domingo, 4 de setembro de 2016

Crítica - Narcos: 2ª Temporada



A melhor coisa da primeira temporada da série Narcos era de longe o complexo retrato do narcotraficante Pablo Escobar feito por Wagner Moura. Nesta temporada, Moura não apenas continua sendo o melhor de Narcos, como também é o que eleva esse segundo ano para além do banal, já que essa temporada sofre com personagens desinteressantes e vários problemas de ritmo. A partir deste ponto SPOILERS são inevitáveis.

A trama começa no exato ponto no qual a primeira terminou, com Escobar (Wagner Moura) fugindo da prisão de luxo construída por ele mesmo chamada La Catedral. A partir de então continuamos a acompanhar o agente Murphy (Boyd Holbrook) na caçada pelo fugitivo. As autoridades colombianas e dos Estados Unidos, no entanto, não são os únicos no encalço de Escobar, já que traficantes rivais da Colômbia e do México, bem como guerrilheiros de extrema-direita, também querem vê-lo morto.


Chama a atenção a escolha do recorte dessa temporada. Se no primeiro acompanhamos a trajetória de Escobar ao longo de quase uma década, aqui acompanhamos o curto período de sua fuga até sua morte (isso já estava na publicidade da série, então não é spoiler), que é cerca de um ano. Como o traficante ficou boa parte desse tempo simplesmente escondido e evitando holofotes, a série exibe um claro esforço para fazer os acontecimentos "renderem" dez episódios. Assim, eventos que poderiam rapidamente ser resolvidos em uma ou duas cenas levam episódios inteiros para se desenrolar. Um episódio inteiro é gasto para mostrar a esposa e filhos de Escobar tentando entrar na Alemanha e sendo recusados. Outro dá uma enorme atenção a um dos capangas de Escobar que pode ou não estar traindo o seu patrão. Tudo bem que nesse temos a "recompensa" da brutal emboscada ao fim, mas ainda assim não justifica que tenhamos que passar tanto tempo com personagens pouco importantes ou interessantes para chegar nela. A sensação é de uma temporada truncada e lotada de filler.

sábado, 3 de setembro de 2016

Overwatch vai estar gratuito nos consoles entre 9 e 12 de setembro


A desenvolvedora Blizzard (responsável por World of Warcraft e Diablo) anunciou que Overwatch, game em primeira pessoa voltado para o multiplayer, poderá ser jogado de graça por usuários de Playstation 4 e Xbox One.

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Crítica - Star Trek: Sem Fronteiras



O reboot da franquia Star Trek encabeçado por J.J Abrams em 2009 conseguiu fazer o universo concebido por Gene Roddenberry voltar a ser bem sucedido nos cinemas. Sua continuação, Além da Escuridão: Star Trek (2013) manteve o sucesso, apesar de dividir os fãs. Abrams, que tinha encabeçado os dois filmes, deixou a franquia para revitalizar outro grande ícone dos cinemas com Star Wars: O Despertar da Força (2015) e o comando deste Star Trek: Sem Fronteiras caiu na mão de Justin Lin, diretor responsável por Velozes e Furiosos 6 (2013) e outros exemplares da franquia de ação. A escolha deixou muita gente com receio de que Lin, habituado a filmes de ação bombásticos, não seria a escolha adequada para a um Star Trek. Felizmente o diretor consegue manter a qualidade dos filmes anteriores e compreende o que torna esse universo tão singular.

Na trama a tripulação da Enterprise está no terceiro ano de sua missão de exploração das partes desconhecidas do espaço. O aniversário de Kirk (Chris Pine) se aproxima e ele se dá conta que agora está superando a idade que seu pai tinha e começa a questionar seu papel na Frota Estelar, já que nesta continuidade ele se alistou ao ser desafiado a realizar feitos semelhantes aos do pai. Os problemas começam quando a tripulação responde um chamado de socorro em um planeta desconhecido e a Enterprise é atacada pelas naves-enxame do misterioso Krall (Idris Elba), que estava em busca de um antigo artefato alienígena que estava à bordo. Sem condições de rechaçar o ataque, Kirk e seus companheiros fogem para um planeta próximo. Sozinhos em um planeta que não consta nos mapas e sem ter como contatar a Frota Estelar, a tripulação da Enterprise conta apenas com sua inteligência e audácia para reverter a situação.

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Crítica - Aquarius

Análise Aquarius


Review Aquarius
Quando escrevi sobre O Som ao Redor (2013), trabalho anterior do pernambucano Kleber Mendonça Filho, falei sobre minha dificuldade em discorrer sobre o filme por não sentir que conseguiria dar conta da riqueza obra e fazer jus às suas qualidades. Pois a mesma sensação tomou conta de mim quando sentei ao computador para tentar falar sobre minha experiência com este Aquarius, que tem tanto a dizer sobre nossa sociedade, nossa relação com as cidades, com a história e com nossa memória coletiva e individual, que temo não ser capaz de dar conta do tanto que esse filme nos fala como indivíduos e como povo.

A trama segue Clara (Sônia Braga) uma jornalista aposentada cujo modesto prédio, que fica de frente para a praia de Boa Viagem, está sendo comprado por uma construtora para ser demolido e dar lugar a um grande condomínio de luxo. A questão é que Clara, que viveu ali quase que sua vida inteira, é a única que ainda não vendeu o seu apartamento para a construtora e o jovem engenheiro responsável pelo projeto, Diego (Humberto Carrão), começa a ficar impaciente com a insistência da senhora em não deixar o seu lar.

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Crítica - O Sono da Morte



Imagine que toda vez que você dormisse, todos os seus sonhos e pesadelos se materializassem no mundo real para que todo mundo pudesse ver. Pense em como seria terrível se as piores criaturas que surgem em seus pesadelos simplesmente aparecessem em sua casa e começassem a aterrorizar todos que moram com você? Pois bem, essa é a premissa deste O Sono da Morte, que traz o ator-mirim Jacob Tremblay, do excelente O Quarto de Jack, como um garoto com um estranho dom/maldição.

Na trama, o casal Jessie (Kate Bosworth) e Mark (Thomas Jane) resolvem adotar um filho na tentativa de superar a morte de seu filho biológico, Sean (Antonio Romero), e levam para casa o jovem órfão Cody (Jacob Tremblay). Aos poucos, no entanto, vão percebendo que os sonhos e pesadelos do garoto ganham vida enquanto ele dorme e o que no início parecia ser fascinante vai se tornando uma experiência aterradora conforme seus traumas começam a se manifestar nos pesadelos.

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Crítica - No Man's Sky

Análise No Man's Sky


Review No Man's Sky
Cercado de muita antecipação sobre seu amplo universo a ser explorado No Man's Sky finalmente chegou às prateleiras com um gameplay que fundamentado em exploração e crafting (pensem numa mistura entre Journey e Minecraft) e um amplo universo com cerca de quinze quintilhões de planetas procedualmente gerados a serem visitados pelos jogadores.

O jogador começa em um planeta situado em um sistema estelar à beira do universo com sua nave quebrada. Seu objetivo é consertar sua nave, sair do planeta e explorar o universo até chegar ao seu misterioso centro. Ao mesmo tempo, uma entidade misteriosa conhecida como Atlas tenta estabelecer contato com o jogador e oferecer auxílio em sua jornada. Seguir o caminho para o centro ou o caminho para Atlas não são opções mutuamente exclusivas e é possível cumprir ambas ao longo de sua viagem pelo universo (apenas não joguem fora ou vendam as pedras vermelhas recebidas de Atlas, sério, elas são necessárias apesar do jogo não informar isso).

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Crítica - Águas Rasas

Análise Crítica - Águas Rasas


Review - Águas Rasas
Tenho que admitir que não esperava muito deste Águas Rasas, terror/suspense envolvendo tubarões dirigido por Jaume Collet-Serra, responsável pelos recentes filmes de ação do Liam Neeson como Noite Sem Fim (2015) e Sem Escalas (2014). Filmes sobre tubarões devorando pessoas em praias já tinham atingido o máximo do que essa premissa poderia render com o seminal Tubarão (1975) de Steven Spielberg e Mar Aberto (2003) já tinha trabalhado com uma premissa similar à deste filme, então havia a sensação de que este não tinha muito a acrescentar a esse tipo de história. Águas Rasas não traz nada de novo, é verdade, mas pelo menos consegue produzir bons momentos de tensão.

A trama começa com a estudante de medicina Nancy (Blake Lively) viaja a uma isolada praia na costa mexicana numa jornada de autodescoberta e reavaliação de suas prioridades depois da morte de sua mãe. O ambiente paradisíaco e as ondas propícias para o surfe, no entanto, transformam-se em um local de terror quando ela é mordida por um tubarão e se vê acuada pelo predador em cima de uma pedra a centenas de metros da praia.

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Crítica - Ben-Hur



Muita gente vai detestar este Ben-Hur simplesmente pela "heresia" de tentar refazer um dos maiores, mais célebres e mais icônicos filmes já feitos que é o Ben-Hur (1959) dirigido por William Wyler, o primeiro filme da história a vencer onze Oscars (algo que apenas Titanic e O Retorno Do Rei fizeram depois). Não vejo problemas em uma nova versão (principalmente porque a versão de 1959 não foi a primeira vez que essa história foi contada nos cinemas), mas se você vai mexer em algo que é sinônimo de alta qualidade é preciso ao menos se esforçar para tentar algo à altura e a produção parece apenas focada em ser um blockbuster de ação genérica com um leve subtexto religioso ao invés da épica e complexa história sobre fé, vingança e perdão que o romance de Lew Wallace e o filme de 1959 traziam.

Os problemas já começam na escolha do diretor, o russo Timur Bekmambetov é famoso por filmes de ação cheios de computação gráfica, mas inócuos dramaticamente, como O Procurado (2008) ou Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros (2012), e parecia um nome completamente inadequado para uma história cheia de subtextos sutis. Chamá-lo para dirigir uma nova versão de Ben Hur seria como querer fazer um remake estadunidense da série britânica Downton Abbey e chamar o Michael Bay para dirigir. O orçamento era outra questão, já que o filme de 1959 tinha um orçamento recorde para sua época e os maiores cenários até então construídos, enquanto que este, de acordo com reportagens de veículos internacionais, tem um orçamento de produção de cerca de 100 milhões, um valor relativamente baixo para um blockbuster hoje e principalmente para um épico dessa escala e isso é visível no produto final.

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Crítica - Quando as Luzes se Apagam



A ideia de um filme de terror no qual o "monstro" é uma criatura que só habita e age em lugares tomados por escuridão não é exatamente uma novidade. O fraco No Cair da Noite (2003) já possuía uma premissa bastante parecida com este Quando as Luzes se Apagam, no qual o diretor David F. Sandberg adapta seu curta-metragem homônimo em formato de longa metragem. O resultado, apesar de algumas boas ideias, é inferior ao curta.

Na trama, a jovem Rebecca (Teresa Palmer) retoma o contato com sua família depois que de ser chamada pela escola de seu irmão menor, Martin (Gabriel Bateman), que constantemente tem dormido em sala de aula. Ao conversar com o garoto, descobre que ele tem sido atormentado pela mesma criatura sombria que a traumatizou quando criança e que sua mãe, Sophie (Maria Bello), aparentemente conversa com a criatura.

Se de início a ameaça de uma sombra disforme funciona ao assustar, conforme o filme avança e as "regras do jogo" vão sendo estabelecidas, a tensão e o medo se dilui, pois se torna perfeitamente possível prever a grande maioria dos sustos. Cada vez que a câmera de detêm um pouco mais longo do que deveria em algum canto escuro, algo sairá dali. Se é possível prever de onde sairá cada susto, então é difícil efetivamente se assustar com eles e essa escolha por sustos óbvios termina por sabotar as ideias criativas que o filme tem para explorar a premissa. Do uso de luz negra, que torna a criatura visível, mas não a afeta como luz normal, passando pelas tentativas de atirar nela com uma arma de fogo, o que a faz desaparecer por causa do clarão dos disparos.

sábado, 13 de agosto de 2016

Crítica - Star Ocean: Integrity and Faithlessness

Análise Star Ocean: Integrity and Faithlessness


Review Star Ocean: Integrity and Faithlessness
Estava há um tempo procurando um exemplar mais tradicional de RPG japonês para jogar e acabei me deparando com este Star Ocean: Integrity and Faithlessness, sexto exemplar da conhecida franquia de RPGs que começou no Super Nintendo. Confesso que não tenho muita experiência com a franquia, então não tenho como dizer como ele se sustenta em comparação com os demais, minha perspectiva aqui é a de um neófito.

A trama começa com a guerra entre dois reinos no planeta Faykreed IV. O jovem espadachim Fidel Camuze é pego no meio do conflito quando sua pequena vila é atacada por soldados do reino vizinho. Sem condições de lidar com a invasão por conta própria, ele parte para pedir reforços da capital, mas no caminho encontra uma espaçonave caída com uma garota sem memórias e incríveis poderes mágicos chamada Relia. Aos poucos, o que ele achava ser uma mera disputa territorial entre reinos vizinhos na verdade envolve um conflito em escala galáctica.

O problema da narrativa nem é se apoiar no clichê da "menininha mágica com o poder de salvar/destruir o mundo" e mais por sua natureza repetitiva na qual não consegue usar a premissa de nenhum modo que seja minimamente interessante. Praticamente todas as missões da história envolvem a captura de Relia pelos vilões ou uma tentativa de resgatá-la. Lá pela terceira ou quarta vez que a garota é levada pelos inimigos imediatamente depois de tê-la salvado, comecei a torcer para que a menina desgraçada morresse de uma vez ao invés de me fazer andar em círculos em uma narrativa que parecia presa em um ciclo de redundância. Isso piora quando percebemos o quanto a história do jogo é curta para os padrões de um JRPG, podendo ser terminada em cerca de 20 ou 25 horas e boa parte dela é esse vai e vem envolvendo Relia.