Misturando
uma daquelas histórias de superação pessoal baseada em fatos reais que o cinema
já cansou de fazer com uma espécie de propaganda cristã, este Milagres do Paraíso tinha tudo para ser
um desastre total. Por isso fiquei bastante surpreso ao perceber que o filme
não era tão ruim quanto imaginava, apesar de também não ser exatamente uma
experiência satisfatória.
A
trama segue a dona de casa Christy (Jennifer Garner) cuja filha, Anna (Kylie
Rogers), começa a apresentar uma rara doença intestinal sem cura que faz seu
corpo ser incapaz de processar os alimentos. Acompanhar a filha através dessa
grave doença vai aos poucos se revelando uma provação para toda a família, fazendo
Christy repensar a sua fé cristã.
Pela
premissa já dá para imaginar que é daqueles filmes feitos com o propósito de
constantemente levar o público às lágrimas ao explorar o constante sofrimento
de suas personagens e, bem, é exatamente isso que o filme faz. Saímos de uma
sala de emergência a um mal-estar, a uma consulta média, a exames, a mais
notícias ruins e assim sucessivamente. Cada vez que achamos que as coisas não
vão ficar piores, elas ficam e há uma sucessão tão constante de cenas de
sofrimento que o filme se torna monótono, já que o fluxo da trama quase não nos
dá momentos para respirar.