Quando escrevi sobre o pavoroso Inatividade Paranormal 2 (2014) mencionei o quanto é difícil fazer hoje filmes-paródia, já que mal um filme, livro ou série é disponibilizado ao público e uma profusão de memes e piadas já começa a ser feita na internet. A velocidade com a qual os produtos culturais são satirizados e parodiados na internet é muito rápida. Assim, no período de um ano ou mais que se leva para escrever, produzir e colocar nas salas de cinema um filme que faça humor em cima de um sucesso recente praticamente todas as piadas possíveis sobre o tema já foram feitas e já até perderam sua graça. Deste modo, quando um filme como este Cinquenta Tons de Preto, paródia do romance erótico Cinquenta Tons de Cinza (2015) desponta nos cinemas, a sensação é que estamos diante de uma piada velha e desgastada. No caso de parodiar Cinquenta Tons de Cinza ainda há o problema de se estar tentando fazer graça em cima de algo que já era originalmente digno de risos (ainda que não intencionalmente), tornando difícil ridicularizar o que já era ridículo.
A trama é praticamente idêntica à
do material original com a jovem ingênua e virginal Hannah Steale (Kali Hawk)
se apaixonando pelo controlador e desajustado empresário Christian Black
(Marlon Wayans) e segue quase que cena por cena o filme no qual se baseia,
sempre tentado colocar alguma piada, claro.