Muita gente vai detestar este Ben-Hur simplesmente pela
"heresia" de tentar refazer um dos maiores, mais célebres e mais
icônicos filmes já feitos que é o Ben-Hur (1959)
dirigido por William Wyler, o primeiro filme da história a vencer onze Oscars
(algo que apenas Titanic e O Retorno Do Rei fizeram depois). Não
vejo problemas em uma nova versão (principalmente porque a versão de 1959 não foi a primeira vez que essa história foi contada nos cinemas), mas se você vai mexer em algo que é sinônimo
de alta qualidade é preciso ao menos se esforçar para tentar algo à altura e a
produção parece apenas focada em ser um blockbuster
de ação genérica com um leve subtexto religioso ao invés da épica e complexa
história sobre fé, vingança e perdão que o romance de Lew Wallace e o filme de
1959 traziam.
Os problemas já começam na
escolha do diretor, o russo Timur Bekmambetov é famoso por filmes de ação
cheios de computação gráfica, mas inócuos dramaticamente, como O Procurado (2008) ou Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros
(2012), e parecia um nome completamente inadequado para uma história cheia de
subtextos sutis. Chamá-lo para dirigir uma nova versão de Ben Hur seria como querer fazer um remake estadunidense da série britânica Downton Abbey e chamar o Michael Bay para dirigir. O orçamento era
outra questão, já que o filme de 1959 tinha um orçamento recorde para sua época
e os maiores cenários até então construídos, enquanto que este, de acordo com
reportagens de veículos internacionais, tem um orçamento de produção de cerca
de 100 milhões, um valor relativamente baixo para um blockbuster hoje e principalmente para um épico dessa escala e isso
é visível no produto final.