Quando escrevi sobre Hearts of Stone, o primeiro grande DLC
do excelente The Witcher 3: Wild Hunt,
falei que a desenvolvedora polonesa CD Projekt Red dava uma aula de como fazer
uma expansão relevante, que ampliava os horizontes do universo do jogo, trazia
novos desafios, mecânicas e aprofundava seu protagonista. Pois bem, eles
fizeram tudo isso novamente em The
Witcher 3: Blood and Wine, segunda e provavelmente última grande expansão
para o último capítulo da trilogia de Geralt de Rívia.
A trama, que se passa dentro (e não após) da história do game principal, leva Geralt à idílica
Toussaint, na qual ele é contratado pela governante local para encontrar e
eliminar uma sombria criatura que está matando vários nobres. Inspirada no sul
da França, Toussaint tem sua paisagem tomada por vinhedos e plantações de
flores, sendo habitada por pomposos cavaleiros e eventos da alta sociedade. O
novo mapa traz o mesmo detalhamento visual e qualidade do game principal. É também bastante amplo,
com muito a explorar, oferecendo algo entre 20 e 25 horas de gameplay, e suas paisagens cheias de
cores vibrantes são um contraponto perfeito aos ambientes cinzentos e
arruinados pela guerra em Velen.
O contato do estoico Geralt com
os cavaleiros de Toussaint e suas vestimentas bufantes e linguagem rebuscada
traz um inesperado humor e leveza à narrativa sombria de The Witcher 3. Algumas missões secundárias são bem divertidas, como
aquela em Geralt percorre um banco tentando preencher um formulário correto,
claramente inspirada na sequência da repartição pública de Os 12 Trabalhos de Asterix. Blood
and Wine, no entanto, não é apenas bom humor e diversão e sua trama
principal é basicamente um conto sobre vampiros, que utiliza as criaturas para falar sobre laços familiares e de amizade e permite ao jogo expandir
o modo singular como as crias da noite são tratadas neste universo.