quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Crítica - Transformers: Devastation



Apesar de gostar dos dois games dos Transformers desenvolvidos pela High Moon Studios (War for Cybertron e Fall of Cybertron), me incomodava o foco praticamente exclusivo no combate à distância, já que os jogos seguiam o modelo de tiro em terceira pessoa. Pra mim uma das possibilidades mais legais de se ter um universo de robôs gigantes que mudam de forma é justamente vê-los saindo na porrada e esses jogos meio que me negavam isso, dando apenas um pouco efetivo golpe corporal para cada personagem. Meus desejos de pancadaria robótica desenfreada, no entanto, foram atendidos por este ótimo Transformers: Devastation, jogo desenvolvido pela Platinum Games (Bayonetta, Metal Gear Rising: Revengeance), que além de tudo faz uma afetuosa homenagem à animação original (também conhecida como G1).

A trama é básica, Megatron e seus Decepticons encontram um antigo artefato de Cybertron capaz de "ciberformar" nosso planeta, cabe aos Autobots liderados por Optimus Prime deter o vilão e salvar o mundo. Depois de uma fase inicial que te obriga a alternar entre os personagens, o jogador fica livre para escolher entre Optimus, Bumblebee e Sideswipe, conforme avançamos também é possível habilitar Wheeljack e o dinobot Grimlock.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Crítica - Peter Pan


 
Ultimamente Hollywood tem se esforçado para transformar praticamente qualquer coisa em franquia cinematográfica, criar um grande universo que possa ser explorado e construído ao longo de vários filmes e produtos derivados, criando marcas que se tornem garantias de retorno financeiro. O problema, como apontei em meu texto sobre Jurassic World: O Mundo dos Dinossauros, é que nem todo material se presta a dar origem a um universo expansível ou ofereça base para que tome ampla liberdade com seus personagens sem que eles percam a essência que os torna tão interessantes.

Filmes como Malévola (2014) ou Hannibal: A Origem do Mal (2007), já mostraram que tentar retornar à origem de personagens muito icônicos muitas vezes acaba enfraquecendo esses personagens (como na origem de Hannibal Lecter) ou lhes retira suas características fundamentais ao ponto de não sermos mais capazes de ver ali aquele personagem que tanto adorávamos (como em Malévola) e o que resta é apenas alguém com o mesmo nome e muito parecido com ele em uma narrativa genérica que podia ser feita em qualquer universo com qualquer personagem. Este Peter Pan lamentavelmente cai na segunda categoria.

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Crítica - A Travessia

Análise Crítica - A Travessia
Review - A Travessia
Quando falei sobre Evereste mencionei que uma das coisas que me incomodou no filme era que ele parecia se esforçar pouco para nos fazer compreender o que movia aqueles personagens a tentar tal façanha e isso prejudicava nosso engajamento com eles. Este A Travessia felizmente não padece do mesmo mal e ao longo das duas horas de projeção conseguimos claramente entender as razões para o equilibrista Philippe Petit (Joseph Gordon-Levitt) ficar fascinado em realizar seu número entre as torres do World Trade Center. Claro, é uma construção mais pautada em níveis emotivos e sensoriais, mas, sejamos sinceros, explicar em termos lógicos de modo convincente porque alguém quereria se pendurar em uma corda bamba no alto de um arranha-céu seria uma tarefa bastante ingrata.

Baseado na autobiografia de Petit (que também inspirou o documentário vencedor do Oscar Man on Wire), o filme conta seus primeiros dias como artista de rua até o momento em que fez sua histórica performance no World Trade Center. É uma tradicional história de superação, da luta de um homem para superar os obstáculos em busca de um sonho, algo que o diretor Robert Zemeckis já fez muito bem em Forrest Gump (1994), mas também tem elementos de um filme de roubo (ou heist movie) com os personagens montando a equipe para o "golpe", a invasão às torres para armar os cabos,  planejando, e então lidando com os imprevistos que aparecem.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Crítica - Horas de Desespero

Análise Horas de Desespero

Review Horas de Desespero
O título nacional deste Horas de Desespero (No Escape no original) dá a impressão de ser um daqueles "filmes B" de suspense que são repetidos à exaustão nas madrugadas de sábado no Super Cine da Globo e, bem, é exatamente isso.

No filme acompanhamos o engenheiro Jack (Owen Wilson) é transferido de seu trabalho para um novo cargo na Ásia e leva a família junto. Chegando lá, além de precisarem lidar com a mudança, a família é pega de surpresa quando um golpe de estado explode no país e o hotel em que eles estão é tomado por revolucionários que começam a executar todos os presentes. Assim, começam uma corrida desesperada não apenas para fugirem do hotel, mas para saírem do país.

A primeira coisa que salta aos olhos é modo como tal país é representado, primeiro porque nunca é especificado se estamos na Indonésia, Camboja, Laos, Tailândia ou qualquer outro país da região, provavelmente porque os realizadores acharam que era tudo igual e não fazia diferença (e também para não despertar reações negativas de nenhum desses países, já que certamente visam a distribuição internacional). Além disso, durante a primeira meia hora o filme irá fazer questão de mostrar quanto o país é atrasado, pouco desenvolvido e sua população é composta por um bando de primitivos incultos que são atrasados até nas suas referências culturais ao mundo ocidental, como o motorista que é fã de Kenny Rogers.

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Crítica - A Possessão do Mal


E lá vamos nós para mais um terror barato (financeira e artisticamente) ao estilo found footage que traz tudo aquilo que todos os outros filmes nesse estilo fazem ao ponto de serem quase indistinguíveis e basicamente tudo que eu tinha falado sobre o péssimo A Forca vale também para este A Possessão do Mal ao ponto em que eu pensei em simplesmente dar um "copiar e colar" no texto e apenas mudar o nome do filme. Mas como não sou adepto do autoplágio (ou qualquer tipo de plágio para falar a verdade) e verdadeiramente creio que o esforço analítico de uma obra fílmica sempre pode acrescentar algo ao nosso entendimento da arte, da vida ou de nós mesmos, então vamos pensar um pouco a respeito desse filme e ver o que sai.

O filme acompanha o documentarista Michael King (Shane Johnson), um homem que acabou de perder a esposa e resolve fazer um filme para provar que não existe nenhum tipo de ocorrência sobrenatural. A filmagem é motivada pelo fato de que ele deveria ter viajado com a esposa no período em que ela foi acidentalmente atropelada, mas ela se recusou devido ao conselho de uma cartomante, então o marido culpa a tal charlatã e decide mostrar que não há nada de sobrenatural no mundo. Para tal resolve a se sujeitar a todo e qualquer ritual de magia negra, conjuração demoníaca, necromancia, enfim, qualquer coisa que pareça terrível.

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Crítica - Perdido em Marte


Análise Perdido em Marte

Review Perdido em MarteO último filme realmente bom de Ridley Scott tinha sido O Gângster (2007) e de lá para cá entregou resultados irregulares em filmes como Prometheus (2012) e Êxodo: Deuses e Reis (2014), mas com este Perdido em Marte, Scott volta a demonstrar que ainda é capaz de produzir grandes obras.

Baseado no romance de Andy Weir, o filme acompanha Mark (Matt Damon), um astronauta que é acidentalmente abandonado em Marte quando sua equipe evacua o planeta durante uma violenta tempestade. Sem capacidade de comunicação com a Terra ou com sua equipe e com um estoque limitado de comida e água, Mark encontra um modo de se manter vivo neste ambiente inóspito e precisa descobrir um meio  de contatar a NASA para que saibam que ainda está vivo.

É interessante como o filme consegue criar uma atmosfera constante de perigo e incerteza acerca do destino do personagem sem precisar criar grandes situações ou um clímax atrás do outro. O roteiro tem consciência que o próprio isolamento e o ambiente inóspito do planeta Marte são obstáculos suficientemente severos para a sobrevivência de qualquer ser humano.

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Crítica - Hotel Transilvânia 2


Análise Crítica - Hotel Transilvânia 2

Review Crítica - Hotel Transilvânia 2
Este Hotel Transivânia 2, assim como seu antecessor, é um dos raros casos no qual a dublagem é superior às vozes originais, já que nos poupa de ouvir o sotaque artificial de Adam Sandler, bem como as atuações sem carisma de alguns de seus chapas como Kevin James e David Spade que o acompanham em quase tudo quanto é projeto, vide o fraco Pixels. Assim como a animação anterior, esta continuação traz uma história previsível e cheia de clichês (escrita por Sandler e Robert Smigel), mas a inventividade visual do diretor Genndy Tartakovsky (criador de O Laboratório de Dexter, Meninas Superpoderosas e Samurai Jack) e seu acertado ritmo cômico acabam fazendo tudo funcionar.

A trama se passa alguns anos depois do primeiro filme e agora Mavis (Selena Gomez) e Jonathan (Andy Samberg) estão casados e tem um filho pequeno Dennis, que aparentemente não herdou os traços vampirescos da mãe. Preocupado com o fato do neto não ser um monstro, Drácula (Adam Sandler) tenta a todo custo despertar o "vampiro interior" em Dennis, ao mesmo tempo em que Mavis começa a pensar que seria melhor se mudar do hotel para a cidade natal de Jonathan nos Estados Unidos para criar o filho humano.

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Crítica - How To Get Away With Murder 1ª Temporada


Análise How To Get Away With Murder 1ª Temporada

Review How To Get Away With Murder 1ª Temporada
Quatro jovens se encontram na escuridão e discutem o que fazer com a arma do crime e o assassinato, corte abrupto para três meses antes e vemos os quatro chegando para a primeira aula de direito criminal na faculdade na qual são recebidos por uma rígida professora que também é advogada de defesa que se refere a sua disciplina como "Como sair livre de um assassinato". Teriam os jovens matado alguém em algum jogo doentio com essa professora? Seria a professora a vítima? O que aconteceu nesses três meses? Com apenas pouco mais de dez minutos em seu episódio piloto a série How To Get Away With Murder já nos fisgou com um instigante mistério e pelo menos uma personagem marcante na figura da professora Annalise Keating (Viola Davis), dois méritos que irá conseguir manter com consistência ao longo dos quinze episódios de sua primeira temporada.

Demorei um pouco para começar a assistir essa série apesar de bastante recomendada, o que por um lado é uma pena, pois estive perdendo uma ótima narrativa, por outro lado não precisei esperar em agonia semana a semana por um novo episódio e acabei devorando toda a temporada em dois dias. Tentarei evitar spoilers ao máximo, mas imagino que algumas pequenas menções a eventos específicos são inevitáveis, então se spoilers realmente incomodam, melhor voltar aqui apenas depois de ver a temporada inteira.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Crítica - Evereste

Análise Evereste

Review EverestQuando pensamos em filmes envolvendo pessoas escalando montanhas o que nos vem a memória são trabalhos bem fracos como Limite Vertical (2000) ou Risco Total (1993), então não tinha grandes expectativas quando entrei para ver este Evereste. Embora não seja tão ruim quanto os produtos anteriormente citado, Evereste apresenta problemas demais para ser completamente satisfatório.

Baseado em uma história real, acompanhamos uma excursão de alpinistas liderados pelo profissional Rob Hall (Jason Clarke) para chegar ao topo do Monte Evereste, o ponto mais alto do mundo. Não bastando o risco natural que envolve uma empreitada como essa, a montanha é atingida por uma violenta tempestade durante a escalada, tornando tudo ainda mais mortal.

As paisagens do Nepal são muito bem filmadas e a fotografia consegue compor esse cenário como simultaneamente belo e hostil, beneficiado pelas amplas panorâmicas filmadas para o formato IMAX. As cenas de escalada são carregadas de tensão e mostram bem as dificuldades enfrentadas pelos alpinistas. O problema é que quando as coisas deveriam realmente engrenar e nos deixar  na beira da poltrona, os eventos não nos atingem como deveriam.

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Crítica - Nocaute


Filmes sobre boxe já estão mais do que manjados no cinema hollywoodiano e ainda assim continuam sendo feitos e continuam a atrair a atenção de público e crítica de Rocky: Um Lutador (1976) a O Vencedor (2010). Este Nocaute talvez não seja indicado a prêmios como os dois citados (exceto, talvez, pelo trabalho de Jake Gyllenhaal), mas certamente é uma obra competente, embora vejamos claramente que ele parece inspirado por vários filmes similares.

Parte Rocky, parte Touro Indomável (1980) e parte Menina de Ouro (2004), Nocaute acompanha o boxeador Billy Hope (Jake Gyllenhaal), um homem de origem pobre e temperamento esquentado que ascendeu no esporte graças a sua resistência, já que é adepto da "técnica Rocky" de apanhar dos adversários para cansá-los e depois finalizar rapidamente a luta. O sucesso de Billy é interrompido quando uma tragédia se abate sobre sua família e então ele se perde em uma espiral de raiva e autodestruição que lhe custa tudo. Sem ter o que fazer, retorna ao bairro pobre no qual cresceu em busca do treinador Tick Wills (Forrest Whitaker), que pode lhe colocar de volta nos eixos.