Não cheguei a acompanhar as
temporadas anteriores da série de antologia (na qual cada temporada contem uma
história isolada) American Horror Story,
mas fiquei bastante curioso quando foi anunciado que esta quarta temporada
teria a temática o circo de horrores. Além do potencial de imagens
perturbadoras que podiam ser geradas dessa premissa, o uso de
"aberrações" de circo é um material ótimo para se discutir a natureza
do monstro e da monstruosidade. Afinal, o que é exatamente um monstro? É apenas
uma pessoa ou criatura que não se conforma aos padrões de normalidade? Ou há um
fator mais interno e mais profundo que determina quem é ou não um monstro?
Nesse sentido, Freak Show faz jus ao
potencial de sua premissa e busca entender onde está a verdadeira aberração do
ser humano. SPOILERS são inevitáveis daqui para frente.
A trama acompanha a trupe de um
"circo de horrores" que chega a uma cidadezinha na Flórida na década
de 50. Liderados pela cantora alemã Elsa (Jessica Lange), a trupe vai à cidade
recrutar uma nova integrante, ou melhor novas. As escolhidas são as gêmeas
siamesas Bette e Dot (ambas Sarah Paulson) que dividem um único corpo com suas
duas cabeças. A chegada das ditas aberrações provoca curiosidade e repulsa na
pequena comunidade e o contato entre os artistas e os locais acaba despertando
coisas muito mais monstruosas do que as deformidades físicas dos protagonistas.