sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Crítica - Quantico: 1ª Temporada

Quantico 1ª Temporada


Review Quantico Season 1
Eu não esperava muita coisa quando comecei a ver esta 1ª temporada da série Quantico. Imaginei que seria só mais um procedural envolvendo agentes do FBI investigando casos de terrorismo e talvez um arco maior interligando. Felizmente o que encontrei foi uma série que criava um mistério envolvente e cheio de intrigas, com personagens carregados de ambiguidade e um ritmo que te deixava na ânsia por mais um episódio.

A trama é centrada em Alex (Priyanka Chopra) uma agente novata no FBI. Quando um atentado terrorista destrói a Grand Central Station em Nova Iorque e ela é encontrada entre os destroços, as autoridades começam a suspeitar que a novata pode estar envolvida no atentado. Acusada de um crime que não cometeu, Alex decide investigar por conta própria e começa a suspeitar que quem tramou contra ela pode ter sido um de seus colegas na academia do FBI em Quantico. Assim, enquanto tenta provar a sua inocência, ela também tenta lembrar dos seus dias de treinamento, na esperança de localizar culpado.

Os episódios misturam os eventos presentes com flashbacks do treinamento de Alex em uma dinâmica que lembra a metade inicial da primeira temporada de How to Get Away With Murder. A série é bastante hábil em nos colocar em um constante estado de incerteza, criando personagens que nunca parecem o que aparentam e constantemente tem segundas (e até terceiras) intenções e colocando dilemas de ordem ética e moral que fazem nossa adesão aos personagens mudar constantemente. Em um instante podemos estar do lado de alguém para no seguinte considerarmos a mesma pessoa deplorável por causa de alguma atitude. Em um trabalho como o desses agentes certo e errado não são simples de delimitar e a série é inteligente o bastante para não dar respostas fáceis a essas questões.

quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Crítica - Bruxa de Blair

Bruxa de Blair


Bruxa de Blair 2016
Não fiquei exatamente empolgado com o anúncio de um novo filme da franquia A Bruxa de Blair. Apesar do primeiro filme ter iniciado o atual ciclo de filmes de terror estilo found footage (embora não tenha sido o primeiro), sua continuação, A Bruxa de Blair 2: O Livro das Sombras (2000), que abandonava o formato, foi simplesmente um desastre. Nem mesmo o anúncio de que este novo filme retornaria ao formato de found footage me empolgou, afinal a maioria dos produtos desse formato como A Forca (2015) ou A Possessão do Mal (2015) eram porcarias insuportáveis e poucos filmes desse estilo, como A Visita (2015), realmente valiam ser conferida. Assim chegamos a este Bruxa de Blair, que ignora os eventos do segundo filme e funciona como uma continuação do primeiro, embora seja funcionalmente um remake, já que a estrutura da trama, situações, sustos, modo de filmar e tudo mais são quase idênticos. Pensem no inútil remake quadro a quadro de Psicose feito por Gus Van Sant em 1998 e vocês vão ter uma ideia clara do que acontece aqui.

A trama segue James (James Allen McCurrie), irmão de uma das personagens do primeiro filme. Anos depois da fita de sua irmã ter sido achada na floresta, ele se pergunta o que realmente aconteceu. Quando uma nova filmagem é encontrada e ele pensa ter visto a irmã nas imagens. Assim, ele junta um grupo de amigos e parte para uma expedição na mesma floresta que a irmã sumiu e obviamente leva consigo um amplo aparato de filmagem.

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Crítica - Blindspot: 1ª Temporada

crítica Ponto Cego


crítica Ponto Cego primeira temporada
Uma sacola é deixada no meio de uma rua movimentada em Times Square, Nova Iorque, com uma etiqueta que pede para chamarem o FBI. Imediatamente se pensa em um atentado terrorista, todas as ruas são fechadas e uma unidade anti-bombas é chamada. Ao se aproximarem da sacola, percebem que algo se move dentro dela. A sacola é aberta e de dentro dela sai uma mulher completamente nua, com o corpo coberto por tatuagens que parecem ser recentes e sem nenhuma memória de quem é ou como foi parar ali. As tatuagens parecem conter mensagens sobre crimes e conspirações em progresso ou prestes a acontecer, então o FBI resolve manter a mulher, apelidada de Jane (Jamie Alexander), por perto, principalmente quando ela demonstra experiência em combate, dando a impressão de que ela pode ter sido militar ou membro de alguma agência de inteligência. É com essa premissa cheia de mistério e intriga que inicia a primeira temporada de Blindspot. SPOILERS a partir deste ponto.

Tudo bem, a ideia do indivíduo sem memórias que descobre ser um super agente envolvido em conspirações que mal consegue entender não é exatamente novidade, A Identidade Bourne (2002) que o diga. Ainda assim Blindspot consegue criar um jogo de intrigas que realmente consegue manter a atenção. A trama consegue nos manter incertos quanto ao que está realmente acontecendo quais são os planos para as tatuagens de Jane, tanto os que o FBI tem para ela, quanto os da misteriosa organização que as fez.

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Jogamos o beta de Nioh

Preview: Nioh


Nunca cheguei a jogar os games da franquia Dark Souls, mas quando soube que a desenvolvedora Team Ninja, responsável pelos recentes Ninja Gaiden, faria um jogo com essa pegada se passando no período do Japão feudal, confesso que fiquei realmente curioso. Tanto que corri para jogar o beta aberto assim que soube de sua disponibilidade e o resultado é realmente promissor.

Assim como os Dark Souls, Nioh é um RPG de ação que exige cuidado e precisão dos jogadores. Sair atacando a esmo é um erro fatal, já que os inimigos causam dano altíssimo, e como cada ataque ou esquiva gasta um pouco da barra de ki (que representa o vigor físico do personagem) é preciso ser estratégico em quando atacar e desviar, caso contrário ficará impossibilitado por um tempo de realizar essas ações até a barra começar a recarregar. Assim, é preciso conhecer os padrões dos inimigos e esperar pelas aberturas para poder atacar, pois morrer significa perder todos os pontos de experiência que o jogador tem consigo (e acreditem, vocês vão morrer muito). Tal como em Dark Souls é possível voltar até o ponto em que se morreu para recuperar os pontos perdidos, mas morrer uma segunda vez significa perdê-los para sempre. Juntando uma quantidade determinada de pontos de experiência é possível ir até um altar e adicionar pontos aos atributos do personagem.

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Crítica - Cães de Guerra

Banner Cães de Guerra


Pôster Cães de GuerraFamoso pela trilogia Se Beber, Não Case, o diretor Todd Phillips agora tenta criar uma comédia calcada na crítica social com este Cães de Guerra que tenta fazer graça em cima dos métodos através dos quais o governo dos Estados Unidos adquirem armas para as suas forças armadas.

A trama é baseada em fatos reais e acompanha David (Miles Teller), um jovem que se encontra frustrado e preso em uma série de empregos sem futuro. Sua situação muda quando ele encontra Efraim (Jonah Hill), um antigo amigo de infância que agora dirige uma pequena empresa que vende armas para o governo. Efraim mostra a David como é fácil tirar proveito nas licitações de pequenas compras de armamento do governo e a partir daí a dupla começa a tentar ganhar dinheiro fácil com essas licitações.

Esse universo do comércio de armas e suas implicações, financeiras, políticas e morais já tinha sido abordado no ótimo O Senhor das Armas (2005) e Cães de Guerra não tem praticamente nada a acrescentar ao que já foi dito antes, ainda que explique de modo didático como funciona o sistema de aquisição do governo dos EUA. Outro problema é que diferente de outros narrativas que misturam comédia e crítica social, como o ótimo A Grande Aposta (2015), o filme nunca consegue realmente equilibrar a comédia e a seriedade.

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Crítica - O Homem nas Trevas

O Homem nas Trevas


Um grupo de pessoas se vê confinada em um ambiente fechado com um predador feroz que não irá parar até que todos estejam mortos. O predador em questão é cego, mas tem sentidos aguçados que fazem o mais leve barulho ser uma sentença de morte. Essa é a premissa de Alien: O Oitavo Passageiro (1979), mas cabe perfeitamente neste O Homem nas Trevas, substituindo o xenomorfo por um ex-militar cego.

A trama acompanha um grupo de jovens, Rocky (Jane Levy), Alex (Dylan Minnette) e Money (Daniel Zovatto), que vive de pequenos roubos. A sorte deles está para mudar quando eles encontram a oportunidade do típico "assalto definitivo" ao ouvirem falar na história de um homem cego (Stephen Lang) que mora sozinho em uma casa localizada em um bairro decrépito e abandonado da falida Detroit. Chegando na casa, o trio descobre que o homem cego não é tão indefeso quanto parece e passam de algozes a vítimas quando se veem presos dentro do imóvel.

domingo, 4 de setembro de 2016

Crítica - Narcos: 2ª Temporada



A melhor coisa da primeira temporada da série Narcos era de longe o complexo retrato do narcotraficante Pablo Escobar feito por Wagner Moura. Nesta temporada, Moura não apenas continua sendo o melhor de Narcos, como também é o que eleva esse segundo ano para além do banal, já que essa temporada sofre com personagens desinteressantes e vários problemas de ritmo. A partir deste ponto SPOILERS são inevitáveis.

A trama começa no exato ponto no qual a primeira terminou, com Escobar (Wagner Moura) fugindo da prisão de luxo construída por ele mesmo chamada La Catedral. A partir de então continuamos a acompanhar o agente Murphy (Boyd Holbrook) na caçada pelo fugitivo. As autoridades colombianas e dos Estados Unidos, no entanto, não são os únicos no encalço de Escobar, já que traficantes rivais da Colômbia e do México, bem como guerrilheiros de extrema-direita, também querem vê-lo morto.


Chama a atenção a escolha do recorte dessa temporada. Se no primeiro acompanhamos a trajetória de Escobar ao longo de quase uma década, aqui acompanhamos o curto período de sua fuga até sua morte (isso já estava na publicidade da série, então não é spoiler), que é cerca de um ano. Como o traficante ficou boa parte desse tempo simplesmente escondido e evitando holofotes, a série exibe um claro esforço para fazer os acontecimentos "renderem" dez episódios. Assim, eventos que poderiam rapidamente ser resolvidos em uma ou duas cenas levam episódios inteiros para se desenrolar. Um episódio inteiro é gasto para mostrar a esposa e filhos de Escobar tentando entrar na Alemanha e sendo recusados. Outro dá uma enorme atenção a um dos capangas de Escobar que pode ou não estar traindo o seu patrão. Tudo bem que nesse temos a "recompensa" da brutal emboscada ao fim, mas ainda assim não justifica que tenhamos que passar tanto tempo com personagens pouco importantes ou interessantes para chegar nela. A sensação é de uma temporada truncada e lotada de filler.

sábado, 3 de setembro de 2016

Overwatch vai estar gratuito nos consoles entre 9 e 12 de setembro


A desenvolvedora Blizzard (responsável por World of Warcraft e Diablo) anunciou que Overwatch, game em primeira pessoa voltado para o multiplayer, poderá ser jogado de graça por usuários de Playstation 4 e Xbox One.

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Crítica - Star Trek: Sem Fronteiras



O reboot da franquia Star Trek encabeçado por J.J Abrams em 2009 conseguiu fazer o universo concebido por Gene Roddenberry voltar a ser bem sucedido nos cinemas. Sua continuação, Além da Escuridão: Star Trek (2013) manteve o sucesso, apesar de dividir os fãs. Abrams, que tinha encabeçado os dois filmes, deixou a franquia para revitalizar outro grande ícone dos cinemas com Star Wars: O Despertar da Força (2015) e o comando deste Star Trek: Sem Fronteiras caiu na mão de Justin Lin, diretor responsável por Velozes e Furiosos 6 (2013) e outros exemplares da franquia de ação. A escolha deixou muita gente com receio de que Lin, habituado a filmes de ação bombásticos, não seria a escolha adequada para a um Star Trek. Felizmente o diretor consegue manter a qualidade dos filmes anteriores e compreende o que torna esse universo tão singular.

Na trama a tripulação da Enterprise está no terceiro ano de sua missão de exploração das partes desconhecidas do espaço. O aniversário de Kirk (Chris Pine) se aproxima e ele se dá conta que agora está superando a idade que seu pai tinha e começa a questionar seu papel na Frota Estelar, já que nesta continuidade ele se alistou ao ser desafiado a realizar feitos semelhantes aos do pai. Os problemas começam quando a tripulação responde um chamado de socorro em um planeta desconhecido e a Enterprise é atacada pelas naves-enxame do misterioso Krall (Idris Elba), que estava em busca de um antigo artefato alienígena que estava à bordo. Sem condições de rechaçar o ataque, Kirk e seus companheiros fogem para um planeta próximo. Sozinhos em um planeta que não consta nos mapas e sem ter como contatar a Frota Estelar, a tripulação da Enterprise conta apenas com sua inteligência e audácia para reverter a situação.

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Crítica - Aquarius

Análise Aquarius


Review Aquarius
Quando escrevi sobre O Som ao Redor (2013), trabalho anterior do pernambucano Kleber Mendonça Filho, falei sobre minha dificuldade em discorrer sobre o filme por não sentir que conseguiria dar conta da riqueza obra e fazer jus às suas qualidades. Pois a mesma sensação tomou conta de mim quando sentei ao computador para tentar falar sobre minha experiência com este Aquarius, que tem tanto a dizer sobre nossa sociedade, nossa relação com as cidades, com a história e com nossa memória coletiva e individual, que temo não ser capaz de dar conta do tanto que esse filme nos fala como indivíduos e como povo.

A trama segue Clara (Sônia Braga) uma jornalista aposentada cujo modesto prédio, que fica de frente para a praia de Boa Viagem, está sendo comprado por uma construtora para ser demolido e dar lugar a um grande condomínio de luxo. A questão é que Clara, que viveu ali quase que sua vida inteira, é a única que ainda não vendeu o seu apartamento para a construtora e o jovem engenheiro responsável pelo projeto, Diego (Humberto Carrão), começa a ficar impaciente com a insistência da senhora em não deixar o seu lar.