Dentro da chamada "temporada de premiação" temos uma que ninguém quer concorrer, a infame Framboesa de Ouro que premia os piores filmes de cada ano. A lista dos indicados já está disponível e muitos deles também fizeram parte da nossa lista de piores do ano. Entre os indicados, os mais lembrados foram Cinquenta Tons de Cinza, Pixels e O Destino de Júpiter. Os...err..."vencedores" serão anunciados em 27 de fevereiro, um dia antes da cerimônia do Oscar.
quarta-feira, 13 de janeiro de 2016
Framboesa de Ouro 2016 - Lista de Indicados
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Notícias
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
terça-feira, 12 de janeiro de 2016
Crítica - Creed: Nascido Para Lutar
Confesso que torci o nariz ao ouvir o anúncio de que este Creed: Nascido Para Lutar. Imaginei que fosse só um caça-níqueis cínico feito para faturar em cima do popular universo concebido por Sylvester Stallone. No entanto, eu já tinha me enganado antes com o ótimo Rocky Balboa (2006) que também parecia ser uma continuação preguiçosa e se revelou muito mais. O mesmo aconteceu com este filme, que é bastante digno de todo o legado de Rocky.
Adonis
(Michael B. Jordan) é um filho ilegítimo do boxeador Apollo Creed (Carl
Weathers), morto durante Rocky IV
(1986). Depois da morte precoce da mãe e de passar boa parte da infância em
orfanatos e reformatórios, ele é finalmente adotado pela esposa de Creed, Mary
Ann (Phylicia Rashad). Já adulto, ele se sente impelido a entrar no mundo do
boxe e decide buscar o auxílio do melhor amigo de seu pai, Rocky Balboa
(Sylvester Stallone).
É
uma história sobre família e como as vidas daqueles que vieram antes de nós
impactam diretamente as nossas, para o bem e para o mal. Além disso é também
uma tradicional história de esporte sobre um azarão que vai contra todas as
chances e nesse sentido é um pouco parecido demais em sua estrutura com o
primeiro filme protagonizado por Rocky.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
Crítica - Steve Jobs
Parece
estranho, talvez até exagerado, ter mais uma biografia de Steve Jobs quando
outra foi lançada ainda em 2013. Por
outro lado, o péssimo Jobs (2013)
era mais uma hagiografia do que uma biografia, endeusando seu objeto enquanto
condescendentemente aliviava suas falhas e aderia acriticamente ao seu
discurso. Nesse sentido, o lançamento deste Steve
Jobs parece trazer a chance de finalmente termos uma biografia minimamente
interessante do fundador da Apple, principalmente se lembrarmos que a última
vez que o roteirista Aaron Sorkin se debruçou sobre um gênio precoce e
egocêntrico, o resultado foi o excelente A
Rede Social (2010), um dos filmes que melhor define a geração atual.
Ao
invés de um relato biográfico mais abrangente, o texto concebido por Sorkin e
dirigido por Danny Boyle (cujo último filme foi Em Transe) se concentra em três lançamentos de produtos que servem
como síntese das diferentes fases da vida de Steve Jobs (Michael Fassbender).
Primeiro acompanhamos o lançamento do Macintosh em 1984, depois a aposta no
NeXT e, por fim, o sucesso do iMac em 1998. Em cada um desses momentos
acompanhamos o protagonista nos bastidores enquanto todo tipo de crise parece
se desenrolar e ele precisa lidar com seus empregados, sócios, acionistas e a
filha que insiste em rejeitar.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quinta-feira, 7 de janeiro de 2016
Crítica - O Bom Dinossauro
Depois
do excelente Divertida Mente (2015)
parecia que a Pixar finalmente tinha conseguido retornar ao alta padrão de
qualidade que nos acostumamos a esperar de seus trabalhos. Este O Bom Dinossauro, no entanto, não faz
jus à excelência que tornou famoso o estúdio, com uma trama derivativa que
constantemente nos lembra de outras (e melhores) animações. Não chega a ser
ruim, mas está longe da inventividade que a Pixar trouxe aos seus melhores
trabalhos.
Histórias
sobre um garoto e seu animal/criatura de estimação vivendo grandes aventuras e
aprendendo valiosas lições de vida temos aos montes, tanto no cinema animado
quanto em live action. A virada que O Bom Dinossauro faz a essa fórmula é
que aqui a criatura é o animalesco garoto-das-cavernas Spot (que basicamente se
comporta como um cão) e o garoto é o tímido dinossauro Arlo que se perdeu da
família depois de uma tempestade. Isso acontece porque a história se passa em
uma espécie de realidade paralela na qual os dinossauros não foram extintos por
um meteoro e se mantiveram vivos até o surgimento dos humanos.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quarta-feira, 6 de janeiro de 2016
Crítica - Os Oito Odiados
Imaginem
se o diretor Quentin Tarantino decidisse transformar a tensa cena da taverna do
seu Bastardos Inglórios (2009) em um
longa metragem de quase três horas, misturando-a com algumas ideias de Cães de Aluguel (1992). É mais ou menos
isso que acontece neste ótimo Os Oito
Odiados que se passa quase inteiramente dentro de um hospedaria durante uma
nevasca com um grupo de estranhos no qual ninguém é o que diz ser.
Na
trama, que se passa alguns anos depois da Guerra de Secessão dos Estados
Unidos, o caçador de recompensas Marquis Warren (Samuel L. Jackson) se vê em
meio a uma nevasca enquanto transporta os corpos dos seus três últimos alvos.
Sem alternativa, acaba pegando carona na carruagem do também caça recompensas
John Ruth (Kurt Russell), que está transportando a fugitiva Daisy Domergue
(Jennifer Jason Leigh). A neve, no entanto, os obriga a parar em uma hospedaria
na qual um grupo de estranhos também se abrigou. Confinados na casa por causa
do mal tempo, o grupo vai aos poucos desconfiando das intenções uns dos outros
e conforme se conhecem melhor vai aumentando a sensação de que algo muito
errado está para acontecer na pequena hospedaria.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
terça-feira, 5 de janeiro de 2016
Crítica - Spotlight: Segredos Revelados
Na
tradição de filmes como Todos os Homens
do Presidente (1976), O Informante
(1999) ou Frost/Nixon (2008), este Spotlight: Segredos Revelados acompanha
o árduo trabalho de um grupo de jornalistas em investigar fatos que foram
ocultados do público. Nesse sentido, o filme é tanto uma denúncia das
descobertas da reportagem original quanto uma exaltação do trabalho
jornalístico e sua função de trazer à luz assuntos de interesse público.
Acompanhamos
a equipe da Spotlight, a coluna de jornalismo investigativo do jornal Boston
Globe, que no início dos anos 2000 começou a investigar casos de pedofilia
cometidos por padres da igreja católica. Ao longo da busca, descobrem que quase
uma centena de sacerdotes que passaram pela cidade abusaram crianças
sexualmente e pior, descobrem que o alto escalão da igreja sabia a respeito e
nada fez.
O
filme constrói com cuidado os passos dados pela equipe estabelecendo bem o
contexto em que as denúncias chegaram ao jornal e o grau de influência que a
arquidiocese tinha na cidade de Boston. Na verdade, o primeiro terço do filme é
tão preocupado em municiar o espectador de detalhes que tudo acaba sendo
excessivamente expositivo e fazendo a narrativa demorar de engrenar. Não vejo
isso como um problema, mas imagino que muitos poderão se incomodar com o ritmo
mais lento da trama.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
segunda-feira, 4 de janeiro de 2016
Reflexões Boêmias: Melhores Filmes de 2015
Depois
de fazer minha lista com os piores filmes do ano, chegou a vez de listar os
melhores e devo dizer que foi muito mais difícil, tanto que o top 10 inicial acabou virando um top 15 e por pouco não virou um top 20 simplesmente porque tinha muita
coisa que não queria deixar de fora. Assim como na lista de piores, levei em
conta os filmes lançados comercialmente no Brasil em 2015, tanto nos cinemas
quanto em vídeo e serviços de streaming.
Sendo assim, sem mais delongas, vamos aos filmes.
15
- O Presente
O
ator Joel Edgerton (que, confesso, nunca achei grande coisa) surpreende ao
escrever, dirigir e protagonizar este suspense que vai aos poucos transformando uma situação
banal como a de encontrar um amigo grudento e carente em um intricado e cruel
plano de vingança que nos lembra como o passado sempre nos alcança.
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Reflexões Boêmias
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
quarta-feira, 23 de dezembro de 2015
Crítica - Até Que a Sorte Nos Separe 3
A
vida algumas vezes nos pega desprevenidos. Recentemente publiquei minhas
escolhas para piores filmes do ano, pois 2015 estava terminando e eu imaginei
que não veria mais nada até o fim do ano e mesmo que visse, dificilmente seria
alguma bomba capaz de entrar no top
10. Este Até Que a Sorte Nos Separe 3
não apenas quebrou tudo isso, como conseguiu a proeza de roubar do
completamente execrável Para o Que Der e Vier a primeira posição de pior coisa que vi nos cinemas esse ano e isso
não é pouca coisa.
Depois
de ficar rico e perder tudo duas vezes, o atrapalhado Tino (Leandro Hassum) se
vê mais uma vez rico ao ser atropelado por Tom (Bruno Gissoni), filho do
bilionário Rique (Leonardo Franco). Além de pagar as despesas médicas de Tino,
Rique lhe dá um emprego em sua corretora de ações para compensar o ocorrido,
mas logicamente Tino põe tudo a perder e põe a empresa e o país em direção à
falência.
Como
de costume Hassum, assim como Kevin James, parece adepto ao subgênero cômico do
"gordo gritando", que consiste basicamente em berrar todas as linhas
de diálogo enquanto age do modo mais exagerado possível na esperança de que
alguém ria de alguma coisa. Assim como nos filmes protagonizados por James (e
normalmente produzidos por Adam Sandler), o personagem de Hassum é tão
absurdamente estúpido, incoveniente e sem noção que é impossível aderir a ele e
à história, já que qualquer pessoa que agisse do modo como ele age não seria
capaz de viver em nossa sociedade. Seus berros histéricos são tão incessantes e
insuportáveis que com quinze minutos de filme meus ouvidos já estavam cansados
e começava a torcer para que esse brutal ataque aos meus sentidos acabasse
logo. O que não aconteceu, dada a duração de uma hora e quarenta e cinco
minutos (de pura tortura mental) da fita
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
terça-feira, 22 de dezembro de 2015
Crítica - As Sufragistas
A
discussão sobre os direitos da mulher, igualdade de gêneros e suas
representações tem sido bastante exploradas ultimamente no cinema. Apenas nos
últimos meses tivemos os ótimos Olmo e a Gaivota, filme da brasileira Petra Costa que trazia um olhar bem
interessante sobre a gestação, e o documentário Malala, sobre a jovem paquistanesa baleada pelo talibã depois de
protestar contra a proibição das mulheres frequentarem escolas. Esse As Sufragistas continua esse movimento
de falar a respeito dessas questões, mas lamentavelmente não chega a ser tão
interessante quanto os filmes anteriormente citados.
A
história se passa na Inglaterra no início do século XX quando as mulheres ainda
eram proibidas de votarem. Depois que o parlamento nega o mais recente pedido
pelo voto feminino, um grupo feminista começa a coordenar atos de desobediência
civil para chamar atenção para o problema. A operária Maud (Carey Mulligan)
entra em contato com o movimento graças a uma colega de trabalho e, apesar de
não nenhuma formação política, percebe que o direito ao voto poderia ser um
caminho para uma vida melhor e mais igualitária para as mulheres.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
segunda-feira, 21 de dezembro de 2015
Crítica - Macbeth: Ambição e Guerra
Este
Macbeth: Ambição e Guerra (até agora
não entendi pra quê esse subtítulo, mas, enfim) é um filme sombrio, depressivo,
cheio de pessoas horríveis e nem um pouco recomendável se você estiver tendo um
dia ruim. Ou seja, é uma adaptação bastante competente da tragédia
shakespeariana à qual se baseia, afinal, se você não sair com um gosto amargo
na boca depois de ver qualquer versão de Macbeth, algo não foi feito
corretamente.
Para
quem não conhece a famosa história, seguimos o nobre escocês Macbeth (Michael
Fassbender) que depois de uma batalha encontra um grupo de bruxas e estas
profetizam que ele irá virar rei da Escócia. Ao contar tudo para sua esposa,
Lady Macbeth (Marion Cotillard), e ao saber que a providência está de seu lado,
ela começa a tramar o assassinato do rei Duncan (David Thewlis), covencendo o
marido a cometer o regicídio. O casal consegue o que quer, mas passa a ser
consumido pela culpa e paranoia. Macbeth começa a achar que seus aliados Banquo
(Paddy Considine) e Macduff (Sean Harris, o vilão do recente Missão Impossível: Nação Secreta) podem
se voltar contra ele e decide agir.
Doutor em Comunicação e Cultura Contemporânea, pesquisador da área de cinema, mas também adora games e quadrinhos.
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