas Ela Volta?, no entanto, não tem medo de colocar o dedo na ferida da classe média e (especialmente) média-alta, revelando com cuidado e sensibilidade como nossa herança escravocrata permanece e gera desigualdades até hoje, tratando de como a dinâmica casa grande/senzala ainda guia muito de nossas relações sociais.

A trama conta a história de Val (Regina Casé) uma pernambucana que trabalha como empregada em São Paulo e mora em um quartinho na casa de seus patrões. Os anos passam e ela continua trabalhando e morando lá, tendo desenvolvido uma relação praticamente maternal com o filho de seus patrões, Fabinho (Michel Joelsas). O garoto tem mais proximidade com Val do que com os próprios pais e ela tem um carinho genuíno por ele, porém, Val é completamente distante da própria filha, Jéssica (Camila Márdila), que deixou em Pernambuco e raramente vê. A dinâmica muda quando Jéssica vem para São Paulo prestar vestibular e acaba ficando junto com a mãe na casa de seus patrões e a presença dela começa a testar as "regras" entre patrão e empregada.

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Crítica - Ted 2

Análise Ted 2

Review Ted 2O primeiro Ted era uma divertida comédia que fazia rir pelo seu humor nonsense que abraçava sem medo a fantasia e o absurdo que era ter um urso de pelúcia que ganhava vida. Esta continuação, apesar de manter o mesmo espírito caótico, enfraquece ao repetir muita coisa do anterior, além de um tom por vezes inconsistente.
A trama se passa alguns anos depois do filme anterior e mostra Ted (Seth MacFarlane) casado com Tami-Lynn (Jessica Barth) e enfrentando problemas conjugais. Para superar os problemas, decidem ter um filho e como Ted não pode engravidar a esposa (afinal ele é um urso de pelúcia e não tem pênis), decidem adotar. Os problemas começam quando dão entrada na papelada e descobrem que Ted não é legalmente reconhecido como uma pessoa, mas como objeto e assim não apenas perde a adoção como também todos os seus direitos civis. Assim, ele e seu amigo John (Mark Wahlberg) vão atrás de um advogado para ajudá-los, mas a única que aceita o caso é a jovem Samantha (Amanda Seyfried).

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Crítica - Corrente do Mal


Resenha Crítica - Corrente do Mal

Review Corrente do Mal
Depois de várias semanas com péssimos filmes de terror como A Forca ou Exorcistas do Vaticano invadindo os cinemas brasileiros, enfim um bom exemplar do gênero chega às nossas telas (ainda que atrasado) na forma deste bacana Corrente do Mal.

A trama acompanha a adolescente Jay (Maika Monroe), que recentemente começou a namorar com bonitão local Hugh (Jake Weary). Quando eles finalmente fazem sexo no banco de trás do carro, Jay é inesperadamente nocauteada com clorofórmio e acorda amarrada a uma cadeira de rodas dentro de um prédio decrépito. Hugh então explica a situação (e a trama) para ela: aparentemente alguém "passou" uma maldição para ele e essa maldição consiste em ser seguido o tempo todo por uma aparição que constantemente muda de forma e, apesar de lenta, nunca para de te seguir até seu alvo estar morto. O único modo de continuar vivo é "passar adiante" a maldição através, claro, do sexo, e torcer para o próximo amaldiçoado se manter vivo, caso contrário o espectro passará a seguir o "infectado anterior".

Crítica - Expresso do Amanhã


Depois de muitos atrasos e adiamentos a ótima ficção científica Expresso do Amanhã do diretor Bong Joon-Ho (de O Hospedeiro) finalmente chegou aos cinemas brasileiros, curiosamente estreando ao lado de outro filme constantemente adiado, o terror Corrente do Mal. A essa altura eu acredito que muito de seu público em potencial já tenha visto o filme por outros meios, mas, bem, antes tarde do que nunca.

A história se passa no futuro quando a humanidade acidentalmente congelou o planeta em uma tentativa de combater o efeito estufa. O que restou da humanidade agora habita um enorme trem, o Snowpiercer, que vive em constante movimento ao redor do globo. Os recursos são escassos e divididos de forma desigual, enquanto os ricos vivem nos espaços amplos da frente do trem, com acesso aos melhores alimentos, todo o restante da população vive apertada nos vagões traseiros comendo apenas as barras de proteína (e a revelação de como são feitas torna tudo ainda mais desumano). Cansado de ser tratado como um indivíduo inferior, Curtis (Chris Evans) decide bolar um plano para tomar o controle do motor do trem, que fica na frente, e assim promover uma revolução no lugar. Para isso contará com a ajuda do seu mentor Gilliam (John Hurt) e seu amigo Edgar (Jamie Bell) e do engenheiro responsável pelo controle das portas, preso pelas autoridades que controlam o trem.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Crítica - Hitman: Agente 47


 
Hollywood vem há tempos tentando levar os videogames de maneira consistente às telas, mas até agora os resultados variaram entre o minimamente tolerável (como Lara Croft: Tomb Raider) e o completamente execrável (como Super Mario Bros: O Filme) e essa segunda tentativa de fazer um filme com a franquia Hitman (e sinceramente não vi o primeiro, estrelado por Timothy Olyphant) lamentavelmente não quebra essa tendência.   

Acompanhamos o misterioso Agente 47 (Rupert Friend), um homem fruto de um projeto de engenharia genética criado para ser um assassino, que viaja o mundo em busca de Katia van Dees (Hannah Ware) a única pessoa que parece ser capaz de localizar o Dr. Litvenko (Ciarán Hinds), o cientista responsável por iniciar o programa dos Agentes. 47 não é o único atrás de Litvenko, assim como ele, o operativo John (Zachary Quinto), trabalha para um grupo criminoso que busca encontrá-lo para reiniciar o programa.

A trama parece bem simples e básica, como se espera de um filme de ação, feita apenas para dar um mínimo de contexto à pancadaria e levá-la do ponto A ao ponto B. O problema é que ela insiste em se complicar mais do que deveria criando reviravoltas em cima de reviravoltas (muitas já mostradas no trailer) que não levam a lugar nenhum e não acrescentam nada aos personagens, resultando em uma bagunça confusa, cheia de furos e com vários elementos que nunca são explicados, seja por escolha deliberada (para serem tratados em uma continuação) ou puro descuido. A misteriosa organização à qual 47 serve, por exemplo, jamais recebe qualquer atenção e o filme termina sem que saibamos quem são aquelas pessoas ou o que elas pretendiam.