Filmes sobre o holocausto ou a realidade nos campos de concentração já foram feitos aos montes e chego a desconfiar que não há muito que possa ser acrescentado aos discursos já existentes sobre o tema. Não que a relevância de se falar sobre isso tenha se esgotado, mas que existem poucas possibilidades de contar uma história ficcional acerca disso e dar ao público algo que eles nunca viram antes. Este O Filho de Saul certamente não faz isso e toca em muitas questões que já vimos em uma série de outras produções, mas o importante nele nem é sobre o que ele é, mas como ele é ao tratar disso.
O
filme acompanha Saul (Geza Rohrig) um judeu húngaro que vive em um campo de
concentração com um sonderkommando. Estes eram uma categoria diferente de
prisioneiro que trabalhava sob ordens dos oficiais nazistas executando os
trabalhos que os alemães consideravam indignos ou inferiores, como limpar as
câmaras de gás ou enterrar os prisioneiros mortos. Para manter o sigilo sobre
as operações de extermínio os sonderkommandos eram mantidos em isolamento dos
outros presos e eram substituídos de tempos em tempos, com os antigos membros
sendo executados e prisioneiros recém chegados sendo colocados na função.